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A austeridade assente em areias movediças.


Recessão supera 2,5% e desemprego agrava-se em 2012 - Especiais - DN

Este governo, cheio de teóricos e gente que percebe pouco do que anda a fazer, está convencido que, aplicando medidas de austeridade a torto e a direito que tudo se endireitará. Aumentam-se os impostos, aumenta-se a receita. Isto é verdade num cenário de crescimento económico. Como não estamos, nem se prevê que se esteja tão cedo num cenário desses, por muito que se aumentem os impostos, não se irá conseguir aumentar a receita.

Com uma recessão de 2,5%, esta troika de teóricos de boa governação no governo, irá [e terá] forçosamente de aumentar ainda mais os impostos, ao ponto de apenas conseguir estagnar por completo a economia e, como tal, levar-nos à falência certa. 

Desenganem-se os que pensam que chegamos aqui com Sócrates. Desenganem-se os que acreditam que este governo irá ser a salvação nacional. E, sobretudo, desenganem-se os que ainda acreditam que estes sacrifícios são necessários e úteis. Necessários, ainda acharia que sim se existissem medidas de crescimento económico e se o corte na despesa fosse realmente corte. Se acham mesmo que estes senhores foram para lá para resolver os problemas do país, sendo as pessoas de bem e altruístas que querem parecer, não veríamos notícias de membros do governo com casa em Lisboa a sequer pedir ajudas para a sua "fixação" em Lisboa. Um governo que pede sacrifícios, que corta tudo a todos mas tem membros que se acham no direito de, para além do salário e todas as mordomias, ainda receberem mais de 1000 euros por mês para despesas relacionadas com o seu "novo" local de residência é um governo de mentirosos, no qual só gente muito ceguinha pode ainda ter confiança.

Tradução do cartaz no fim deste post.
Mas estes problemas já são muito antigos. Passos não o criou, mas também não o irá resolver. Sócrates também não o criou, simplesmente continuou a bela tradição de governante português de tratar de resolver os problemas da vida dos amigos e, nos tempos livres, ir governando o país atirando dinheiro a tudo e todos. Aliás, o mesmo que Cavaco fez com o betão. Esse também estava convencido que com dinheiro para as construtoras, os problemas económicos do país ficariam resolvidos.

Como todos os que agora se acham salvadores nacionais são os mesmos que nos trouxeram até aqui, a única coisa que podemos esperar é mais do mesmo. Mentiras e aldrabices. Incompetência e falta de inteligência. Assim sendo, se temos um governo que apenas sabe cortar no bolso dos outros, quer com cortes nos vencimentos, quer com aumentos de impostos, ou ainda que corta nos serviços essenciais (os quais são inteiramente da responsabilidade do governo e não do privado) sem qualquer critério cientifico para além do "reduzir custos", e que não potencia a criação de riqueza, o único caminho que nos resta é uma lenta e prolongada agonia até ao derradeiro destino que é a falência.

Já agora, para aqueles que acham que a solução passa pelos cortes agora para quando a Europa começar a crescer nos levar junto, aviso já que, quando isso acontecer, quando a Europa resolver os seus problemas, irá esquecer os problemas de Portugal. Conclusão, iremos ao fundo à mesma.

E para os amantes e fieis seguidores do neoliberalismo e capitalismo anti-social, deixo a analogia, para que percebam melhor o que quero dizer. Uma empresa que vive de dinheiro emprestado, que não produz, não vende e, portanto, não gera receita e lucro, tem como único destino a cessação de actividade, ou seja, a falência. Cortar nos salários dos trabalhadores e aumentar o preço daquilo que quer vender, quando muito, prolonga o tempo que demorará a chegar à bancarrota.


Magnifico URL do jornal Público

Não podia deixar de publicar esta pérola do jornal Público. Perante a notícia desta proposta de aumento brutal do preço da electricidade, o jornalista pôs no URL da página "http://economia.publico.pt/Noticia/Filhos-de-uma-grande-puta-2012_1512168". 

Denoto um pouco de irritação para com este governo e esta gente fora dele que também nos governa. Talvez este pequeno exemplo de mau feitio seja o começo do fim deste triste e curto período da nossa história. 

E eu bem digo que lá para o final do ano começamos a falar a sério em novas eleições. Repare-se que ainda hoje saiu uma sondagem no DN.

Em todo o caso, mas que brilhante exemplo de mau feitio adorável este. XD

As inverdades do passado



Governo aprovou "choque reformista" na Administração Local - JN


Aqui há uns anos, por altura do referendo à regionalização, ouvi o PSD falar na questão da tradição municipalista do país. Diziam eles, que Portugal não tinha tradições de "regiões" mas sim de municipios. Como eu sempre dito, tal argumento só poderia convencer ignorantes estúpidos. Não bastava ser ignorante ou ser estúpido para acreditar em semelhante mentira e aldrabice feita com o intuito de atirar areia para os olhos das pessoas e evitar que se fizesse uma reforma que potenciaria o desenvolvimento regional contra os interesses de Lisboa. Para acreditar neste argumento, era preciso mesmo ser as duas coisas, ignorante e estúpido.
Hoje, com esta noticia, vemos bem o calibre dos nossos políticos que mentem e aldrabam as verdades históricas e actuais conforme lhes é conveniente. Um país que tem uma tradição de municipios, penso eu, teria dificuldade em aceitar uma medida que viesse cortar o número deles. Era contra-natura quase. Mais ainda seria e é ver um partido político tomar estas medidas depois de ter assinado um documento que vai contra aquilo que tão veemente defendeu no passado.
Esta notícia, por ela própria, dá a possibilidade de termos mais uma prova de várias coisas. Uma é que os nossos políticos são uns aldrabões ignorantes. A segunda é que o constatar o facto da regionalização não ter avançado por razões de interesse político de Lisboa. A terceira é que o povo é perfeitamente estúpido porque vai sempre na cantiga destes senhores. Aliás, tanto vai que continua a votar nas mesmas criaturas, mesmo depois de estas já terem sido apanhadas em negociatas estranhas e negócios obscuros, já para não dizer em corrupção mesmo. Repare-se que temos um Presidente da República que se encontra metido até ao nariz em escândalos e negócios estranhos desde o tempo em que era Primeiro-Ministro. Temos um Ministro dos Negócios Estrangeiros que, enquanto Ministro da Defesa, negociou compras de armamento as quais hoje são escrutinadas pela justiça.
Conclusão, os portugueses estão a ter o que merecem. Para a próxima aprendam a pensar por si próprios com seriedade e aprendam a distinguir entre emoção e razão. Votar com ódio geralmente dá barraca. Aliás, foi assim que Hitler chegou ao poder. Pena que a memória seja curta.

