Pobres hoje? Certamente. Pobres amanhã? Definitivamente.

 
Esta noticia revela bem porque uns são pobres e outros ricos; porque uns têm problemas constantes com as contas públicas (privadas também) e outros não; porque é que uns sofrem de problemas de competitividade e outros não; porque uns se aguentam no meio de uma crise e outros não.

Leia-se:

"Em situação comparável a Portugal, mas mesmo assim a alguma distância, encontra-se Malta, onde 52% dos indivíduos que arranjaram trabalho em Junho eram pouco qualificados, Espanha (50%), Itália (43%) e Grécia (37%)."

Agora proponho que o leitor faça um esforço por encontrar o padrão nestes países. Até que nem é difícil pois podem-se fazer vários vários.

Juntamente com esta notícia vem esta também. Estes senhores, juntamente com os amigos e padrinhos de S. Bento, são os responsáveis pelo atraso do país e, consequentemente, pela notícia anterior.

Li num comentário da notícia alguém a dizer que estes senhores não pensam. Dizia então o cavalheiro que estes senhores não conseguem perceber que pagando salários mais baixos há menos dinheiro a circular. Havendo menos dinheiro a circular, eles vendem menos, logo ganham menos também.

Eu, lamentavelmente, vou ter que discordar. Eles pensam e pensam muito bem. O problema é que pensam para o bolso deles e não para as empresas deles (muito menos para os empregados). Em Portugal, as empresas de "sucesso", na sua maioria está claro, são empresas que vivem do e para o Estado. São empresas apadrinhadas por amigos ou subsídios ou as duas para funcionarem. Sem isso rapidamente iam à falência pois não conseguiriam competir.

Repare-se que Portugal sofre de uma condição singular na Europa. Temos empresas que não conseguem competir lá fora se não forem ajudadas pela mão de alguém e mesmo assim é o que é. Temos empresas a falirem, a darem prejuízo ano após ano e sempre a mendigarem por uma ajudinha do amigo Estado.

Por outro lado, os senhores daquela dita associação, os gestores e afins são os mais bem pagos da Europa, segundo se sabe. E como eles gostam do dinheiro direitinho no final do mês, nem que para isso seja preciso deitar ao charco a empresa. Agora reparem o que pedem para os empregados: mais trabalho, mais eficiência e, sobretudo, salários mais baixos. Isto é, o contrário do que fazem para eles próprios. Imagino que, se eles ganhassem pela sua eficiência enquanto gestores e patrões, nem o salário mínimo mereceriam em alguns casos.

Perante este cenário, os políticos, Universidades e seus dirigentes e mesmo a comunicação social através dos comentadores económicos, continuam a vender a ideia que Portugal tem licenciados a menos. Só demagogos, gente com segundas intenções ou líricos é que podem sustentar esta afirmação. Devido à sua [pobre] estrutura económica, Portugal já tem licenciados a mais na maior parte das áreas disciplinares. Naquelas que não tem a mais, Medicina por exemplo, existem pressões para que a situação assim se mantenha a bem dos rendimentos da classe. Conclusão, anda-se a vender falsas (para não dizer erradas) expectativas às pessoas, por razões eleitorais, de imagem ou meramente para as estatísticas. 

Portugal não tem licenciados a menos. Portugal não tem problemas de competitividade. O que Portugal tem problemas de gestão endémicos, ou seja, tem falta de bons gestores, bons dirigentes, de gente que saiba ver para si e para os outros.  Portugal precisa de gente que saiba ver a 10-20 anos. Portugal tem que se ver livre dos instalados, dos maus dirigentes, dos seus maus mestres das faculdades e, principalmente, dos padrinhos e enteados.

As duas notícias que referi e o raciocínio que fiz de seguida, são algumas das verdadeiras razões pela qual o país é pobre, atrasado e o continuará a ser.

Aeroportos e mais aeroportos

 Imagem retirada daqui

A nossa capital e os seus dirigentes andaram e andam preocupados em construir um novo aeroporto em Lisboa porque o que têm, pelos vistos, não chega. Está a ficar sobre-lotado e ainda comporta riscos de segurança por, neste momento, estar no meio da cidade.

Pois bem, se falamos assim então sugiro que se construa também um novo para o Porto, Norte de Portugal e Galiza. É que o do porto, segundo constantes notícias como esta do JN também está a ficar sobre-lotado apesar de ter sido recentemente alvo de intensas obras para modernizar e expandir o complexo aeroportuário. Já agora, o mesmo também se encontra dentro dos limites da cidade com os aviões a terem de sobrevoar áreas densamente urbanizadas. A acrescentar a isto, ainda se juntam as previsões de maior crescimento. Segundo o JN, mesmo em tempo de recessão, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, registou um aumento de 17% de tráfego, aproximando-se agora da sua capacidade máxima.

