London After Midnight - Sacrifice



Here we go again
We've taken it to the end,
With every waking moment
We face this silent torment.

I'd sacrifice,
Sacrifice myself to you,
Right here tonight
Because you know that I love you.

Sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Here tonight,
Because you know that I love you.

Darkness is all I want to see-
I could never put in to words,
What it is you mean to me...

I'd sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Right here tonight
Because you know that I love you.

Sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Here tonight,
Because you know that I love you.

Love you,
Love you...

The candle's burning low-
At the window to my soul...
The reaper's at my door now-
And he's come to take me home...

I'd sacrifice,
I'd sacrifice myself to you-
Right here tonight,
'Cause you know that I love you.

Sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Here tonight,
Because you know that I love you...

I-
I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
Sacrifice...

Sacrifice-
Myself to you,
Right here tonight,
'Cause you know that I love you.

I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
I'd sacrifice...

O trucidar dos heróis do futuro


Hoje em dia, em Portugal, fico com a sensação que, quanto maior é a escolaridade de uma pessoa e a respectiva posição profissional que ocupa, menor é a sua capacidade para entender o mundo real. Nas faculdades portuguesas, temos professores doutorados que nunca fizeram horas de serviço em lado nenhum ou as últimas que fizeram já fazem quase parte, diria eu, da "pré-história". 

Isto acontece em grande parte das áreas disciplinares. Das engenharias às humanidades o cenário parece-me ser o mesmo. Temos professores de engenharia a ensinarem coisas que nunca viram à frente salvo nas imagens dos livros. Temos professores de economia que nunca trabalharam em empresa alguma, limitando-se a fazerem estudos e lerem também mais uns quantos livrinhos. Temos professores a leccionar em cursos de acesso à carreira docente a ensinar coisas que para eles ou é teoria pura ou é teoria do passado. A última vez que puseram um pé dentro de uma escola com crianças, sejam elas de que idade forem, vai já há tanto tempo que se torna quase um ensino da história do ensino. 

O resultado disto é o que se vê. Temos licenciados que saem das universidades mal preparados e, em muitos casos, completamente e perfeitamente desactualizados da realidade actual. Podia dizer que isto se deve aos dinossauros da vida profissional portuguesa, aqueles que já ganharam o deles, já fizeram carreira e agora agarram-se ao lugar por uns meros trocos ou por simples medo de os deixarem de ouvir. Infelizmente, estes não são os únicos. Há professores mais novos na mesma situação. Sem experiência profissional ou qualquer conhecimento actual da realidade cientifica em que se inserem. 

Como se isto não bastasse, para além de não darem lugar a quem verdadeiramente sabe para ensinar e tem capacidade para o fazer, ainda se dão ao trabalho de sabotar toda e qualquer concorrência logo à nascença. Ou os alunos se mostram submissos e, como tal, não se mostram ameaças aos seus lugares estabelecidos ou então sofrem a ira dos "instalados". 

Pior do que isto, são os que insistem em dizer que sim com a cabeça a estes instalados, muitos dos quais fizeram nome antes mesmo dos actuais alunos do ensino superior terem nascido. Ao dizer-se que sim a a, b ou c só porque têm um nome "pomposo" ignorando todos os demais, com ou sem nome, leva-nos ao ponto em que chegamos em Portugal. Um país que teóricos que não vê a realidade dos factos, que se recusa mesmo a sequer fazer o esforço de abrir os olhos, e que se encontra hoje sem rumo e sem destino. Um país de feitos heróicos, hoje atirados para o esquecimento porque os actuais líderes e "fazedores" de líderes são demasiado pequenos, mesquinhos e, diria mesmo em alguns casos, imbecis para os igualarem.
O Ensino Superior, o sítio onde grande parte dos líderes de amanhã poderiam hoje ser feitos, está tomado por gente que pouco mais que o seu próprio umbigo vê. Gente que a sua maior ambição era chegar onde chegou sem mais nenhum objectivo na vida. Alguns, arrisco dizer, nem sabem bem até como lá chegaram. Infelizmente, esta [muito] pequena elite soube-se proteger bem dum exército de bajuladores sem vontade própria que vêm na oportunidade de repetir o que "o grande" diz uma hipótese de subirem na vida.

Felizmente, o futuro ainda pode ser salvo pois, como disse antes, esta elite é pequena e em muitos casos já próxima do caixão. Restará à restante maioria de professores actuais e futuros tomarem a rédea do Ensino Superior e levar os alunos a bom porto pelo bem de todos os cidadãos deste país que é Portugal.