A crise de hoje explicada em vídeo...

Vi este vídeo no Reviralhos e não podia deixar de o postar aqui. Já muito do que lá é dito eu disse aqui, mas ajuda sempre não ser o único. 

Aqui fica a explicação de como chegamos à crise de hoje e como os governantes e os que criaram a crise continuam a oferecer-nos a mesma receita, a qual é sabido que não resolveu nunca nenhum das anteriores crises do género, tendo mesmo agravando-as. A crise de hoje é um somar de várias pequenas outras crises que muitas brilhantes mentes interpretaram apenas como "ciclos da economia".

Inside Job - A Verdade da Crise Financeira (Legendado PT/BR) from nanahara on Vimeo.


 

A culpa é sempre dos que não são de cá (ou de lá)...



A propósito desta notícia do JN, onde se fala da violência em Londres, li vários comentários profundamente racistas, xenófobos e fruto de mentes que, a única conclusão a que me levam é a de que nada mais têm na cabeça a não ser esterco.

Deixo aqui alguns:


JoelM
08.08.2011/20:44
Portugal - Braga

"multi culturalismo ao mais alto nível... parasitas que ja nasceram em Inglaterra, com nacionalidade inglesa mas que não se inserem na sociedade... levem com eles agora! portugueses, abram os olhos!"


António
08.08.2011/20:21

"Deportação, resiste Europa Branca de Lisboa a Moscovo de Londres a Roma. basta de multiculturalismo, basta de imigração."


Agora é a minha vez de comentar os comentários. Antes de dizer alguma coisa em concreto sobre estas pérolas, tenho que dizer que é sempre interessante ver como, quanto mais é preciso clareza de espírito perante o que se passa na sociedade, mais se dá à estupidez e imbecilidade. Repare-se que o Reino Unido, pela sua própria natureza, é um país livre e multicultural desde a sua fundação. Não nos vamos esquecer que no Reino Unido convivem três povos diferentes com um pedacito de outro. Refiro-me a Ingleses, Escoceses, Gales e Irlandeses. Por isso, não deixa de ser interessante ouvir este argumento. Já agora, relembro que a maior economia do mundo e o país que mais poder teve em toda a história do mundo é multicultural por natureza. Se olharmos para a história, o multiculturalismo esteve sempre presente.


Desta forma, é hilariante ler comentários como o senhor JoelM. Esquecer-se-á este senhor que há cerca de dez milhões de portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo. Se calhar, o que este senhor e outros como ele não sabem é que o que eles dizem dos imigrantes lá fora é o mesmo que os de lá fora dizem dos portugueses. Já agora, será o senhor JoelM descendente dos antigos povos ibéricos da península? Duvido muito porque se há povo com miscelânea até dizer chega é o português. Por isso, ele próprio é fruto do multiculturalismo que ele tanto despreza e como tal, deve-se desprezar muito a ele próprio. 

Isto leva-nos para o segundo comentário que de tão absurdo que é, até que escusava receber honras aqui mas não resisto a dizer uma coisinha. Saberá então este ilustre e lusitano António que, segundo os padrões eugénicos e das teorias de raça de todos os grupos racistas que por aí andam, brancos são os do Norte da Europa. Os do Sul são outra raça completamente diferente e dela própria suja. São os "latinos", por exemplo. Ou seja, a Europa Branca que ele aparentemente tanto gosta, começa não em Lisboa mas em Berlim e pode bem ir até Moscovo mas não passa certamente por Lisboa, Madrid ou Roma. Já agora, gostava de saber, quanto moreno é o senhor e que cor de olhos e cabelo tem e se porventura, tem alguém na família antes dele, com essas determinadas características dessa tal fantástica Europa Branca. Eu tenho e só por sorte não nasci loiro de olhos azuis branquinho que nem cal. No entanto seria e sou incapaz de falar em Europa seja de que cor uniforme for, até porque a Europa é multicultural e de Branca, mais de metade dela, tem pouco.

Em suma, as histórias do inicio do século XX estão a ser rapidamente esquecidas e parece-me que fica provado que a estupidificação das populações continua a dar frutos. Começo a ficar saudoso de uma União Soviética onde toda a gente era obrigada a ir à escola e todos tinha curso superior ou qualquer coisa do género, o que me deixa muito preocupado.

E só para terminar, serão descendentes de "não britânicos" a fazerem isto ou serão mesmo britânicos de gema? E o problema está na cor da pele ou antes nos governos de Thatcher que passaram uma década da destruir a industria local empobrecendo as comunidades?

Como sempre, a culpa é sempre de pretos, homossexuais, imigrantes... Às vezes até é das mulheres que deviam estar todas em casa a cuidar dos filhos em vez de roubarem o trabalho aos homens!

Cavaco está esquecido do seu tempo como Primeiro-Ministro



Nunca deixa de ser curioso ouvir falar em "repovoamento agrário do interior" da boca do mesmo corpo que, no passado, se preocupou, sistematicamente, em destruir a agricultura. Ora leia lá aqui e digam se este senhor não se torna num autêntico palhaço de cada vez que abre a boca... Será que o senhor está tão senil que não se lembra da sua década no poder?

A estória da história...

 
Em resposta ao que O Jumento sabiamente escreveu aqui, publiquei o comentário que aqui agora reproduzo em forma de post.

A direita, mais do que a esquerda, tem uma tendência para fazer uma análise diferente da mesma realidade dependendo se está na oposição ou no governo. Na oposição tudo é mau e a culpa de tudo ser mau é de quem está no poder. Quando chegam eles próprios ao poder, tudo passa a ser culpa de outros.

Foi a "direita" que se deixou levar pela ganância uma elite dos seus membros e levou o mundo à pior crise nos últimos 100 anos. Mas não se engane ninguém. Isto não começou com a crise financeira. Isto começou com a falcatrua que foi a eleição de George W. Bush para a Presidência dos EUA. O resto decorre da má administração desse não-presidente e da ganância de quem com ele estava e tudo deu aos amigos.

