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Preconceito disfarçado de opinião.

Sobre a adopção gay por José Miguel Tavares

Já há muito tempo que deixei de ler este fulano pois sentia-me sempre um pouco mais estúpido no final. Isto porque os argumentos que usa para justificar as suas posições provocam uma hecatombe na minha cabeça (onde os meus neurónios assumem o papel das reses sacrificadas).

No entanto, numa onda masoquista, decidi arriscar e ler outra vez. Não saí desiludido, apenas com menos umas quantas centenas de neurónios.

O argumento de que é preciso mais debate para este assunto (e do aborto também - dois referendos não são, aparentemente, suficientes para um amplo debate) é verdadeiramente fascinante. Já se anda a debater esta questão há mais de 10 anos. Não sei quanto tempo mais de debate é que esta gente acha adequado e apenas posso interpretar este argumento como hipócrisia e demagogia feita para esconder ou disfarçar a verdadeira razão: preconceito e homofobia.

Em cima disto, há também os casos reais onde crianças já são criadas por casais do mesmo sexo e não há indicações que os petizes estejam a sair ou já tenham saido mentalmente desiquilibrados. Mesmo que assim fosse, então estes casais estariam apenas a seguir o exemplo dos casais de sexo diferente, os quais são peritos em perturbar as crianças - se assim não fosse, não haveria necessidade de recorrer tanto a psicólogos e psiquiatras com os petizes.

Temos ainda os inúmeros pareceres científicos onde é claramente dito que não há diferenças de comportamento (salvo, porventura, a menor quantidade de preconceito na cabeças dos putos) entre crianças criadas por casais heterossexuais ou homossexuais.

O melhor de tudo é quando dizem que é necessário salvaguardar o interesse da criança. Certamente. Nesse caso, sugiro que se proiba a adopção. É que, olhando bem para a coisa, quando um casal heterossexual vai adoptar não vai a dizer: eu nem quero ter crianças, mas vou fazer esse enorme sacrificio para que uma delas possa ter uma vida melhor. Por favor, poupem-me. O raciocínio da adopção é um raciocínio egoista. Os candidatos a adoptantes querem adoptar por ELES querem ter uma criança. Isto é válido para casais heterossexuais, casais homossexuais e pessoas singulares.

Toda esta argumentação é da mais profunda hipócrisia e só mesmo o preconceito e ignorância juntos permitem que alguém diga semelhantes coisas. Acho interessante quando se argumenta a necessidade da criança ter uma figura masculina e feminina para um bom crescimento. Ora bem, então se isso é impedimento, então a lei da adopção tem que ser imediatamente revista. Tem que se retirar da lei a possibilidade de pessoas singulares poderem adoptar. Não se pode permitir também que só haja um pai ou uma mãe. No caso de pessoas solteiras com filhos, há que lhes obrigar a terem acompanhamento psicológico para a criança ou, simplesmente, retirar-lhes a prole.

Este argumento da necessidade de figuras de ambos os sexos é tão fraco que só mesmo a tentativa de disfarçar preconceitos justifica o seu uso.

A língua portuguesa confude-me...



Em relação às novas regras que, pelos vistos, darão aos Recibos Verdes subsidio de desemprego faz o jornalista do DN a seguinte citação:


Agora pergunto-me, se não é para os actuais desempregados e para as pessoas que estão actualmente empregadas, é para quem? 
Fico na dúvida se foi o jornalista que não soube explicar nos míseros parágrafos que dedicou a isto, o que não me surpreenderia, ou se é o Ministro que, numa tentativa de ficar bem na fotografia, o que queria dizer era mesmo "isto é só para fazer propaganda pois só quem começar agora a trabalhar é que, daqui a 12 meses, poderá receber alguma coisa. Já agora, acrescente-se que à questão dos recibos verdes, estão outra bonificações no subsidio de desemprego para os demais trabalhadores. 

Ou seja, altera-se a lei, cumpre-se com a troika e fica-se bem na imagem. Como cereja em cima do bolo fica o facto do governo só ter que pagar alguma coisa em 2013, já mais para o fim do mandato onde já não terá de se preocupar tanto com o deficit/austeridade, mas sim com as próximas eleições legislativas.