Seria interessante agora comprar os mesmos valores para o de Lisboa. É que, para já, os dados indicam que, segundo os critérios dos governantes, o Porto também precisa de um novo aeroporto. Resta saber se os dados do Aeroporto da Portela são idênticos. Se o são então o país estará a precisar de dois novos aeroportos.

Obviamente que isto nunca iria acontecer, especialmente neste momento de crise. O que importa e resta perguntar é o porquê de os critérios para investimentos em Lisboa não valerem para o resto do país quando estes se verificam de igual modo...

Wikileaks

Próximo alvo da Wikileaks vai ser grande banco norte-americano - Mundo - PUBLICO.PT

Ainda não percebi bem onde é que este senhor quer chegar. Depois de ter feito o alarido com as questões dos ficheiros diplomáticos que pouco ou nada de novo trouxeram ao conhecimento público, vem agora querer atacar um banco por práticas disto e daquilo. 

A questão no meio disto tudo é: o que importa isto realmente? Vai resolver alguma coisa? Reparem com o que aconteceu com o último caso lançado pela Wikileaks. O que mudou? Nada. 

Agora com o banco mudará alguma coisa? Também não. Já toda a gente sabe o que se faz nos meios financeiros. Aliás, até um cego só não conseguiria ver se vivesse em Marte, onde não há uma crise económica. Por isso, se uma crise económica não fez mudar o modus operanti das agência financeiras, antes pelo contrário, exacerbou-o, Assange acha mesmo que vai conseguir algo mais do que causar 5 minutos de embaraço aos visados?

Diz o roto ao descosido

 
Portugal está “insolvente” e terá de pedir ajuda, diz o Citigroup - Economia - PUBLICO.PT

Esta noticia é deveras fantástica. Temos um economista [chefe], Willem Buiter, a dizer que Portugal está falido e que vai ter que pedir emprestado. Até aqui nada novo pois muitos fartam-se de o repetir. O que achei curioso foi ele ser economista desde Novembro de 2009 num grupo financeiro que deu prejuízo no último ano (2009)

Antes de se preocupar com Portugal, antes de mesmo de vir vaticinar falências e insolvências alheias, talvez fosse bom Willem Buiter preocupar-se primeiro com a situação da sua empresa. Isto de perder-se tempo a apontar dedos a outros quando a nossa própria casa está em pantanas tem muito que se lhe diga. 


Cavaco Silva - O Destruidor

Já há muito tempo que digo que os problemas que Portugal vive nos dias de hoje vêm muito de trás e que hoje pagamos a factura da má governação dum teórico que saltou da faculdade para a política e fez disso modo de vida. Falo pois de Cavaco Silva, o actual Presidente da República.

Foi nos governos dele que começou o descalabro. Foi aí que se gastou o que se tinha, o que não se tinha e ainda recebemos de fora para ainda mais gastar. Com rios de dinheiro a entrarem em Portugal, o Sr. Prof., do alto da sua sapiência mantém deficits anuais perfeitamente escusados. O Sr. Prof. atribui subsidios a tudo e todos sem os fiscalizar resultando em dinheiros que deveriam ser usados para a modernização industrial e da agricultura serem gastos para a compra de carros e construção de mansões. Como se isto não bastasse, o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas, investiu dinheiro em estradas mal feitas que acabaram por ter de ser "refeitas" ou estradas (auto-estradas) desnecessárias face à dimensão e distribuição demográfica do país. 

Há trinta anos atrás, Cavaco Silva destruiu futuro de duas coisas: do país e do partido onde estava. Neste último caso, transformou um partido numa comissão nacional de bajuladores onde a competência pouco interessava. Rodeou-se de amigos e favores forçando a saida ou evitando a entrada de quem realmente poderia ter feito melhor. Ainda hoje o PSD vive à sombra dele. Um partido sem ideologia que não sabe de onde realmente veio e muito menos para onde vai. Um partido que vive da sabotagem, algo que se vê também na sociedade, e não do mérito.

Cavaco, e em geral a geração dele, teve uma oportunidade de transformar Portugal para melhor. Infelizmente, a geração de Cavaco optou por um caminho para o abismo, um caminho onde o que interessava era proteger os seus interesses e evitar que houvessem opositores.