Em Portugal, a crise começou não com o PS, se bem que este a agravou por falta de capacidade para melhor, mas sim com o governo de Cavaco Silva que destruiu a base económica que o país ainda detinha a troco de uns dinheiros para auto-estradas que não se conseguiriam sustentar e betão armado para estrangeiro ver. Agora no poder, a direita vai continuar a fazer o mesmo que sempre fez, zelar pelos interesses dos amigos e enteados. Mas não é preciso ficar muito chateado, afinal é apenas uma redistribuição dos lugares que passam do PS para o PSD e CDS. No meio disto, sem estarmos preparados levamos com a crise dos outros e com ela permanecemos e, pior, iremos primeiro ajudar a que os causadores da crise se levantem para depois nos levantarmos nós.

O que resta da esquerda também deve estar muito orgulhosa. O PCP conseguiu voltar a ser o que sempre foi, uma nulidade que vive da miséria alheia. O BE vai passar os próximos anos a lamber as feridas resultantes da sua tentativa de copiar o populismo de Portas mas à esquerda. O PS, esse, vai entrar como guerra interna para ver quem vai ocupar o lugar deixado vazio por Sócrates.

No meio disto tudo, agradeça-se aos eleitores que, cegamente, decidiram levar o país à falência apenas por embirrarem com o Primeiro-Ministro, esquecendo-se que quem lá iam por não será capaz de fazer melhor. Lá para Dezembro, senão antes, iremos ver o país a pedir novas eleições para resolver a crise criada por esta. Depois, sim, poderemos começar a resolver os problemas da crise que afinal é dos que agora exigem juros para não se afogarem eles mesmos.

Vídeo de finlandeses para portugueses... A diferença...

Portugueses provocam, finlandeses respondem...


Como seria de esperar os finlandeses responderam à letra à provocação totalmente desnecessária e perfeitamente ridícula de meia dúzia de coquetes de Cascais que julgam que o mundo e o país termina na ali na região de Lisboa e Vale do Tejo. Responderam e responderam bem, sem pretensões, ao contrário das gentes de Cascais (não digo portugueses). Curto, conciso e, ao contrário do português que termina com arrogância, o finlandês termina com humildade e camaradagem. 

São as diferenças nos povos que se fazem ver. Gente com manias de grandeza em Portugal contra gente que, em menos de 50 anos conseguiu construir um país (enquanto nós andamos há 800 a tentar fazê-lo) e, no final, se mostra sem ter o "Rei na barriga". 
Pena uma coisa, os erros no uso da língua Inglesa. Mesmo assim, entre erros numa língua que não é deles e erros de falta de conhecimento ou puramente aldrabice, prefiro os erros de linguística.

Eu tenho pena de ter de fazer estes discursos todos mas, de facto, um pouco de humildade aos portugueses não lhes fazia mal. Humildade e juízo.

Vídeo para finlandeses verem... E portugueses aprenderem!


Um vídeo interessante, excepto que a bandeira finlandesa é baseada na Cruz Nórdica que já existe desde o século XIV e a "bandeira" portuguesa era o símbolo heráldico de um Francês, o mesmo que era casado com uma Leonesa (hoje Espanhola) e, portanto, o filho deles, primeiro Rei de Portugal, era tudo menos "português" e precisou de "bater" na mãe para ter a sua "terrinha".

Depois seguem-se uns factos de "a minha pila" é maior que a tua até se chegar às armas de fogo no Japão que acabaria por destruir uma era na história da cultura japonesa bem como deu oportunidade para a construção do Império Japonês que haveria de cometer as atrocidades que cometeu na China e na Coreia. Isto para não falar de toda a história da guerra do Pacifico no contexto da Segunda Guerra Mundial.

De seguida, diz-se uma grande aldrabice: arigato é de origem portuguesa, o que é falso. Pior de tudo é que, de tanta palavra japonesa que tem origem portuguesa foram escolher aquela que não é. Podiam ter escolhido "shabon" que é sabão, ou "manto" que é manto, ou ainda "bidoro" que é vidro. Mas pronto...

A escravatura, segundo sei (posso estar enganado) foi abolida em 1761 e não em 1751 e isto para Portugal metropolitano e Índia pois no Brasil e África a escravatura só seria abolida no século seguinte. O que também não se diz é que, embora não tenha sido Portugal a criar a escravatura, fomos nós que criamos o lucrativo negócio de comércio de escravos de África para as Américas. Já agora, a Finlândia, então parte da Suécia, aboliu a escravatura em 1335, 426 anos antes.

A pena de morte também não foi Portugal o primeiro a aboli-la. Foi antes San Marino dois anos antes. Já agora, Portugal aboliu a a pena capital em 1867 para os crimes civis mas só em 1911 é que aboliria a para todos os crimes. Em 1916 voltou a ser usada para crimes de traição em tempo de guerra e só em 1976 é que seria totalmente abolida. A Finlândia fez o mesmo em 1972.

Napoleão tentou conquistar Portugal três vezes e... falhou? Ah pois... até nem houve necessidade da família real fugir para o Brasil e nem tivemos cá os Ingleses para nos ajudarem a tirá-los de cá... Está bem, é justo. Por comparação, propunha aos autores do vídeo que lessem um pouco da história das guerras pela independência da Finlândia e depois me dissessem quem fez melhor...

Colombo disse ao Rei Português o quê? Admitindo que isso é verdade, quem é que acabou por ficar com aquilo? Portugal ou Espanha?... No México fala-se português?

A do chá está muito bem. Pena que logo depois venha a do território. Portugal pode ser do tamanho da Dinamarca e Países Baixos juntos mas a Finlândia tem cerca de 3,7 vezes o tamanho de Portugal em área. Quem é que a tem maior agora?

Quanto aos templários, não vou entrar pela história. Vou apenas dizer que os autores do vídeo escusavam de ter ido buscar uma imagem do jogo Assassin's Creed como ilustrativa do facto... Diz muito acerca de quem fez o vídeo...

Nós dividimos o mundo em duas partes e ficamos com a melhor parte? Desde quando? Afinal o ouro e prata estavam na Índia? E que aproveitamos nós do que tivemos? Espanha tomou conta da parte dela e nós ficamos com quê?

No século XVIII o rendimento do Rei Português era 30 vezes superior ao Rei de Inglaterra (já agora o Rei já não era de Inglaterra mas da Grã-Bretanha)... Ah pois, ok. Mas pondo tudo o resto de parte, no final desse século, quem é que tinha o maior Império?

Depois seguem-se um conjunto de banalidades e coisas sem sentido (Festival da Eurovisão?) até que se chega à Aliança Luso-Britânica... Nós ainda a levamos a sério? Pois... Somos só mesmo nós e, com jeitinho, nem isso.