Penthouse Portugal chega hoje às bancas - TV & Media - DN

Penthouse Portugal chega hoje às bancas - TV & Media - DN

Os senhores defensores da família contra isto não falam? E a Igreja Católica também está calada?

Estou confuso...



Segundo a notícia do jornal i, a Igreja Católica duma cidade da Suíça está a distribuir, veja-se bem, preservativos! Eu começo a ficar preocupado. Então não é a mesma Igreja cujos líderes repudiam o uso do preservativo e dizem que o sexo é só para efeitos de reprodução? Eu sei que eles andam um pouco confusos e que há padres e bispos que, esperando por algum milagre, tentam a todo o custo reproduzir com crianças. No entanto, esta coisa do braço direito fazer uma coisa e o esquerdo outra está a alastrar. 

O que me pergunto agora é como pode haver ainda gente que dê credibilidade a essa camada dirigente da Igreja Católica quando, na verdade, nem os seus próprios membros mais próximos das realidades sociais lhes dão ouvidos?!...

A Igreja Católica agora tem bares?



Bar João Paulo II vende cerveja mais barata - Globo - DN

A notícia que vos deixo em cima chamou-me a atenção pelo nome. Primeiro até pensei que era uma crítica da Igreja Católica a ter-se dado o nome dum dos seus Papas a um bar mas não. Na realidade foi a própria Igreja que criou o bar e para atrair clientela vende cerveja mais barata. 
Ora bem, a dúvida com que eu fico é: não são estes mesmos senhores que andam por aí a pregar a moral e bons costumes? Não é esta a mesma Igreja que fala nas virtudes duma vida recatada? Não é esta mesma instituição que critica a vida leviana dos tempos modernos? Pois, a mim quer-me fazer crer que sim mas, se calhar, estou enganado. Aliás devo ter certamente, pois uma Igreja que diz o que diz sobre costumes e que é contra estes sítios de divertimento nocturno por eles levaram, por exemplo, a promiscuidades sexuais, não pode ela própria criar um bar onde o principal produto é cerveja mais barata. 

Ou eu estou, de facto, enganado e a notícia é uma mentira ou então a Igreja Católica é mesmo só fogo de se ver. Dizem-me que a Igreja de hoje não é a mesma Igreja hipócrita do tempo da Inquisição. Sabem que mais? Dou cada vez mais razão a quem diz isto. A Igreja de hoje não é a Igreja hipócrita de antigamente. A de hoje é bem pior.

Não admira que as crianças católicas andem confusas e perdidas. Ouvem dizer uma coisa e depois vêem fazer outra...

Sugira-se à IC que o próximo bar a ser patrocinado seja um de alterne com o pretexto de se auxiliar psicologicamente e espiritualmente quem lá "trabalha".

Ah pois, é

Eu bem dizia que a coisa ia ficar cara... Não se acreditaram em mim mas aqui têm os números (alguns). O pior de tudo é que o senhor até deixou a sua bênção e vejam bem onde estamos.

Passada a euforia, a verdade

Dois casos mediáticos que eu aqui falei há uns tempos, o caso de Gonçalo Amaral, que viu o seu livro retirado das livrarias, e o caso de Manuela Moura Guedes e a sua saída da TVI.

Bem, soube hoje pelas notícias que o que disse aqui e aqui, em relação à inconstitucionalidade da recolha dos livros de Gonçalo Amaral, foi também a opinião do colectivo de juízes. Na altura, deste caso, pouco se falou na blogosfera. Pareciam que estava tudo com medo ou que se assobiava para o lado porque na altura o importante era malhar no Sócrates e isto pouco dava para isso.

Em contrapartida, falou-se muito de Manuela Moura Guedes, que meteu baixa durante um ano, andou a viver à custa dos nossos impostos e nem sequer estava doente pois foi apanhada pelos paparazzi na praia. Pior ainda, crucificou-se alguém por ter feito isto e aquilo enquanto esta senhora fazia de todos parvos e amealhava mais uns trocos, passava umas férias e ainda tinha publicidade gratuita.  Foi uma excelente época e meio de promoção da carreira, seguindo à risca a velha máxima: não importa o que dizem de mim desde que falem de mim

Diz ela agora que não fica na TVI porque não se sente bem. Pois, não deve sentir-se bem pois quem a substituiu é um jornalista a sério. Manuela Moura Guedes nem aos calcanhares conseguiria chegar-lhe.  Como se isto não bastasse, a dona, ainda tem a lata de dizer que faz parte dos milhares de desempregados!  Com o marido a ganhar o que ganha e ela com o fundo de desemprego que deve ter ou com a indemnização  que recebeu da TVI (não se sabe pois é tudo confidencial e, como tal, sinto-me na liberdade de especular à vontade) falar em "pertencer" aos desempregados é, no mínimo, insultuoso para quem anda pelas ruas da amargura que é o desemprego. 