O resultado disto está há vista. Um país cheio de auto-estradas e sem industrias. Um país com um Centro Cultural de Belém que serve meia dúzia de felizardos da capital os quais se deliciam a ver uma cultura em estado vegetativo e a qual caminha rapidamente para a aniquilação. Cavaco, criou uma geração de políticos que vivem do betão e que, tal como ele, nada mais sabem fazer. Hoje pagamos pelas asneiras de Cavaco. Amanhã iremos pagar pela inoperência de Guterres e Deus nos livres quando tivermos de pagar o desgoverno de Durão Barroso e as trafulhices de Sócrates. 

Até agora, sempre me senti um pouco isolado nesta analise pois vejo mais facilmente a idolatração deste senhor por um povo que vive para as aparências e como tal, julga que ter auto-estradas para todo o lado e lado nenhum é sinónimo de desenvolvimento. Esquece-se que Cavaco deixou estradas mas destruiu a economia que a podia sustentar, criando e investindo numa industria já decreptica na época, com fim à vista e já com forte concorrência Asiática (leia-se texteis). Vejo agora, contudo alguém a fazer uma análise semelhante. José Miguel Júdice vem agora dizer algo semelhante, pelo menos em relação a Cavaco.

Triste, contudo, é dizer o que diz e aceitar ser membro da comissão de honra da candidatura de Cavaco. Infelizmente, em Portugal, a falta de principios é algo que já nem devemos ligar muito. O que importa não é a coerência nem sermos fieis às nossas ideias e/ou ideais mas sim ganhar uns trocos e agradar aos chefes.

A solução para a crise tem passado por explorar mais os já explorados.



Empresas que contratem recibos verdes menos penalizadas - Economia - DN

Estes desgraçados que andam na política nos dias de hoje só conseguem fazer uma coisa direita que é manterem os seus poleiros. Percebo a lógica de, neste momento, não se penalizar quem contrata a recibos verdes. No entanto, é muito bonito ver que quem abusa dessa coisa dos recibos verdes sair beneficiado enquanto que os desgraçados explorados com os falsos ou, pelo menos, abusivos recibos verdes continuam a tramar-se. Reparem, um trabalhador a recibos verdes já é penalizado pela quantidade absurda de impostos que paga sem ver proveito algum disso. Numa altura que o mercado de trabalho anda como anda, o governo, para evitar cortar nas mordomias e clubismos dele e dos amigos, decide aumentar impostos. Aumenta-os a quem já pouco ganha e muito paga.

Embora ache que quem tenha empresas a viver à custa deste trabalho precário que é o mundo dos recibos verdes deva ser penalizado, no momento actual, tal coisa não teria os grandes efeitos que se esperava. Duvido muito que os empregadores de recibos verdes fossem agora mudar para contratos [a prazo] assim de repente só por causa de 5% de penalização. Por esta razão, penso que a penalização é um pouco relevante. Se fosse mais alta estaria frontalmente contra o "alivio" anunciado no OE. 

Contudo, isto não justifica o facto de se "aliviar" os exploradores e não os explorados. É preciso que haja mais gente a contratar por isso é preciso que os empregadores não sejam sacrificados com isso mas nada disto devia ser feito à custa do empregado. Aliviar quem explora de forma abusiva os recibos verdes e penalizar quem é abusado é, no mínimo, idiótico, patético e demagógico. [Não] sei o que vai na cabeça dos governantes mas assim só vão conseguir uma coisa: mandar o país todo ao charco.

Aumentar os impostos é diminuir o consumo. Se este diminui a economia cresce menos, ou seja, as empresas vêm a sua actividade reduzida o que, por sua vez, implica que vão ter elas de cortar em algum lado. Um dos sítios é no trabalho ou salários. Chegados aqui, voltamos ao inicio e temos mais diminuição do consumo. Ou seja, não só o estado está a arriscar colectar menos impostos como ainda vai ter que desembolsar em subsídios e ajudas. Resolver agora um problema para, depois, criar dois e tudo à custa dos já muito explorados.

A minha única dúvida agora é quanto tempo demorará até cairmos no buraco que estamos a cavar? Se os ricos e estes instalados julgam que se safam, lembrem-se que nas revoltas e revoluções o dinheiro pouco importa. Pior ainda, estamos a arriscar cair noutra crise sem sequer termos saído desta.


Se não fosse tão patético seria anedota.