Mais outro conjunto de banalidades e do tique de inferioridade de "a minha pila é maior que a tua" e chega-se ao Magalhães, o homem não o computador. Diz o vídeo que o senhor foi o segundo português a servir na corte espanhola... Volto a repetir, corte espanhola... Não portuguesa... Certo...

Fica-se depois a saber que o homem mais famoso do país, aquele que mais contributos deu para ser mundialmente conhecido é, nada mais nada menos que um treinador de futebol... Fantástico.
Um milhão e meio de portugueses fizeram o quê depois? Mas houve alguma invasão da Indonésia que eu não me tenha apercebido? Não terá sido antes pelos apelos de Guterres a Clinton o qual pressionou o governo indonésio para sair de lá? A isto chama-se ilusão de grandeza.

A última coisa do vídeo até que foi interessante. No entanto, termino este post com a seguinte pergunta: em 2011 quem é que está a pedir um empréstimo a quem?

Da próxima vez que esta gente "chique" de Cascais queira defender Portugal, ou lá o que seja que este vídeo tenta fazer, façam uma coisa: calem-se e ide tomar uma bica à praia que estarão a fazer um melhor serviço a todos.

Regionalização: As verdades

Imagem retirada da Wikipedia

A propósito de um post d'O Jumento onde se fala da regionalização achei apropriado trazer à luz da ribalta algumas verdades sobre este assunto.

Os que são contra dizem que Portugal é pequeno, é mesmo dos mais pequenos da Europa. Bem, quem diz isto não olha para as estatísticas ou, então, está a mentir para defender interesses próprios, nomeadamente os de Lisboa que fica horrorizada só de saber que terá que dar dinheiro para que Trás-os-Montes ou Beira Interior tenham recursos para se desenvolver. 
Repare-se nos dados seguintes.

Na União Europeia temos 27 países. Desses 27 países, Portugal ocupa o 13º lugar em termos de área e o 9º em termos de população (dados retirados do Eurostat referentes a 2010). Ou seja, em área estamos acima do meio da tabela com 14 países mais pequenos e em população estamos mesmo nos 10 primeiros. Como alguém teria dito "e esta, hein?!"

Se olharmos para aqueles que estão perto de nós em área e população reparamos que aqueles que são ricos estão regionalizados de uma forma ou de outra. Holanda, Bélgica, Áustria, Suíça (fora da UE) e mesmo a Dinamarca estão todos regionalizados. Destes, Portugal é o maior de todos em área e em população só a Holanda é maior. A Bélgica, Áustria e Suíça não só estão regionalizados como são mesmo federações ou confederação no caso da Suíça. A Dinamarca é aquele que está apenas regionalizado e isto apenas desde 2007 pois até aí a Dinamarca estava divida em condados os quais podiam cobrar impostos. 

Note-se também que destes, Holanda, Dinamarca e Suíça são pouco maiores que o Alentejo, chegando a Bélgica a ser mesmo mais pequena em área. Isto é, em dimensão territorial Portugal é duas vezes maior do que qualquer um deles. Apenas a Áustria se mantém mais ou menos ao mesmo nível em área territorial. 

 Imagem retirada daqui
Fora destes fica a Irlanda a qual não está regionalizada mas note-se que a Irlanda tem menos de 4,5 milhões de habitantes numa área ligeiramente mais pequena que Portugal. Ficamos então com um caso contrário de um país que se desenvolveu sem estar regionalizado mas note-se que a Irlanda, por tradição, não sofre do centralismo desmesurado que se verifica em Portugal.

Depois temos ainda a Grécia (sensivelmente igual em população e área a Portugal) que, não estando regionalizada, está, curiosamente, na mesma situação que Portugal. Mostra-se incapaz de ter uma economia em franco crescimento, deficits altíssimos e uma situação financeira crítica. 

Em qualquer um dos países regionalizados também se verifica uma maior equidade nacional em termos de desenvolvimento do que se vê em Portugal ou Grécia. Em ambos, a capital assume um papel excessivamente preponderante face ao resto do país, possuindo um rendimento ao nível das zonas mais ricas da Europa enquanto que o resto dos seus países encontram-se nas regiões mais pobres dessa mesma Europa.

Então temos países administrativamente divididos e/ou com um sistema de Welfare State (Estado Social) bem estabelecido os quais conseguiram ter um nível de qualidade de vida muito alto e taxas de crescimento económico capazes de pôr o país a andar para a frente. Temos um outro país que, embora não se tendo regionalizado, não assumiu um modelo de desenvolvimento centralista, apostando noutro tipo de investimentos.

Por outro lado, temos dois países, Portugal e Grécia, que apostaram em modelos de desenvolvimento centralistas. Ambos foram incapazes de acompanhar o resto da Europa e, neste momento, estão com problemas de coesão nacional com uma região a usar os recursos do resto do país para o seu crescimento enquanto que o restante território empobrece. Ambos estão a braços com uma crise económica sem precedentes na história recente com problemas de natureza financeira à mistura. Ambos tiveram de pedir empréstimos para pagar as suas dívidas.

Sem ser do ponto de vista económico, do ponto de vista cultural, muitos argumentam sobre aquela coisa de Portugal ser uma nação única e indivisível em todos os seus momentos da história. Se assim fosse, deveríamos ter uma país mais ou menos homogéneo linguística e culturalmente falando (isto até porque quem diz isto, geralmente, diz que o país é pequeno). Bem do ponto de vista da língua, num país tão pequenos temos duas línguas, Português e Mirandês. Temos ainda, dentro da primeira uma diversidade tal de sotaques e palavras típicas das regiões que até mete medo para um país que se diz "pequeno". Vos garanto que eu vou a Lisboa e, se quiser, falo português e ninguém me entende. Quem experimentar por um transmontano a falar com um algarvio como ambos falam normalmente e com os regionalismos de cada um, ambos terão mais facilidade em perceber um Espanhol a falar Castelhano. Culturalmente, os costumes do Norte não são os da gente do Sul e mesmo a maneira de estar na vida é bem diferente das gentes do Norte, Centro, Alentejo e Algarve.