Esta falta de bom senso foi o que realmente a levou para fora da TVI. Isto e a sua não-capacidade para ser jornalista. Quando muito ela poderia ser comentadora, agora jornalista nunca. 

Resumindo, não quero com isto atirar culpas mas antes que as pessoas pensem melhor antes de falarem e de culparem seja quem for e de pedirem sangue antes das coisas estarem concluídas e culpas atribuídas. Por muitas ingerências que tenha havido seja de quem for, o caso Manuela Moura Guedes, não foi mais do que um golpe publicitário que fez de quem a defendeu parvo.

O estado patético dos pacóvios de Portugal

Já há muito tempo que sabia que os portugueses têm a cabeça, essencialmente, para criar cabelo. Já sabia que o bom senso tinha partido desta terra para outras paragens há já uns séculos. O que ainda não me tinha apercebido é que, salvo uma muito pequenina percentagem da população, o país estava completamente louco. Dos políticos ao toxicodependente ali da esquina, passando por ricos e pobres, trabalhadores e preguiçosos, funcionários públicos e privados e por aí fora, endoideceu tudo.


Uma rápida olhadela aos comentários das versões online dos jornais nacionais e percebemos que ninguém sabe o que diz. Desde o insulto descabido ao comentário que apela ao ódio, não se sabe bem por quem ou porque, passando pelos pedidos de revoluções e morte de alguém, aparece tudo. Todos pedem alguma coisa sem perceberem bem no ponto que nós estamos. Infelizmente os comentários do "zé povinho" não são diferentes dos empresários, sindicatos, partidos políticos e do próprio governo. Todos acham que têm razão e que o seu quintal é mais importante que o do vizinho. Esquecem-se que os quintais todos juntos são de todos e é isso que faz um país.

Reparem, o governo aumenta impostos e corta nos salários, segurança social, reembolsos de IRS e por aí fora, para cobrir as asneiras dos últimos 30 anos. Neste tempo, fez-se de tudo por cá, como se fossemos um país com as reservas petrolíferas da Arábia Saudita ou como se estivéssemos todos sentados numa mina de ouro. Fizemos um CCB que custou, certamente, rios de dinheiro para uma presidência da europeia que duraria uns mesitos. Depois vieram duas capitais europeias da cultura onde se gastou milhões (Lisboa e Porto) e outras tantas por esse país fora que de pouco serviram salvo para gastar. Expo 98 e Euro 2004 onde se gastou mais do que aquilo que se foi buscar salvo a publicidade internacional que também não me parece ter servido muito por ela própria. Entretanto já pensamos em construir um novo aeroporto para a nossa ilustre capital e um TGV que, ao fim e ao cabo, não se sabe bem como vai ser pois ninguém se entende. Nos entretantos, construímos auto-estradas para todo o lado e para lado nenhum. Maravilhem-se que, e que me desculpem os insulares, até as ilhas com o seu [pouco] peso populacional, tráfego e área, têm direito a elas. No meio disto tudo ficou esquecida Bragança que, nem comboio (quanto mais TGV), nem auto-estrada. Também, quem é que precisa ir para lá? Aquilo fica lá nos confins do mundo da perspectiva de Lisboa. Os habitantes de Trás-os-Montes que se lixem.

Mas aqui podíamos pensar que o mal estava no governo e governantes. Pois... Talvez noutro lado, mas em Portugal não. O povinho continua a gastar como se estivesse tudo muito bem na vida. Em Lisboa, margem Sul, para além de um metro que tem o buraco financeiro que tem, ainda querem agora uma Ponte 25 de Abril sem portagens e, mais crucial, uma outra ponte pois os transportes que há não chegam. Barcos, comboios, autocarros para nada servem. O popó é que tem de ter sitio para circular e de graça. De preferência que se construam parques em todo o lado por forma a se poder estacionar à porta do trabalho. Os carros topo de gama continuam por aí a circular como se nada fosse.