Outro dia falava dos instalados e da promoção dos incompetentes a lugares de chefia em Portugal. Nem de propósito, o jornal Público brinda-me com este presente. Leiam e, se não chorarem, tenho a certeza que se irão rir. 

Com que então, um jovem de 26 anos, sem ensino superior, sem currículo relevante (pelos vistos)  e ficou a ganhar, pasmem-se 3950 € por mês. Melhor ainda, vivia nunca casa da Câmara Municipal de Lisboa com uma renda de 48 € por mês. A isto ainda se acrescenta os subsídios que recebeu para criar uma empresa que, pelo que percebi, não se sabe muito bem o que faz.

Reparem-me bem, 26 anos, sem nenhuma competência para cargos dirigentes, a ganhar uma quantia que para muitos, mesmo no fim de carreira, é apenas um sonho. 

No final disto tudo, depois de andar a estudar os anos que andei, depois de duas faculdades e suor para chegar a algum lado, vejo-me perante estas insanidades. Começo a aperceber-me que fiz um erro na minha vida: deixei a minha consciência meter-se entre mim e um cartão de militante de um qualquer partido; nem importa qual pois qualquer um servia.

Agora vou calar-me e vou dormir de tão embasbacado que fiquei. P'á **** que pariu este país todo.

Dueto de Gatos de Rossini

Hoje estou virado para os gatos... Aqui fica a opera. 

Dois gatos falantes agora com tradução inglesa


Tradução (inglês)

Sines: o que devia ter sido e o que não foi, tal como Portugal



O pólo de desenvolvimento lançado há meio século que nunca atingiu a medida da sua ambição - Economia - PUBLICO.PT

Um excelente artigo sobre um tempo em que, por muita pouca liberdade que se tivesse, havia da parte dos políticos uma visão a longo prazo e pensavam em mais do que apenas nas eleições seguintes. 

Infelizmente, devido aos políticos que vieram depois de 1974 o projecto de Sines morreu. As crises internacionais, as mudanças tecnológicas e mesmo a mudança dos paradigmas económicos não servem para justificar o falhanço de Sines.A tendências económicas mudam e transformam-se naturalmente. Cabe aos dirigentes económicos e políticos adaptarem-se e adaptarem as estruturas a elas. É aqui que Portugal falha. 

Portugal andou nos últimos 30 anos a colocar em lugares de poder e decisão amigos, filhos e enteados. Durante os últimos 30 anos acomodamos os dirigentes aos lugares essencialmente porque os quadros qualificados disponíveis em Portugal eram reduzidos. Criou-se uma classe de privilegiados instalados sem concorrência capaz de disputar com eles os lugares. Criaram-se vícios os quais estão agora entranhados no modus operanti da sociedade.

Sines, tal como o resto do país, sofre deste mal dos instalados. Agora que temos quantidade de quadros falta-nos qualidade. Isto não é inocente. Isto é propositado pois quem está instalado tem que mostrar para o mundo uma imagem mas essa imagem não pode ser uma ameaça para eles. Por isto se destrói o ensino com a conivência de muitos e a cegueira e outros que são comprados com RSI e CNO. Por isto se alimenta a pobreza em Portugal uma lição que os políticos e os dirigentes em Portugal aprenderam com a Igreja Católica que durante prefere sempre dar caridade evitando dar as ferramentas para que as pessoas possam sair dela. Pelo menos sair dela sem ficar dependente da Igreja para alguma coisa. 

Torna-se imperativo que os capazes, os competentes disputem e perturbem o mais possível a vida aos instalados e, aqueles que têm o privilégio de ensinar, têm a obrigação de criar mais inquietos. Sobretudo não podem[os] ter medo de criar inquietos que possam disputar os nossos próprios lugares. Ousem criar mentes que sejam capazes de vos desafiar.

Só quando aceitarmos que os lugares que ocupamos profissionalmente não são um lugar para se viver mas sim, e apenas, uma posição a ocupar temporariamente, saindo dela depois para outra melhor ou, caso não sejamos suficientemente bons, dar o lugar a quem é melhor que nós naquela área. Só quando tivermos esta dinâmica social, só quando nos capacitarmos que para termos um lugar temos que o merecer SEMPRE e não só apenas no momento de candidatura a ele, é que se mudarão as coisas. Enquanto acharmos que somos donos de posições profissionais e nos acomodarmos a isso, Sines continuará a ser um projecto e não uma realidade e o país continuará a ficar mais pobre e empobrecido.

London After Midnight - Sacrifice



Here we go again
We've taken it to the end,
With every waking moment
We face this silent torment.