Peneda Gerês retirado da Wikipedia 

Isto prende-se, para quem lê história e não fala do pé para mão, com o desenvolvimento do país que foi um aglomerar de regiões com povos diferentes. Até a história de sermos Lusitanos é uma grande aldrabice. Primeiro porque a Lusitânia compreende apenas uma região e povo situado a norte do Tejo e a sul do Douro. Só mais tarde é que as tribos Galegas (Gallaeci - romanização do grego Kallaikói) adoptaram para si o nome de Lusitanos como termo denominador de todos os povos na Península que lutavam contra os Romanos. Aliás, Viriato é herói Português mas também Espanhol...


 Imagem retirada da Wikipedia

O conceito de nação, algo que se quer convencer as pessoas que sempre existiu, é relativamente recente do ponto de vista histórico. Não nos vamos esquecer que, os Reinos eram as terras do Rei e não nação coisa nenhuma.
Assim sendo, e embora o post não seja perfeitamente neutro, não vou dizer se se deve ou não regionalizar o país mais do que deixei implícito. Deixo a liberdade aos leitores para tirarem as suas próprias conclusões face a tudo o que apresentei. 

As melhores decisões são aquelas que tomamos quando desconstruirmos aquilo que nos querem impingir, geralmente, com segunda intenções e construímos as nossas próprias ideias e valores. Em vez de aprender aquilo que se houve e lê cegamente deve-se usar os factos para fazermos nós a nossa própria aprendizagem pessoal em vez de assimilarmos apenas informações, ideias e valores em segunda mão. Foi isso que tentei fazer com este post, contribuir (não se forma exaustiva) para o esclarecimento sobre esta temática que tanta demagogia e mentira faz por aí circular por quem apenas pensa nos seus próprios interesses.

Fontes:

Eurostat
Wikipedia

Os rostos da desgraça Portuguesa

O que fugiu depois de ter deixado o país na corda bamba.


O que deixa o país pior do que o encontrou.


O que quer ser como Sócrates e não sabe como e que poderá entrar para o governo para tirar país de uma crise de credibilidade externa que ele próprio criou.


O que vendeu o país à CEE a troco de dinheiro enquanto Primeiro-Ministro e que se esquece de ser Presidente da República.


O responsável pelos anteriores terem sido eleitos.

[In]coerências de quem quer ser governo


aqui e aqui tinha falado sobre o oportunismo político que aí vinha por parte do PSD. Hoje vem mais uma notícia que mostra bem o quanto o PSD anda a fazer jogada política quando devia andar a trabalhar para evitar que as coisas fiquem pior do que o que já estão. 

Infelizmente, o PSD tornou-se, desde Cavaco, num partido de oportunistas e oportunismo políticos. Mais do que em qualquer outro partido, este trabalha, quase em exclusivo, para manter os seus nos cargos de poder. O facto de estarem fora dos círculos governativos desde que Cavaco despedaçou o partido e país não ajuda. Volvidos estes anos todos fora do poder, apenas com a triste passagem por lá com Durão Barroso e Ferreira Leite com um empurrão de Paulo Portas, algo que muitos fazem por fazer esquecer (não nos esqueçamos nós que foi por causa de Durão Barroso que Sócrates lá chegou), o PSD sofre dos efeitos secundários de quem anda há muito em abstinência. Sofre tanto que nem percebem o que andam a fazer e só mesmo com um eleitorado que prefere futebol e telenovelas ao futuro do país é que ainda conseguem ter os votos que têm.

Repare-se que o PSD fala que o governo PS de Sócrates está pelas ruas da amargura. Diz que o país está nas ruas da amargura por causa de Sócrates. Diz que o país precisa de um novo rumo. No entanto e "surpreendentemente", nos momentos que pode mudar as coisas, o PSD votou ao lado do PS. Negociou isto e aquilo com PS mesmo dizendo que era um mau negócio para o país. Não se percebe bem, então, porque se assina um acordo quando se sabe que ele é mau. Ou então percebe-se muito bem.

O PSD sabe que não é alternativa ao seu congénere rosa de Sócrates. O PSD, caso fosse governo, estaria a fazer o mesmo, ou pior, que o PS. Por isso vota ao lado do PS. Mas, mesmo não sendo diferente, não quer ele ser governo? Pois claro. Obviamente que sim. Contudo é bem mais fácil votar ao lado do inimigo e deixa-lo levar as culpas de tudo que corre mal do que ganhar cojones e fazer eles o trabalho "sujo".

Agora que a parte "mais feia" da austeridade já foi feita pelo PS, agora que Cavaco já foi releeito (com a promessa de ser mais interventivo e, sem surpresas, anda calado), então agora sim já se pode ser governo. Todavia, pela mão do BE é que não. Não importa recordar o passado de extrema-esquerda de alguns dos seus antigos líderes. Mais vale pela mão do PCP ou, de preferência, com uma moção própria.
Enquanto o PSD aproveita-se de um eleitorado cego e intelectualmente embrutecido, lixa-se o país e lixam-se aqueles que, com olhos que Deus Nosso Senhor nos deu, insistem em usá-los para ver a tristeza que se tornou a política em Portugal.

Os recontares da história

Cada vez mais fico com a sensação de que há algo de errado nos cursos de jornalismo em Portugal. Esta notícia do DN de hoje é um espelho disso mesmo. Não sei bem o que andam os Professores desses cursos a ensinar ou que andam os alunos por lá a fazer. 

Não se exige a um jornalista, que não é licenciado em História, Ciência Política ou numa qualquer Ciência Exacta que saiba tudo sobre todos os assuntos. Não, isso seria utópico ou, pelo menos, demagogo. O que se exige é que saiba efectuar uma pesquisa séria e isenta de erros (ortográficos e científicos). Infelizmente, o que se vê por aí é o oposto. 

A notícia que indiquei antes mostra a parte da falta de capacidade de pesquisa dos nossos jornalistas. Isto para não dizer na meia verdade que a notícia tenta transmitir sem contar a verdade toda pois essa seria, no mínimo, incomoda para muitos.

As verdadeiras origens da Irmandade Muçulmana, os eventos, factos e motivos que levaram a que, em 1928, ela surgisse remetem-nos para muito antes. Se se pretender ser exaustivo poderíamos certamente ir até século XVI. No entanto, e para a questão aqui colocada, basta dizer que todos os movimentos que hoje se vêem um pouco por todo o Mundo Islâmico tiveram origem nas políticas dos Países Ocidentais, Cristãos portanto, durante os dois séculos passados (XIX e XX). Desde a obsessão, a qual já vinha detrás, em derrubar o Império Otomano até à política de Mandatos da Sociedade das Nações e o posterior derrube por dos líderes secularistas do Mundo Árabe, o Ocidente tem muito por onde escolher para encontrar as verdadeiras causas do aparecimento de movimentos do tipo "Irmandade Muçulmana". 