As casas com rendas de 1000 € para cima, segundo me consta, também desaparecem num piscar de olhos. Os centros comerciais continuam a abarrotar nos fins-de-semana (e à semana também). Os hipermercados e supermercados não se queixam das quebras de vendas.

Os telemóveis (os topo de gama) continuam a desaparecer. Ainda outro dia, numa qualquer Worten, estava lá um grupo de jovens na casa dos seus 20s e poucos, com ar de quem vive do RSI ou NO e pediram para ver um telemóvel que custava, nada mais nada menos que 349€. A cara da vendedora só não conseguiu ultrapassar a minha própria perplexidade.

Os pacotes de Internet, TV por cabo ou fibra e todas essas coisas bonitas continuam a ter saída. Não sei se já contei aqui o caso da senhora que falava com o meu pai sobre os problemas financeiros que tinha. Segundo ela, nem sequer tinha dinheiro para comprar comida. O interessante disto é que a conversa foi feita pelo MSN com a dita em casa. Bem, para dar de comer as filhos não tinha mas lá para pagar Internet já havia. 

E podia continuar mas fico-me por aqui que isto já vai longo. Resumindo, o mal de se gastar o que se tem e não se tem é nacional e não do governo. Nesse ponto, até se poderia perguntar: se todo o santo português gasta o que tem e o que não tem só para dar nas vistas ao vizinho, porque não pode o governo fazer o mesmo?

No Magalhães Lemos há gente mais sã do que aquela que anda por estas ruas deste galinheiro à beira-mar plantado. Se se fossem todos tratar é que faziam bem. Arre!

Mais uma bonita noticia

Descontos dos recibos verdes vão aumentar em 2011 - Economia - DN

Já só faltavam mesmo os desgraçados dos recibos verdes. Bem, na volta isto até vai acabar com os recibos verdes pois, os pobres coitados que andam a ganhar o salário mínimo (ou menos a recibo verde) não lhes compensará trabalhar. Penso que ninguém estará disposto a ganhar para pagar unicamente impostos ao estado. A taxa de 5% às empresas que tenham mais de 80% do valor da sua actividade em trabalhadores independentes também é gira. Falta saber se os 5% ficam mais caros ou não que os outros descontos que teriam de fazer se não tivessem pessoas a recibos verdes.

Este governo está completamente louco. Não soube governar a casa e teve de cortar nos salários aos seus trabalhadores. Pior ainda, foi simpático o suficiente para, além de lhes cortar no rendimento ainda lhes sobe os impostos. Depois lembrou-se que isso era capaz de não chegar e sobe o IVA para 23% (perto do que se paga nos países nórdicos). Como se não bastasse, ainda achou que certos produtos de primeira necessidade deviam ser considerados bens de consumo supérfluos e passou-os da taxa mínima de IVA para a máxima.

Fizeram novamente as contas e isto ainda não chegava, era preciso diminuir mexer no IRS para se pagar mais e devolver menos. Mas, não satisfeito, não ficou por aqui. Cortou no RSI (aqui se calhar deveria ter acabado com ele e isso sim teria sido uma boa medida), nos abonos, na saúde, na educação...

À banca, disse que a ia obrigar a pagar uma taxa mas esqueceu-se de a regulamentar. Aos ministros, deputados e respectivos assessores, secretários, amigos e enteados, fez uns cortes aos quais eu chamaria "simbólicos" para enganar os tolinhos.

Ainda se lembrou de introduzir portagens mas, de preferência, só nas auto-estradas que eles e os amigos não utilizam muito. Depois, lá com uns empurrões, decidiu que as portagens eram para as SCUTS todas, a norte e a sul. Pelo meio, esqueceu-se de explicar como funcionariam os novos sistemas de pagamentos e que, para cobrar portagens, seria necessário ter o sistema informático todo a funcionar direito. Isso e ter os respectivos dispositivos à venda. Assim, para além de louco, o governo ainda fez [e faz] figura de palhaço por tentar cobrar sem ter os meios para o fazer prontos.

Pelo meio, assim como obra do Espírito Santo ou na Nossa Senhora dos Aflitos, ainda tiveram a boa nova de que a PT estava desejosa de ter o seu fundo de pensões integrado no orçamento de estado.

O que não fizeram foi cortar, diminuir ou atrasar as obras megalómanas e as construções de auto-estradas, escolas etc., pois tal iria por os amigos da construção civil descontentes. Também se esqueceu de cortar nos institutos públicos desnecessários, extinguindo-os ou fundindo-os com outros. Os submarinos também vieram e esqueceram-se de dizer à Chanceler Merkel que não os podiam pagar.