Fico portanto na dúvida se é o jornalista que não sabe português ou se é o Ministro que anda a fazer campanha eleitoral antecipada (à bom estilo CDS das feiras e dos submarinos) ou ainda se é um pouco das duas.

A notícia pode ser consultada clicando na citação acima transcrita ou aqui.

Grupos de trabalho com conclusões pré-definidas



Como em grande parte de tudo que este PSD e CDS fizeram, desde a sabotagem do último governo, passando pelas eleições até ao seu [des]governo, também na questão do serviço público há má fé. Era óbvio que em todos os grupos de trabalho que este governo instituiu, as decisões já estavam tomadas à partida.

No da RTP, houve gente que, aparentemente, não gosta de ser feita palhaça e bateu com a porta na cara do Ministro e do Governo. Os meus parabéns às pessoas em causa. Pena que a grande parte das pessoas se venda facilmente.

O desespero da direita e um fantasma do passado




Perante um Orçamento de Estado tão mau e no qual só alguns interessados se revêem, o voto da esquerda começa a preocupar a direita. Preocupa-os tanto que há que chamar ao presente um fantasma do passado: José Sócrates. O antigo inimigo público número um está de volta, ressuscitado e tentar sabotar os esforços para [en]direitar o país. 
Este jornalismo de meia tigela, este intriguismo político, esta falta de bom senso e estas lógicas distorcidas trazem-me à mente o caso de Manuela Moura Guedes e Mário Crespo à mente. Por notória falta de competência na sua área profissional, por desconhecerem o que é ser jornalista, esses dois começaram um campanha vergonhosa de mau dizer. Foi verdade, foi mentira? Não sei, nem me interessa porque no final o resultado foi mais dinheiro que lhes entrou nos cofres. Um com uma férias de "baixa" e outro com promoção ao seu livro. Enfim, populismos que só com um povinho intelectualmente embrutecido como o português é que poderiam ter resultados.

Agora volta-se recuperar a estratégia para vender mais uns jornais. Notícias sem sentido e conclusões absurdas de quem vê telenovelas a mais e confunde trabalho jornalístico com o de novelista. 

Em primeiro lugar, se fosse Pinto Balsemão a dar conselhos a Passos Coelho era normal. Se fosse Cavaco a falar com Manuela Ferreira Leite, idem aspas. O problema aqui é ser Sócrates. Goste-se do homem ou não, concorde-se com ele ou não há factos inegáveis. José Sócrates foi Primeiro-Ministro e Secretário Geral do PS, logo é normal que hajam conversas entre ele, deputados do PS e o líder desse mesmo Partido. Mais, creio que Seguro e Sócrates são amigos logo é normal também que dois amigos se juntem para almoçar ou jantar. Sendo ambos, é normal que juntem trabalho ao lazer. 

Também é normal, visto isto ser [?] uma democracia livre, que as pessoas podem ter opiniões e que as possam partilhar com quem bem quiserem. Logo, não vejo o problema de Sócrates falar seja com quem for sobre seja que assunto for. Aqui, o Público, tenta limitar a liberdade de expressão associando, através de intrigas mesquinhas e conclusões alucinantes (ou então o jornalista em causa não sabe escrever), a opinião de um cidadão à opinião negativa que o país tem dele. É uma espécie de falácia de autoridade de pernas para o ar. Por ter sido pessoa X dizer, está mal, está errado e cruzes abrenúncio que é quase obra do Demo.

Repare-se na notícia:


Mas então, um grupo de membros e deputados do PS não pode juntar-se para fazer pressão sobre que assunto for no seu partido? Não é isto, também, a política? Mas isto agora é o líder diz, o resto faz. Andamos a brincar ao Simon says?! Ou será que o Público anda a ver fantasmas ou tentar inventá-los? 

Almoçaram em Paris e NÃO se sabe do que falaram (José Sócrates e António José Seguro). Mas pelos vistos o Público sabe de uma "estratégia" (uuuuhhh medo, os Socialistas com estratégias!) de APOIANTES de José Sócrates... Volto a perguntar, o que é que leva o Público a concluir que Sócrates está por detrás disto? Temo que nas próximas edições se veja o Público a dizer que, a eleição de Passos Coelho foi tudo uma tramóia do malvado do Sócrates. 

