Era certo e sabido que a ambição de Cavaco e do PSD, portanto, era de ter Presidente e Governo da sua cor. Esqueceram o velho argumento da campanha de Cavaco contra Sampaio em que disseram que era muito perigoso ter Governo e Presidência da República da mesma cor política.
Bem vistas coisas, tem havido mais problemas quando há um Presidente e um Governo de "cores" opostas. Repare-se que, com Sampaio, assim que o governo mudou de rosa para laranja, começaram a surgir os problemas tendo o governo laranja-azul ficado pelo meio do seu mandato. A história agora repete-se.
Cavaco, depois de ter tentado e falhado levar Ferreira Leite ao poder, vê agora a sua oportunidade de ouro. Com novo mandato, sem a possibilidade de se poder recandidatar novamente, ou seja, de se sujeitar de novo ao voto, tem o caminho livre para se ver livre de quem tanto o tem "ofendido" ideologicamente. Depois de tanta ofensa à moralidade Católica, mas não Cristã, Cavaco vai agora apontando baterias para pôr lá o PS com D no lugar do PS sem D. Isto prova isso mesmo.
Quem votou em Cavaco a pensar que ele seria alguma barreira contra a instabilidade política e financeira, começa agora a cair na realidade. Cavaco é um hábil "animal" político. Soube fazer o seu joguinho de virgem ofendida, de inocente e ingénuo. Os crédulos acreditaram na cantiga. Agora vão ter exactamente o oposto.
Cavaco e PS com D vão fazer as suas jogadas para derrubar o PS sem D o qual, assim só por acaso, anda a fazer aquilo que os Ds fariam se lá estivessem. Porventura, até andará a fazer mais.
É certo que o país nas mãos de Sócrates está desgraçado mas, nas mãos de Cavaco, Passos Coelho e, quiçá, Paulo Portas desgraçado estará. Seria o trio maravilha. Reparem, Cavaco é o mísero professor de finanças que nem as suas sabe fazer e deixa a outros esse trabalho sem sequer lhes exigir contas; Passos Coelho é o homem que promete privatizar o lucro do Estado e manter o prejuízo; Portas é o homem das negociatas militares as quais ainda não houve uma que não tivesse dado bronca, desde os submarinos às viaturas Pandur.
Os três no poder farão as delícias de qualquer adepto de tragédias. Os portugueses, esses, deverão rejubilar. Afinal, foram eles, quer por terem votado em Cavaco ou por não terem ido votar, que escolheram este caminho. De facto, desde que haja uma missa para se poder ir discutir a vida dos outros no fundo da Igreja, uma telenovela e um jogo de futebol, de preferência com seguimento fora do relvado, fica tudo contente.
A ver vamos o que sairá daqui. Se Deus quiser, este post não fará sentido daqui a um ano.
Edição: Por lapso faltou o título a este post.
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