E ainda há uma coisa que toda a gente se está a esquecer: a organização da World Cup que Espanha e Portugal querem ganhar. Vai ser preciso pagar isso também.

Continue-se assim que vamos todos no bom caminho, para a falência.

The new economy

Last night I heard a very good description about this new economy some of us are trying to save leaving others in utter misery. It goes like this: take what you need and live a little back. Indeed and a very little part at that.

This is from a Justin Bond's song called "The new depression". I was trying to find the lyrics but I couldn't find any on the internet and I'm too lazy to find the music, listen to it and write down the lyrics myself.

Estupor!

Sem mais comentários. Para mais informações clique aqui.

Estado financia empresa da Mota-Engil - Bolsa - DN

Estado financia empresa da Mota-Engil - Bolsa - DN

Bonito isto! Mas agora tenho uma pergunta interessante para fazer: o que se vai fazer com esta informação?

Eu dou a resposta: nada. Assim vai o país das lamúrias. Se ao menos fosse assim, como em França mas não. Somos um país de bebés birrentos com greves para entreter criancinhas.

PS afinal é direita?

Imagem retirada daqui.

Nesta notícia de hoje do JN, podem-se ler algumas interessantes palavras de Francisco Assis, líder parlamentar do PS. O interessante das palavras dele é que, se não for dito quem as profere, parecem vindas da ala direita da política portuguesa. Aliás, se não se souber quem as diz, corre-se o risco de pensar que foram ditas por algum defensor do neoliberalismo.

Leiam-se então algumas tiradas.

"infelizmente, a extrema esquerda parlamentar continua presa a uma visão salvífica milenarista que a impede de encarar a realidade"

"No movimento comunista há uma componente estrutural de ordem genética: a incapacidade de compreensão da realidade"

"Os contributos que o movimento comunista deu em algumas parte do mundo trouxeram a miséria e a regressão das liberdades"

fonte: JN

Pois bem, tendo dito isto só falta saber agora se Francisco Assis está enganado no partido ou se considera antes que o PS tem sido tão ou mais de direita que o PSD e, porventura, o CDS... Ao fim e ao cabo, estas palavras são aquelas que se ouvem da boca da "extrema-direita" ou da direita meramente "neoliberal".

Virar tudo do avesso

Não costumo por textos inteiros aqui mas este está tão bom que não resisti. A sua autoria pertence a Baptista-Bastos. Sem mais rodeios aqui fica o texto para vosso deleite.

O paradigma de sociedade sob o qual temos vivido está a esboroar-se. E parece não haver resposta imediata para esta nova desagregação histórica. Em termos políticos somos herdeiros de um enredo corrompido que nos fez viver entre a opressão e o medo, o ódio e a resignação. Quem nos tem dirigido não possui estofo de estadista nem a dignidade de confessar a sua impotência. As últimas décadas são cerzidas com remendos, mistificações, ideologias esgotadas, sem nenhum dos dirigentes ter, alguma vez, apostado, seriamente, na verdade e na liberdade. Sem o menor rebuço nem a mais escassa repulsa, os governantes do PS e do PSD restauraram, nos últimos trinta e tal anos em que se sentaram no poder, o reino da indecisão, da infelicidade e da renúncia.

Os três ex-presidentes que foram ao Prós e Contras (RTP1, dia 11 de Outubro, p.p.) sublinharam essas características, e apenas nos incitaram a resistir e a procurar entender o mundo que nos foi imposto. Nenhum deles falou em resignação. Mas, como não estavam ali para pregar a virtude, nem para evocar excitações antigas, repetiram que a natureza do que nos acontece exige que impeçamos o mundo, o nosso pequeno, assustado e aflito mundo, de se desfazer totalmente. Como? De uma forma ou de outra disseram-nos que a "classe política" é um desfalecimento de causa, e que temos de nos haver e ungir com o que há. O que há, porém, é muito mau. Paciência, é assim.

O paradigma económico, social, político e cultural em que vivemos soçobra a olhos vistos. E ninguém analisa, explica e debate a origem do mal. Os nossos intelectuais mergulharam na nostalgia demencial dos seus insuportáveis universos e das suas angústias insignificantes, desligados das obrigações difíceis que, moralmente, lhes são exigidas. O jornalismo não explica porque não sabe. É penoso ler o que preopinantes impreparados escrevem sobre o que nos rodeia e, afinal, nos limita e escraviza. Os sinais do tempo não se reflectem numa imprensa pejada de comentadores do óbvio, notoriamente inclinada para um só lado da história. As televisões atingem os níveis da desonra. Não são, exclusivamente, "telelixo", constituem, em boa consciência, humilhações que nos infligem.