Conclusão e sem detalhar mais esta não-notícia, ou o Público decidiu virar tablóide ou alguém na direita está com medo de qualquer coisa. Será que os própios Jotinhas & Companhia LDA agora acham que o Orçamento é assim tão mau que a única razão que encontram para se votar nele é o desgraçado desse homem do Demo, José Sócrates, não querer que ele passe?

Isto deve ser o Halloween.


A distorção da realidade baseada em preconceitos

 
Sexagenário preso por abuso sexual reiterado a menina de 10 anos - JN

Pedófilos atacam alunos da escola agrícola de Chaves - JN

Não sei se já repararam que, sempre que há uma crise onde a direita em Portugal está metida, começam a aparecer nos jornais casos de violação de menores. Com Durão Barroso, por exemplo, foi o caso Casa Pia (ainda por resolver).

Outra coisa interessante de notar, é a maneira como estes jornalistas de meia tigela abordam os casos. No primeiro, é um sexagenário que abusa de uma menina. No segundo, já é pedofilia pois trata-se de violação de rapazes. Ou seja, a coisa é a mesma mas, no primeiro como é pedofilia heterossexual é um abuso. No segundo, onde a pedofilia é homossexual, já é Pedofilia, não é abuso sexual. 

Interessante notar também o contraste da gravidade dos textos. No primeiro, é uma mera constatação de um facto. No segundo, é uma ofensa gravíssima. Agora repare-se como é distorcida esta maneira de falar das coisas. No caso do sexagenário, estamos a falar de uma violação continuada, de um membro da familia a outro. No segundo, estamos a falar de jovens que são aliciados com dinheiro e coisas afins para actos sexuais. Ou seja, no primeiro, apesar de ser uma pedofilia forçada é apenas considerado um abuso enquanto que no segundo, onde os putos até são pagos e, concluo, vão de livre e espontânea vontade, é pedofilia, são "atacados" como diz a notícia.

Em vez de se tratar o que é igual por igual e o que é diferente de maneira diferente, não. Põe-se tudo no mesmo saco, mistura-se muito bem e, como resultado, temos algo subjectivo, repleto de preconceitos e mentiras. Pior, chega-se a atenuar uma violação no seio familiar e agrava-se um acto que, por ilegal e repugnante que seja, foi consentido e pago. 

No final, fico com a ideia que, em Portugal, as palas são grandes e que, no lugar onde deveria estar a cabeça, os portugueses têm merda. 


Magnifico URL do jornal Público

Não podia deixar de publicar esta pérola do jornal Público. Perante a notícia desta proposta de aumento brutal do preço da electricidade, o jornalista pôs no URL da página "http://economia.publico.pt/Noticia/Filhos-de-uma-grande-puta-2012_1512168". 

Denoto um pouco de irritação para com este governo e esta gente fora dele que também nos governa. Talvez este pequeno exemplo de mau feitio seja o começo do fim deste triste e curto período da nossa história. 

E eu bem digo que lá para o final do ano começamos a falar a sério em novas eleições. Repare-se que ainda hoje saiu uma sondagem no DN.

Em todo o caso, mas que brilhante exemplo de mau feitio adorável este. XD

Pai desmente que tenha entregue filho na PSP


Como eu gosto de gente louca que adora fazer passar os outros por loucos e estúpidos. 

Então não é que sua excelência, este fantástico progenitor, diz agora que não foi à esquadra? Mas ele tem noção do que diz ou fala porque ficou com o cú quente? Estará consciente ele que acabou de acusar o JN e a PSP de mentirem? O jornal ainda estou como o outro, podia ter havido informações erradas, agora a PSP? Não me parece que os polícias andem a inventar histórias de pessoas que lhes vão às tantas da madrugada à esquadra para entregar o filho por este ser homossexual! 

Esta coisa de ser homofóbico e depois se ter vergonha de o ser quando a sociedade recrimina esse comportamento tem que se lhe diga... De facto, o pai deveria procurar um médico mas não para o filho como ele anuncia na notícia. Ele deveria procurar um psiquiatra para tratar a insanidade e confusão que vai na sua própria cabeça.