Esta patética tentativa de "Nazificar" os movimentos mais Fundamentalistas do Islão tem tanto de ignorância como de falta de bom-senso. Quantos outros cooperaram com os Nazis e andam por aí alegres e contentes? De quantas tecnologias se apoderaram os EUA e URSS dos Nazis sem que nada lhes tenha acontecido? E os Franceses, que mal viram os Alemães a passear pela sua capital se renderam e aceitaram o regime de Vichy? E os Italianos, que começaram a guerra ao lado dos Nazis e que só mudaram de lado porque as coisas começaram a correr mal? E Portugal? Nós que vendemos volfrâmio a ambos os lados, somos o quê?

Os jornalistas, profissionais da informação, parece-me que se estão a desligar da realidade e a perder o tacto da profissão. Se for para lixar a vida a alguém, como fizeram com O Jumento, que investigaram até lhe descobrirem a identidade, ou para descobrir com quem andou a dormir o VIP da vida pública Portuguesa, aí fazem eles investigação "exaustiva". Contudo, quando se trata de fazer investigação exaustiva para informar e falar meramente a verdade, aí valores mais altos se levantam. Preguiça, má formação académica, má formação de caracter, misturar a sua opinião com a realidade dos factos censurando-os ou pura incompetência, isso pouco já importa. O que importaria é que estes profissionais pusessem a mão na consciência e fizessem o seu trabalho sem procurar inflamar a opinião pública contra estes ou aqueles só para vender mais umas cópias do jornal de hoje. Aliás, se não for por mais nada, deviam aspirar a ser bons profissionais por uma questão de brio pessoal.

Hoje em dia, tal coisa parece-me ser pedir demais.

O resultado das eleições

As eleições de hoje fizeram-me entender porque é que este Portugal é pobre, atrasado e não consegue despregar-se de ser o pedinte da Europa. Hoje, os portugueses, perderam a autoridade para se queixarem de estarem na situação que estão.

Os portugueses, os que votaram, decidiram escolher para Chefe de Estado o homem responsável pela destruição das pescas em Portugal; o homem que escolheu vender a agricultura portuguesa a Franceses e Espanhóis a troco de mais uns milhões para por em betão; o homem que, apesar do curso que tem, decide dar a outros a gestão do seu dinheiro sem querer saber o que fazem desde que lhe caiam os lucro. Hoje escolheram um homem que diz que os problemas actuais do BPN estão nos gestores mas que também não os demite, aliás chama-os para o seu lado nas eleições. Escolheram o "mísero professor" de finanças que, recebendo as exorbitantes quantias de fundos da CEE, foi incapaz de controlar as finanças públicas mantendo sempre o país numa situação de deficit. Os eleitores, escolheram o homem que mandou a polícia contra manifestantes estudantis e operários impedindo a sua liberdade de expressão.

Neste Domingo, os portugueses, disseram que querem para Presidente o ex-Primeiro-ministro que os atirou hoje para o desemprego e a precariedade. Foi Cavaco que apostou durante 10 anos no desenvolvimento do país pelos salários baixos e em industrias sem futuro num país Europeu.

Os que decidiram não ir votar, também não poderão agora queixar-se mais. Ao deixarem o seu futuro nas mãos dos outros, terão agora que aguentar com as consequências dos seus actos.

Conclusão, hoje, percebemos que os Portugueses apoiam o actual modelo de desenvolvimento do país: salários baixos e precariedade laboral, um mau e ineficiente sistema educativo... Sem mais palavras, hoje os Portugueses escolheram ser e ter no futuro o país miserável, desprestigiado e pobre que hoje têm.

Longe vão os tempos em que Portugueses mais corajosos que estes que hoje vivem, decidiram arriscar tudo e partir em direcção ao desconhecido à procura de novos mundos e oportunidades. Esses tiraram o proveito e puseram o seu nome e país no mapa. Hoje, os portugueses decidiram continuar no canto obscuro para que foram atirados com a república e os cravos.

A mim, pessoalmente, provaram-me que não merecem que se faça seja o que for por eles. Hoje provaram-me que merecem que venha aí o FMI, merecem os cortes nos salários e os aumentos de impostos que estão a ter. Provaram-me que merecem estar limitados a trabalhos precários e às Novas Oportunidades. 

Assim se fez, agora que aguentem.

Sócrates é bom mas nem tanto...



Anda agora na moda dizer que o estado do pais é culpa de José Sócrates. Bem, tal afirmação, para além de exagerada é completamente falsa. O homem é bom mas nem tanto. Olhemos para a cronologia dos nossos governantes.

Agora temos Sócrates que, por ser tão actual, escusa recordações.

Antes tivemos Santana o qual correram com ele antes de ter tempo de fazer seja o que for mas que já se preparava para umas quantas obras megalómanas com um deficit galopante.

Já tínhamos tido Barroso, Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas. O primeiro fugiu depois de ter deixado a segunda vender o património todo que havia para vender e o terceiro comprar uns quantos submarinos. Note-se que a coisa estava tão boa na altura que Manuela Ferreira Leite preferiu deixar cair o governo a tomar o lugar que era "hereditariamente" dela. Sim, a senhora na altura era a número dois do governo.

Resultado orçamental deste governo: deficit galopante. Quando saíram de lá, o deficit tinha uma estimativa de 6,1% do PIB caso não tivesse sido corrigido. Mesmo assim, depois de terem vendido património, aumentado os impostos, no último ano completo tiveram um deficit de 3,8% do PIB.

Andando mais para trás tivemos Guterres, o Sorridente Dialogante. Infelizmente fui tudo que ele consegui fazer... amigos com o seu sorriso e fundos para todos.

Resultado orçamental deste governo: "descontrolo" das contas públicas e o começo do "controlo do deficit". No último ano de governo completo de Guterres, 2001, o deficit foi de 4,39% do PIB. No ano da saída de Guterres e entrada de Barroso, o deficit estava nos 3,8% do PIB. (fonte: pordata)

Mesmo antes de Guterres, ainda tivemos o agora Presidente, Cavaco Silva, o Infalível. Este era aquele que raramente tinha dúvidas e nunca estava errado. Aquele que vendeu a agricultura, pescas e industrias associadas a troco de uns trocos para fazer um CCB, IPs com traçados miseráveis, autoestradas com erros de concepção e fundos para todo o santo empresário têxtil e agrícola comprar carro(s) e casa(s) com piscina. Quando deixaram de concordar com ele, estudantes e operários, foram brindados com cargas policiais como nem aos criminosos se fez em Portugal.