Soares, Eanes e Sampaio desconhecem como dar a volta ao texto no qual fomos enredados. A padronização do mundo, inculcada pelo capitalismo vitorioso, favorece não só o "pensamento único" (de que tanto se falou, há anos, com presunção e ignorância) como a democracia de superfície e a abdicação de pensar. Evidentemente, há perigos ocultos e ameaças latentes. Eanes falou nas explosões sociais inorgânicas que podem pôr em causa a própria definição de sociedade, tal como a entendemos. Pergunta-se: e essa não será a solução, virar tudo do avesso?


A verdade


Obrigado ao Miguel Loureiro por ter post isto no seu blogue.

Já agora gostaria de dizer algo ao Daniel Cohn-Bendit...

Durão Barroso n'a pas perdu les elections. Il a fui le pays avant.

Lutas ou folclore?

Li, no blogue da Anabela, uma iniciativa de protesto com o descalabro na gestão dos fundos públicos. A carta, que não reproduzirei sequer mas deixarei um link para ela aqui, é algo de gente que não é séria e mostra uma profunda demagogia em certas partes, se não cegueira completa.

Passo a explicar.

1º - O respectivo destinatário, muito certamente, não irá ler a carta, pelo menos não irá ler a quantidade de emails que lhe forem eventualmente enviados. Esse trabalho caberá a um administrativo pago com o dinheiro de todos nós, o qual, certamente e prontamente, enviará os ditos emails para o "lixo".

2º - Já que se está numa de renunciar, então faltam lá umas quantas renuncias graves. Falta renunciar à ineficiência de alguma função publica, aos horários de alguns funcionários públicos (e não me refiro aos de topo pois a esses os horários seriam apenas a ponta do icebergue) que começam a trabalhar as 9h e acabam às 16h. Falta renunciar às presente políticas educativas, assunto no qual, pelos vistos, está tudo bem e não se renuncia a nada. E podia continuar mas escuso-me. Referir apenas o PRACE é, no mínimo, redutor.

4º - A data altura, diz-se na carta e agora transcrevo "Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmíssima medida do corte nas transferências". Empobrecimento desta democracia é um eufemismo. Cortar o financiamento público das campanhas eleitorais seria por os políticos nas mãos dos "privados", os quais não seriam mais que as grandes empresas. Apenas estes teriam a capacidade de financiar campanhas. Se se está a propor em não haver financiamento exterior, então das duas uma, ou não haveria capacidade financeira de fazer campanhas eleitorais o que levaria a um fim da pouca democracia que temos, ou então seria limitar os candidatos aos "ricos" do país. Passaríamos de democracia para uma clara oligarquia.

5º - Importava esclarecer o que é, e cito, uma "mensagem política honesta, clara e simples".

6º - Sem me alongar mais, refiro apenas a mera possibilidade de isto poder ser encarado como uma tentativa de entupir o servidor ou até mesmo a caixa de correio respectiva e, como tal, crime. Talvez nesta esteja a ser exagerado mas, face às coisas que são levadas a tribunal nos últimos tempos em Portugal, não me parecia estranho este argumento.

Por estas razões todas, talvez fosse altura de acabar com esta psedo luta que a nada leva e, se quiserem mudar de facto as coisas, começar-se a falar a verdade sem folclore e populismo ao desbarato. Numa altura onde uma certa elite mente para preservar os tachos e negociatas estranhas, as melhores armas são a clareza, a seriedade e a verdade. Como se diz the truth shall set you free.

Querem-se greves? Então façam-se greves por mais de um dia. Aliás, que se façam greves gerais e, sobretudo, generalizadas pelo tempo que for preciso até as coisas mudarem. Leia-se como a Índia sob a liderança de Ghandi conseguiu que os britânicos fossem embora. Leia-se, aprenda-se e repita-se a receita. Querem cartas? Então que se façam abaixo-assinados sérios e sem populismos. Penso que o partido já teve folclore político e melodrama barato que chegue. Este último, deixe-se para as telenovelas.

É uma pena que, uma boa ideia que seria esta carta (com as devidas alterações) se transformada em abaixo-assinado comprovado e fidedigno, seja transformada em populismo.

Não tenciono com isto insultar que decidiu ir na onda. Cada um é livre de fazer o que quiser mas, na minha opinião, este não é o caminho.