Fico surpreendido e esperançado que esta anunciada investigação dê frutos porque este pai não merece ter seja que filho for. 

Registo também que, de todas as associações LGBTs, só a amplos (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) se dignou a falar do caso e, mesmo assim, fez pouco a meu ver. Não consegui achar mais nada em nenhuma das outras.

Se baixeza, ignorância e embrutecimento intelectual em Portugal desse dinheiro... não haveria deficit

 
Pai entrega filho em esquadra por ser gay - JN

Um pai entregou, na madrugada de quinta-feira, o filho na esquadra da PSP Valadares, em Vila Nova de Gaia, por ter descoberto a orientação sexual do menor, ao início da noite.

Segundo fonte policial, o progenitor perseguiu o menor, com 15 anos, logo que este lhe pediu autorização para uma saída nocturna com amigos. O pai foi então encontrar o adolescente na discoteca Pride, no Porto, pelas 1.30 horas de quinta-feira.

Reagindo a quente, alegadamente, o homem accionou primeiro várias autoridades, acusando a gestão do espaço - maioritariamente frequentado por jovens homossexuais - de ter permitido a entrada do menor.

Tendo em conta que a PSP pouco mais terá feito que registar a falha de identificação na entrada do espaço, apenas permitido a maiores de 18 anos, pai e filho regressaram então a casa, a Valadares.

Pelas 4.30 horas, o progenitor, engenheiro de profissão, apresentou-se na PSP daquela localidade com o adolescente lavado em lágrimas, para o entregar aos polícias que estavam de serviço.

O JN sabe que o pai se recusou a ficar com o filho em casa, tendo sido accionado o serviço de emergência social para encontrar uma resposta de albergue para o jovem.

Perante uma notícia destas, apenas faço três comentários, pois ando sem paciência para boas maneiras e, sobretudo, para o politicamente correcto.

1- Isto demonstra o estado em que andam os estabelecimentos nocturnos e a respectiva segurança. Nada mais digo sobre o assunto.

2- O jornalista deve estar bêbado pois chamar progenitor a esta reles e desprezável criatura é um insulto a todo o bom pai e mãe deste pais.

3- Esta Reles e Desprezável criatura, esta Desculpa para ser humano e autêntico Desperdício de Carne e Alma, é apenas o produto de educação moral cristã da igreja católica. Isto são os valores que a igreja incute. Esta é a sua noção de família. Este deve ser o amor pelo outro que os padres ensinam nas paróquias... No final, apenas me apetece dizer mais uma coisa: Diabo os carregue a este e a todos como ele. Ipse venena bibas é tudo o que lhe desejo.

P.S.: O uso trocado de maiúsculas e minúsculas foi intencional.

"Passos é bonito e gosto do corte de cabelo do das finanças"

 
"Passos é bonito e gosto do corte de cabelo do das finanças" - Portugal - DN

Isto foi o que de melhor o jornalista encontrou para dizer na entrevista desta socióloga. Quando nada mais há para falar, fala-se do que pouco importa. Numa sociedade supérflua, comodista e estupidificada como a de hoje, o importante é parecer-se bem. O ser, é um verbo em desuso.

Bairrismos

1.ª portagem era 10 cêntimos, hoje é 15 vezes mais - Portugal - DN

Vão-me desculpar o bairrismo mas... Enquanto foi nas SCUTs do Norte, era bom que se pagasse portagens! Afinal eles, lá em baixo, não tinham de pagar manutenção de coisas dos outros. Ainda me lembro de ver os comentários que se viam por aí nos Jornais e afins. Mas quando é lá em baixo que se põe portagem... Ah pois... Muda-se logo de opinião.

A notícia também é interessante, logo mesmo pelo título. Então e custo de vida etc e tal, aumentou quanto? Mas estes jornalistas tiram o curso onde? É melhor não responder... 

Desculpem a franqueza, mas este país é uma verdadeira tristeza. É o cumulo da mediocridade. E mais não digo...

E mais sondagens ainda...


Eu bem digo que isto é uma palhaçada. Isto não são eleições, são guerras de comadres.

Reparem na seguinte notícia do ionline: "Um dia depois da sondagem da Intercampus (Público/TVI) ter dado uma subida de votação para PSD (39,6%), distanciando os sociais-democratas do PS (33,2%), a Universidade Católica mostra um empate técnico entre os dois partidos, com 36% das intenções de voto para cada um."