Resultado orçamental deste governo: um deficit de 4.28% do PIB (fonte: pordata) - na altura, pelos vistos, não era problemático.

Ainda acham que estamos assim só pelo Sócrates?

Esta coisa dos deficit também não deixa de ser engraçada. Depois de tanto aumento de impostos, venda de património e algum corte das despesas o desgraçado teima, nos últimos anos dum ciclo governativo não descer abaixo dos 3%. Também é engraçado que, Cavaco Silva, (e com contas assim feitas por alto com dados recolhidos do CIA World Fact Book) tenha andado sempre com deficits de acima de 4%.

Preocupações de ontem e hoje

Hoje anda tudo preocupado com o dinheiro que se gasta aqui e ali. O Serviço Nacional de Saúde, para o estado, é uma preocupação enorme. O apoio a pessoas com necessidades especiais nas escolas idem aspas. Custam dinheiro que podia ser usado para... olhem, sei lá, comprar carros para algum membro do aparelho governativo.

Querem saber o curioso, no Terceiro Reich isso também era uma preocupação. Reparem no seguinte poster:


Legenda: 60000 RM é o que esta pessoa que sofre de defeitos hereditários custa à comunidade de Alemães durante o seu tempo de vida. Caro cidadão, este é o seu dinheiro também.

Sem mais comentários.

A direita da esquerda

fonte: El Fisgón "Como sobrevivir al neoliberalismo sin dejar de ser Mexicano" Grijalbo Press
retirado daqui

O neoliberalismo que começou com Reagan e Tatcher e mais recentemente por George W. Bush e seus amigos por todo o mundo que atrás dele foram, levaram o mundo à pior crise que havia memória desde 1929. Todos se maravilharam com o fim de todas as "incovenientes" regras de conduta e legalismos para regular os mercados. Era a era de ouro em que todos podiam comprar, vender e/ou negociar sem barreiras e tiques de esquerda. 

Bem, estamos todos a ver o que esta linda e magnifica direita neoliberal nos levou. Isto para não falar nas guerras que envolveu o mundo "ocidental" e que ainda hoje custam vidas humanas e rios de dinheiro a quem lá está e que não levam a lado nenhum.

Mas o mais giro disto tudo é que estes que nos levaram a esta situação económico-social ainda têm a distinta lata de se apregoarem como salvadores do mundo. Atiram a culpa para todos os lados sem perceberem [?] que eles foram o problema. Quando se é um problema não se pode ser solução, especialmente se a solução que propõem é a mesma receita de sempre. 

Em 1929 a única maneira de salvar as coisas foi com políticas sociais e de investimento público e mesmo assim as coisas só melhoraram com a infelicidade de uma Guerra Mundial que obrigou a gastos enormes por parte dos estados quer com o rearmamento quer com o recrutamento que levou à baixa do desemprego. 
Hoje, paradoxalmente, tenta-se salvar o doente dando-lhe mais daquilo que o pôs doente. Talvez fosse bom alguns fazerem um bocadinho de soulsearching e colocarem a mão na sua consciência, isto se ainda a têm. 

Sugiro a leitura disto.

A história repete-se



Da última vez na história que houve uma crise e cortes drásticos a países por terceiros, num deles, num certo e determinado ponto no tempo, um individuo chamado Adolf Hitler conseguiu chegar ao poder. O resto já toda a gente sabe.

Não deixa de ser interessante que o inicio do século XXI seja, em tudo, muito parecido com o século XX. Resta saber, então, quando começam as revoluções, quer as fascistas, quer as comunistas.

"At the risk of appearing to talk nonsense I tell you that the Nazi movement will go on for 1,000 years! ... Don't forget how people laughed at me 15 years ago when I declared that one day I would govern Germany. They laugh now, just as foolishly, when I declare that I shall remain in power! "
—Adolf Hitler to a British correspondent in Berlin, June 1934
fonte: wikipedia.org

Com estas medidas, fico contente por saber que vou pagar quase tanto de IVA com nos países nórdicos mas com uma diferença: não ganho mais regalias com isso, aliás, até as perco. 

P.S.: Coincidência ou não, a publicação deste post esteve difícil por problema técnicos do blogger. 

Finalmente!

Foi preciso alguém vir de fora de Portugal, Irlanda mais concretamente, para escrever uma biografia séria e sem tabus, uma biografia onde se diz as coisas como elas foram sem o insulto da esquerda ou o elogio da extrema-direita. A história de Portugal ficou mais rica. Pena é que cá, a mesquinhez e a cobardice tenha impedido alguém de o ter feito.

"O regime salazarista não era um monolito" - Gente - DN

Reblogagem: Papa Leão X

O post que se segue foi retirado do blogue Pérola de Cultura da Lelé Batita. Um excelente retrato de como a Igreja Católica, antes e agora, gere o negócio da Fé. Obrigado Lelé por me deixares repostar isto. 

As indulgências do Papa Leão X - crimes repugnantes e hediondos, redimíveis a dinheiro


A Taxa Camarae do Papa Leão X (1513-1521)

Um dos pontos culminantes da corrupção humana

A Taxa Camarae é um tarifário promulgado em 1517, pelo papa Leão X (1513-1521) destinado a vender indulgências, ou seja, o perdão dos pecados, a todos quantos pudessem pagar umas boas libras ao pontífice.
Como veremos na transcrição que se segue, não havia delito, por mais horrível que fosse, que não pudesse ser perdoado a troco de dinheiro.
Leão X declarou aberto o céu para todos aqueles, fossem clérigos ou leigos, que tivessem violado crianças e adultos, assassinado uma ou várias pessoas, ou abortado, desde que se manifestassem generosos com os cofres papais.

“ 1. O eclesiástico que cometa o pecado da carne, seja com freiras, seja com primas, sobrinhas ou afilhadas suas, seja, por fim, com outra mulher qualquer, será absolvido, mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.

2. Se o eclesiástico, além do pecado de fornicação, quiser ser absolvido do pecado contra a natureza ou de bestialidade, deve pagar 219 libras, 15 soldos. Mas se tiver apenas cometido pecado contra a natureza com meninos ou com animais e não com mulheres, somente pagará 131 libras e 15 soldos.