Recordo ainda que, foi o populismo dum certo senhor, de seu nome Adolf Hitler, que o levou ao poder na década de 30 na Alemanha, então democrática.

Sócrates é bom mas nem tanto...



Anda agora na moda dizer que o estado do pais é culpa de José Sócrates. Bem, tal afirmação, para além de exagerada é completamente falsa. O homem é bom mas nem tanto. Olhemos para a cronologia dos nossos governantes.

Agora temos Sócrates que, por ser tão actual, escusa recordações.

Antes tivemos Santana o qual correram com ele antes de ter tempo de fazer seja o que for mas que já se preparava para umas quantas obras megalómanas com um deficit galopante.

Já tínhamos tido Barroso, Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas. O primeiro fugiu depois de ter deixado a segunda vender o património todo que havia para vender e o terceiro comprar uns quantos submarinos. Note-se que a coisa estava tão boa na altura que Manuela Ferreira Leite preferiu deixar cair o governo a tomar o lugar que era "hereditariamente" dela. Sim, a senhora na altura era a número dois do governo.

Resultado orçamental deste governo: deficit galopante. Quando saíram de lá, o deficit tinha uma estimativa de 6,1% do PIB caso não tivesse sido corrigido. Mesmo assim, depois de terem vendido património, aumentado os impostos, no último ano completo tiveram um deficit de 3,8% do PIB.

Andando mais para trás tivemos Guterres, o Sorridente Dialogante. Infelizmente fui tudo que ele consegui fazer... amigos com o seu sorriso e fundos para todos.

Resultado orçamental deste governo: "descontrolo" das contas públicas e o começo do "controlo do deficit". No último ano de governo completo de Guterres, 2001, o deficit foi de 4,39% do PIB. No ano da saída de Guterres e entrada de Barroso, o deficit estava nos 3,8% do PIB. (fonte: pordata)

Mesmo antes de Guterres, ainda tivemos o agora Presidente, Cavaco Silva, o Infalível. Este era aquele que raramente tinha dúvidas e nunca estava errado. Aquele que vendeu a agricultura, pescas e industrias associadas a troco de uns trocos para fazer um CCB, IPs com traçados miseráveis, autoestradas com erros de concepção e fundos para todo o santo empresário têxtil e agrícola comprar carro(s) e casa(s) com piscina. Quando deixaram de concordar com ele, estudantes e operários, foram brindados com cargas policiais como nem aos criminosos se fez em Portugal.

Resultado orçamental deste governo: um deficit de 4.28% do PIB (fonte: pordata) - na altura, pelos vistos, não era problemático.

Ainda acham que estamos assim só pelo Sócrates?

Esta coisa dos deficit também não deixa de ser engraçada. Depois de tanto aumento de impostos, venda de património e algum corte das despesas o desgraçado teima, nos últimos anos dum ciclo governativo não descer abaixo dos 3%. Também é engraçado que, Cavaco Silva, (e com contas assim feitas por alto com dados recolhidos do CIA World Fact Book) tenha andado sempre com deficits de acima de 4%.

Temos pena!

O seguinte comentário foi retirado daqui e, infelizmente, demonstra bem o problema que temos na função pública. A mentalidade que se instalou nos funcionários públicos é a principal inimiga do próprio funcionalismo público.

carlos pereira
06.10.2010/14:46

Grande inveja vai por aí. Afinal o que querem? Ser tambem funcionários do Estado? Não, não, que isso não é para todos. Fiquem na privada que estão muito bem. E toca a trabalhar para o engrandecimento do país. E quanto a mim, funcionário público, vou continuar a observar para ver se os meninos invejosos continuam a produzir para eu continuar bem instalado na vida. Bons sonhos, bom trabalhinho e vejam se não fogem aos impostos que é para eu poder viver à grande.

Eu creio que, se bem que haja alguma inveja pelos que já lá estão no funcionalismo público, o maior sentimento é o de revolta. Revolta porque, de facto, o funcionalismo público vive uma situação privilegiada em relação ao que não é funcionalismo público. Isto não quer dizer que os culpados do país estar como está sejam eles, mas quando se vê a discrepância salarial dentro da função pública e fora da função pública, a juntar aos horários de trabalho etc e tal, compreende-se porque o comum dos mortais possa estar revoltado e possa até culpar o funcionalismo do estado pelo estado do país. 