Parece que estamos num circo. Um dia sai uma sondagem a dar vitória ao PS. Noutro sai uma a dar ao PSD e depois ainda aparece outra com os dois empatados. Esta guerrinha de [des]informação é patética para os políticos mas mais patética é ainda para os meios de comunicação social que parece que entraram agora numa guerra de sondagens...

Haja paciência! Deixe-se é o povo tranquilamente decidir que é o que se precisa, de uma boa decisão (se tal é possível com tão maus candidatos)... 

Aqui fica a lista das sondagens com respectiva data.


E podia continuar mas prefiro deixar aqui um link com um resumo de quase todas as sondagens. São quase diárias e, é normal que as empresas de sondagens as façam. O que não é normal é que apareçam todos os dias nos noticiários como principal notícia do dia, sempre que PS empatam ou desempatam.

Resumo das sondagens pode ser consultado aqui.

Eleições viradas em corrida de sondagens...

 
Com a constante catadupa de sondagens que tem havido, as eleições que se seguem deixaram de o ser. Com tanta sondagem que ora dá a vitória a PS, ora dá a vitória a PSD, ora declara que eles estão empatados, ficamos a saber que os jornalistas em Portugal estão a perder a sua vocação que é relatar jogos de futebol.

Isso ou então, a desonestidade dos meios informativos chegou a tal ponto que, enquanto as sondagens não derem o resultado que se quer, fazem-se sondagens atrás de sondagens até se ter o resultado esperado. A isto não se pode chamar eleições livres. A isto chama-se manipulação eleitoral. Pergunto-me se os meios de informação portugueses terão ido à República Popular da China aprender a técnica de altifalantes espalhados nas ruas para dizer às pessoas quem são os bons ou os maus.

Honestamente, nesta altura do campeonato, com o leque de maus candidatos que temos, bem pior do que foi o das eleições presidenciais, pouco me importa quem para lá vai. Qualquer das duas principais opções coligadas ou sozinhas vai ser uma tragédia para o país. O que me importa verdadeiramente, neste caso, é que as pessoas possam fazer uma escolha verdadeiramente pessoal e livre. Com a actuação dos meios informativos, os quais são peritos em desinformação ou não-notícias, as pessoas são manipuladas a votarem neste ou naquele, especialmente se considerarmos que ninguém gosta de perder e que muita gente vai votar naquele que pensa que vai ganhar.
Ainda irei falar mais, noutro post, acerca da porcaria de jornalismo que hoje temos em Portugal.

Jornalista confuso ou FMI enganado?



FMI quer que casas fiquem mais caras - Economia - DN

Antes de falar do conteúdo da notícia vou falar da forma dela. Este título e o conteúdo da notícia é um exemplo do mau jornalismo que se faz em Portugal. Repare-se que o título é o que é mas algures no meio do texto da mesma pode-se ler "O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) vão propor alterações ao mercado da habitação em Portugal, substituindo o conceito de casa própria pelo arrendamento" e mais à frente ainda se pode ler também "Os peritos, Governo incluído, argumentam que os preços têm margem para subir - há muitas rendas que não reflectem o real valor das casas, o mercado está desvalorizado e as famílias estão demasiado endividadas e amarradas à prestação da casa."

Ora bem, ponto número um. Afinal o título é enganador porque o jornalista dá a entender que se está a falar no valor das casas para venda quando, na realidade, se está a falar do valor das rendas. Depois não percebo bem se é o jornalista que não sabe o que escreve se é o governo e FMI que não sabem o que dizem e, de tal forma confundiram o jornalista que este dá o dito por não dito numa trapalhada de texto.

Então começa com o título a dar a entender que se quer subir o valor das casas para venda. Depois já se está a falar é do mercado de arrendamento e finalmente percebemos que a solução para dinamizar o mercado de arrendamento é subir as rendas que, já por elas são, em muitos casos, excessivas. No final fiquei confuso e tive que voltar a reler tudo para tentar fazer algum sentido disto.