3. O sacerdote que desflorar uma virgem, pagará 2 libras e 8 soldos.

4. A religiosa que quiser alcançar a dignidade de abadessa depois de se ter entregue a um ou mais homens simultânea ou sucessivamente, quer dentro, quer fora do seu convento, pagará 131 libras e 15 soldos.

5. Os sacerdotes que quiserem viver maritalmente com parentes, pagarão 76 libras e 1 soldo.

6. Para todos os pecados de luxúria cometidos por um leigo, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo; no caso de incesto, acrescentar-se-ão em consciência 4 libras.

7. A mulher adúltera que queira ser absolvida para estar livre de todo e qualquer processo e obter uma ampla dispensa para prosseguir as suas relações ilícitas, pagará ao Papa 87 libras e 3 soldos. Em idêntica situação, o marido pagará a mesma soma; se tiverem cometido incesto com os seus filhos acrescentarão em consciência 6 libras.

8. A absolvição e a certeza de não serem perseguidos por crimes de rapina, roubo ou incêndio, custará aos culpados 131 libras e 7 soldos.

9. A absolvição de um simples assassínio cometido na pessoa de um leigo é fixada em 15 libras, 4 soldos e 3 dinheiros.

10. Se o assassino tiver morto a dois ou mais homens no mesmo dia, pagará como se tivesse apenas assassinado um.

11. O marido que tiver dado maus tratos à sua mulher, pagará aos cofres da chancelaria 3 libras e 4 soldos; se a tiver morto, pagará 17 libras, 15 soldos; se o tiver feito com a intenção de casar com outra, pagará um suplemento de 32 libras e 9 soldos. Se o marido tiver tido ajuda para cometer o crime, cada um dos seus ajudantes será absolvido mediante o pagamento de 2 libras.

12. Quem afogar o seu próprio filho pagará 17 libras e 15 soldos [ou seja, mais duas libras do que por matar um desconhecido (observação do autor do livro)]; caso matem o próprio filho, por mútuo consentimento, o pai e a mãe pagarão 27 libras e 1 soldo pela absolvição.

13. A mulher que destruir o filho que traz nas entranhas, assim como o pai que tiver contribuído para a perpetração do crime, pagarão cada um 17 libras e 15 soldos. Quem facilitar o aborto de uma criatura que não seja seu filho pagará menos 1 libra.

14. Pelo assassinato de um irmão, de uma irmã, de uma mãe ou de um pai, pagar-se-á 17 libras e 5 soldos.

15. Quem matar um bispo ou um prelado de hierarquia superior terá de pagar 131 libras, 14 soldos e 6 dinheiros.

16. O assassino que tiver morto mais de um sacerdote, sem ser de uma só vez, pagará 137 libras e 6 soldos pelo primeiro, e metade pelos restantes.

17. O bispo ou abade que cometa homicídio por emboscada, por acidente ou por necessidade, terá de pagar, para obter a absolvição, 179 libras e 14 soldos.

18. Quem quiser comprar antecipadamente a absolvição, por todo e qualquer homicídio acidental que venha a cometer no futuro, terá de pagar 168 libras e 15 soldos.

19. O herege que se converta pagará pela sua absolvição 269 libras. O filho de um herege queimado, enforcado ou de qualquer outro modo justiçado, só poderá reabilitar-se mediante o pagamento de 218 libras, 16 soldos e 9 dinheiros.

20. O eclesiástico que, não podendo saldar as suas dívidas, não quiser ver-se processado pelos seus credores, entregará ao pontífice 17 libras, 8 soldos e 6 dinheiros, e a dívida ser-lhe-á perdoada.

21. A licença para instalar pontos de venda de vários géneros, sob o pórtico das igrejas, será concedida mediante o pagamento de 45 libras, 19 soldos e 3 dinheiros.

22. O delito de contrabando e as fraudes relativas aos direitos do príncipe contarão 87 libras e 3 dinheiros.

23. A cidade que quiser obter para os seus habitantes ou para os seus sacerdotes, frades ou monjas autorização de comer carne e lacticínios nas épocas em que está vedado fazê-lo, pagará 781 libras e 10 soldos.

24. O convento que quiser mudar de regra e viver com menos abstinência do que a que estava prescrita, pagará 146 libras e 5 soldos.

25. O frade que para sua maior conveniência, ou gosto, quiser passar a vida numa ermida com uma mulher, entregará ao tesouro pontifício 45 libras e 19 soldos.

26. O apóstata vagabundo que quiser viver sem travas pagará o mesmo montante pela absolvição.

27. O mesmo montante terá de pagar o religioso, regular ou secular, que pretenda viajar vestido de leigo.

28. O filho bastardo de um prior que queira herdar a cura de seu pai, terá de pagar 27 libras e 1 soldo.

29. O bastardo que pretenda receber ordens sacras e usufruir de benefícios pagará 15 libras, 18 soldos e 6 dinheiros.

30. O filho de pais incógnitos que pretenda entrar nas ordens pagará ao tesouro pontifício 27 libras e 1 soldo.

31. Os leigos com defeitos físicos ou disformes, que pretendam receber ordens sacras e usufruir de benefícios pagarão à chancelaria apostólica 58 libras e 2 soldos.

32. Igual soma pagará o cego da vista direita, mas o cego da vista esquerda pagará ao Papa 10 libras e 7 soldos. Os vesgos pagarão 45 libras e 3 soldos.

33. Os eunucos que quiserem entrar nas ordens, pagarão a quantia de 310 libras e 15 soldos.

34. Quem, por simonia, (compra ou venda ilícita de benefícios eclesiásticos) quiser adquirir um ou mais benefícios deve dirigir-se aos tesoureiros do Papa que lhos venderão por um preço moderado.

35. Quem, por ter quebrado um juramento, quiser evitar qualquer perseguição e ver-se livre de qualquer marca de infâmia, pagará ao Papa 131 libras e15 soldos. Pagará ainda por cada um dos seus fiadores a quantia de 3 libras.”

No entanto, para a historiografia católica, o Papa Leão X, autor de um exemplo de corrupção tão grande como o que acabamos de ler, passa por ser o protagonista da «história do pontificado mais brilhante e talvez o mais perigoso da história da Igreja».

(Fonte: Rodríguez, Pepe (1997), Mentiras fundamentais da Igreja católica. Terramar - Editores, Distribuidores e Livreiros -
(1.ª edição portuguesa, Terramar, Outubro de 2001 - Anexo, pp. 345-348)

Retirado de Pérola de Cultura