Se me perguntam se é justo ou não, aí a resposta é mais dificil. O funcionalismo público é, ele próprio o seu pior inimigo e tem sido ele próprio responsável pelo descrédito que hoje ele tem. Agora se foi ele que levou o país ao estado caótico, isso é óbvio que não. Aí a culpa é dos dirigentes deste país que não sabem dirigir nada (salvo o seu próprio bolso) e dos restantes que nada fazem para que as coisas mudem, limitando-se à critica e insulto barato.

Em todo o caso, seria bom que os funcionários públicos de certas e determinadas áreas pusessem a mão na consciência e reparassem que mais ninguém trabalha das 9h as 16h com 1-2h para almoço. Isto ainda ganhando o rico salário ao final do mês com direito a férias garantido etc e tal.

Agora podem todos saltar, gritar e espumarem-se todos pela boca, funcionário público ou não, sobre os cortes e impostos. O certo é que, enquanto não se chegou aqui vivam, aparentemente, todos no paraíso. Os FP exigiam aumentos de salários (segundo me lembro, houve até um sindicato de enfermeiros que queriam 4,5% de aumento quando o resto da FP já nada via), os privados continuavam a gastar o que tinham e o que não tinham em telemóveis, Internet, carros, portáteis, etc. Todos quiseram gozar a vida até ao limite. Pois bem, o limite chegou e se não queriam estar como estão agora deviam ter pensado enquanto foi tempo.

Agora resta-nos tentar limpar a casa dos anos de excessos. Privados e  Função Pública, agora não há volta a dar. Aguentem-se à bronca e chega de tentar arranjar artifícios para se poder continuar a gozar à brava. Essa história da inconstitucionalidade é tão má cara que demoraram este tempo todo a para pensar nela.

Preocupações de ontem e hoje

Hoje anda tudo preocupado com o dinheiro que se gasta aqui e ali. O Serviço Nacional de Saúde, para o estado, é uma preocupação enorme. O apoio a pessoas com necessidades especiais nas escolas idem aspas. Custam dinheiro que podia ser usado para... olhem, sei lá, comprar carros para algum membro do aparelho governativo.

Querem saber o curioso, no Terceiro Reich isso também era uma preocupação. Reparem no seguinte poster:


Legenda: 60000 RM é o que esta pessoa que sofre de defeitos hereditários custa à comunidade de Alemães durante o seu tempo de vida. Caro cidadão, este é o seu dinheiro também.

Sem mais comentários.

Para recordar a história



Uma história para os políticos e economistas de hoje lerem e recordarem que, quando paga o justo pelo pecador, as coisas podem dar para o torto. Seria bom que eles pensassem sobre isto.

Sugiro, então, a seguinte leitura:

Uma dívida que se pagou caro - Opinião - DN

A direita da esquerda

fonte: El Fisgón "Como sobrevivir al neoliberalismo sin dejar de ser Mexicano" Grijalbo Press
retirado daqui

O neoliberalismo que começou com Reagan e Tatcher e mais recentemente por George W. Bush e seus amigos por todo o mundo que atrás dele foram, levaram o mundo à pior crise que havia memória desde 1929. Todos se maravilharam com o fim de todas as "incovenientes" regras de conduta e legalismos para regular os mercados. Era a era de ouro em que todos podiam comprar, vender e/ou negociar sem barreiras e tiques de esquerda. 

Bem, estamos todos a ver o que esta linda e magnifica direita neoliberal nos levou. Isto para não falar nas guerras que envolveu o mundo "ocidental" e que ainda hoje custam vidas humanas e rios de dinheiro a quem lá está e que não levam a lado nenhum.

Mas o mais giro disto tudo é que estes que nos levaram a esta situação económico-social ainda têm a distinta lata de se apregoarem como salvadores do mundo. Atiram a culpa para todos os lados sem perceberem [?] que eles foram o problema. Quando se é um problema não se pode ser solução, especialmente se a solução que propõem é a mesma receita de sempre. 

Em 1929 a única maneira de salvar as coisas foi com políticas sociais e de investimento público e mesmo assim as coisas só melhoraram com a infelicidade de uma Guerra Mundial que obrigou a gastos enormes por parte dos estados quer com o rearmamento quer com o recrutamento que levou à baixa do desemprego. 
Hoje, paradoxalmente, tenta-se salvar o doente dando-lhe mais daquilo que o pôs doente. Talvez fosse bom alguns fazerem um bocadinho de soulsearching e colocarem a mão na sua consciência, isto se ainda a têm. 

Sugiro a leitura disto.