A conclusão a que chego é que o FMI se está a enganar no mapa e julga que está a ajudar Espanha. Então os senhores propõem um aumento das rendas como meio para dinamizar o mercado? Mas que rendas querem eles subir? As de 300 a 600€ que são pagas pela classe média, a qual já está a pagar um valor semelhante para uma prestação da casa e está, portanto, fora do mercado de arrendamento? Ou será que querem subir estas rendas para tornar os empréstimos bancários mais atractivos? Já agora, estes senhores sabem qual é o rendimento médio de uma família da classe média? E se não estão a falar destas, as quais já estão com preços justos, querem subir quais? As inferiores a 200€ ou será que estão a falar daquelas de 10 a 100€ pagas por pensionistas que ganham 200€ ou menos de reforma?

Já agora, expliquem-me como se eu tivesse trocado o Ensino Superior por um curso Novas Oportunidades, em que é que o mercado de arrendamento vai permitir uma melhoria das condições económicas ou até vai ter impacto nas contas públicas, especialmente tendo em conta que o que se dá a entender é que se querem subir as rendas? Sinceramente não percebo. Tendo em conta que o intuito não é claramente levar as pessoas a comprar casa, não percebo como subir as rendas vai incentivar as pessoas a procurarem arrendar casa. É que se fosse eu, entre arrendar por 500€ uma casa, se calhar optava por comprar e pagar algo semelhante por algo que no final será meu.

Assim sendo, volto à dúvida original. Será que não ensinaram ao jornalista como escrever uma notícia ou será que são estes senhores do FMI que se enganaram no país? Ou é uma ou outra ou, se calhar, sofrem ambos de um embrutecimento intelectual para dizerem esta quantidade de disparates.

Aviso amigo da Irlanda a Portugal

Transcrevo aqui uma carta publicada no Sunday Telegraph onde a Irlanda avisa Portugal do que irá acontecer se entrar aqui o FMI. Por ser exausta e por a grande maioria perceber Inglês, optei por não a traduzir. Sublinhei, contudo, as partes que me pareceram mais interessantes. Para os que precisarem de tradução, sugiro o Google Tradutor, o qual oferece boa qualidade.



Dear Portugal, this is Ireland here. I know we don't know each other very well, though I hear some of our developers are down with you riding out the recession.

They could be there for a while. Anyway, I don't mean to intrude but I've been reading about you in the papers and it strikes me that I might be able to offer you a bit of advice on where you are at and what lies ahead. As the joke now goes, what's the difference between Portugal and Ireland? Five letters and six months.

Anyway, I notice now that you are under pressure to accept a bailout but your politicians are claiming to be determined not to take it. It will, they say, be over their dead bodies. In my experience that means you'll be getting a bailout soon, probably on a Sunday. First let me give you a tip on the nuances of the English language. Given that English is your second language, you may think that the words 'bailout' and 'aid' imply that you will be getting help from our European brethren to get you out of your current difficulties. English is our first language and that's what we thought bailout and aid meant. Allow me to warn you, not only will this bailout, when it is inevit-ably forced on you, not get you out of your current troubles, it will actually prolong your troubles for generations to come.

For this you will be expected to be grateful. If you want to look up the proper Portuguese for bailout, I would suggest you get your English-Portuguese dictionary and look up words like: moneylending, usury, subprime mortgage, rip-off. This will give you a more accurate translation of what will be happening you.

I see also that you are going to change your government in the next couple of months. You will forgive me that I allowed myself a little smile about that. By all means do put a fresh coat of paint over the subsidence cracks in your economy. And by all means enjoy the smell of fresh paint for a while.

We got ourselves a new Government too and it is a nice diversion for a few weeks. What you will find is that the new government will come in amidst a slight euphoria from the people. The new government will have made all kinds of promises during the election campaign about burning bondholders and whatnot and the EU will smile benignly on while all that loose talk goes on.

Then, when your government gets in, they will initially go out to Europe and throw some shapes. You might even win a few sports games against your old enemy, whoever that is, and you may attract visits from foreign dignitaries like the Pope and that. There will be a real feel-good vibe in the air as everyone takes refuge in a bit of delusion for a while.

And enjoy all that while you can, Portugal. Because reality will be waiting to intrude again when all the fun dies down. The upside of it all is that the price of a game of golf has become very competitive here. Hopefully the same happens down there and we look forward to seeing you then.

Love, Ireland.

Sunday Independent

last accessed on March 30 2011

Jornalismo à Portuguesa



Num mundo em crise económica e com muitos países a passarem por enormes dificuldades financeiras, perante um desastre humanitário e um potencial desastre nuclear no Japão e com as convulsões na Líbia, Yemen, Bahrain, etc... as televisões portuguesas, nos seus programas informativos, perdem enormidades de tempo a falar de uns jogos de futebol e ainda têm a lata de por em rodapé como "última hora" uma notícia sobre com quem vão jogar uns quaisquer clubes de futebol.

Ainda se há quem fique espantado por sermos pobres endividados, senão mesmo falidos! Isto é mesmo um autêntico circo!

Os recontares da história

Cada vez mais fico com a sensação de que há algo de errado nos cursos de jornalismo em Portugal. Esta notícia do DN de hoje é um espelho disso mesmo. Não sei bem o que andam os Professores desses cursos a ensinar ou que andam os alunos por lá a fazer. 

Não se exige a um jornalista, que não é licenciado em História, Ciência Política ou numa qualquer Ciência Exacta que saiba tudo sobre todos os assuntos. Não, isso seria utópico ou, pelo menos, demagogo. O que se exige é que saiba efectuar uma pesquisa séria e isenta de erros (ortográficos e científicos). Infelizmente, o que se vê por aí é o oposto. 

A notícia que indiquei antes mostra a parte da falta de capacidade de pesquisa dos nossos jornalistas. Isto para não dizer na meia verdade que a notícia tenta transmitir sem contar a verdade toda pois essa seria, no mínimo, incomoda para muitos.

As verdadeiras origens da Irmandade Muçulmana, os eventos, factos e motivos que levaram a que, em 1928, ela surgisse remetem-nos para muito antes. Se se pretender ser exaustivo poderíamos certamente ir até século XVI. No entanto, e para a questão aqui colocada, basta dizer que todos os movimentos que hoje se vêem um pouco por todo o Mundo Islâmico tiveram origem nas políticas dos Países Ocidentais, Cristãos portanto, durante os dois séculos passados (XIX e XX). Desde a obsessão, a qual já vinha detrás, em derrubar o Império Otomano até à política de Mandatos da Sociedade das Nações e o posterior derrube por dos líderes secularistas do Mundo Árabe, o Ocidente tem muito por onde escolher para encontrar as verdadeiras causas do aparecimento de movimentos do tipo "Irmandade Muçulmana". 

Esta patética tentativa de "Nazificar" os movimentos mais Fundamentalistas do Islão tem tanto de ignorância como de falta de bom-senso. Quantos outros cooperaram com os Nazis e andam por aí alegres e contentes? De quantas tecnologias se apoderaram os EUA e URSS dos Nazis sem que nada lhes tenha acontecido? E os Franceses, que mal viram os Alemães a passear pela sua capital se renderam e aceitaram o regime de Vichy? E os Italianos, que começaram a guerra ao lado dos Nazis e que só mudaram de lado porque as coisas começaram a correr mal? E Portugal? Nós que vendemos volfrâmio a ambos os lados, somos o quê?

Os jornalistas, profissionais da informação, parece-me que se estão a desligar da realidade e a perder o tacto da profissão. Se for para lixar a vida a alguém, como fizeram com O Jumento, que investigaram até lhe descobrirem a identidade, ou para descobrir com quem andou a dormir o VIP da vida pública Portuguesa, aí fazem eles investigação "exaustiva". Contudo, quando se trata de fazer investigação exaustiva para informar e falar meramente a verdade, aí valores mais altos se levantam. Preguiça, má formação académica, má formação de caracter, misturar a sua opinião com a realidade dos factos censurando-os ou pura incompetência, isso pouco já importa. O que importaria é que estes profissionais pusessem a mão na consciência e fizessem o seu trabalho sem procurar inflamar a opinião pública contra estes ou aqueles só para vender mais umas cópias do jornal de hoje. Aliás, se não for por mais nada, deviam aspirar a ser bons profissionais por uma questão de brio pessoal.

Hoje em dia, tal coisa parece-me ser pedir demais.