I'd sacrifice,
Sacrifice myself to you,
Right here tonight
Because you know that I love you.

Sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Here tonight,
Because you know that I love you.

Darkness is all I want to see-
I could never put in to words,
What it is you mean to me...

I'd sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Right here tonight
Because you know that I love you.

Sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Here tonight,
Because you know that I love you.

Love you,
Love you...

The candle's burning low-
At the window to my soul...
The reaper's at my door now-
And he's come to take me home...

I'd sacrifice,
I'd sacrifice myself to you-
Right here tonight,
'Cause you know that I love you.

Sacrifice,
I'd sacrifice myself to you,
Here tonight,
Because you know that I love you...

I-
I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
Sacrifice...

Sacrifice-
Myself to you,
Right here tonight,
'Cause you know that I love you.

I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
I'd sacrifice,
I'd sacrifice...

O trucidar dos heróis do futuro


Hoje em dia, em Portugal, fico com a sensação que, quanto maior é a escolaridade de uma pessoa e a respectiva posição profissional que ocupa, menor é a sua capacidade para entender o mundo real. Nas faculdades portuguesas, temos professores doutorados que nunca fizeram horas de serviço em lado nenhum ou as últimas que fizeram já fazem quase parte, diria eu, da "pré-história". 

Isto acontece em grande parte das áreas disciplinares. Das engenharias às humanidades o cenário parece-me ser o mesmo. Temos professores de engenharia a ensinarem coisas que nunca viram à frente salvo nas imagens dos livros. Temos professores de economia que nunca trabalharam em empresa alguma, limitando-se a fazerem estudos e lerem também mais uns quantos livrinhos. Temos professores a leccionar em cursos de acesso à carreira docente a ensinar coisas que para eles ou é teoria pura ou é teoria do passado. A última vez que puseram um pé dentro de uma escola com crianças, sejam elas de que idade forem, vai já há tanto tempo que se torna quase um ensino da história do ensino. 

O resultado disto é o que se vê. Temos licenciados que saem das universidades mal preparados e, em muitos casos, completamente e perfeitamente desactualizados da realidade actual. Podia dizer que isto se deve aos dinossauros da vida profissional portuguesa, aqueles que já ganharam o deles, já fizeram carreira e agora agarram-se ao lugar por uns meros trocos ou por simples medo de os deixarem de ouvir. Infelizmente, estes não são os únicos. Há professores mais novos na mesma situação. Sem experiência profissional ou qualquer conhecimento actual da realidade cientifica em que se inserem. 

Como se isto não bastasse, para além de não darem lugar a quem verdadeiramente sabe para ensinar e tem capacidade para o fazer, ainda se dão ao trabalho de sabotar toda e qualquer concorrência logo à nascença. Ou os alunos se mostram submissos e, como tal, não se mostram ameaças aos seus lugares estabelecidos ou então sofrem a ira dos "instalados". 

Pior do que isto, são os que insistem em dizer que sim com a cabeça a estes instalados, muitos dos quais fizeram nome antes mesmo dos actuais alunos do ensino superior terem nascido. Ao dizer-se que sim a a, b ou c só porque têm um nome "pomposo" ignorando todos os demais, com ou sem nome, leva-nos ao ponto em que chegamos em Portugal. Um país que teóricos que não vê a realidade dos factos, que se recusa mesmo a sequer fazer o esforço de abrir os olhos, e que se encontra hoje sem rumo e sem destino. Um país de feitos heróicos, hoje atirados para o esquecimento porque os actuais líderes e "fazedores" de líderes são demasiado pequenos, mesquinhos e, diria mesmo em alguns casos, imbecis para os igualarem.
O Ensino Superior, o sítio onde grande parte dos líderes de amanhã poderiam hoje ser feitos, está tomado por gente que pouco mais que o seu próprio umbigo vê. Gente que a sua maior ambição era chegar onde chegou sem mais nenhum objectivo na vida. Alguns, arrisco dizer, nem sabem bem até como lá chegaram. Infelizmente, esta [muito] pequena elite soube-se proteger bem dum exército de bajuladores sem vontade própria que vêm na oportunidade de repetir o que "o grande" diz uma hipótese de subirem na vida.

Felizmente, o futuro ainda pode ser salvo pois, como disse antes, esta elite é pequena e em muitos casos já próxima do caixão. Restará à restante maioria de professores actuais e futuros tomarem a rédea do Ensino Superior e levar os alunos a bom porto pelo bem de todos os cidadãos deste país que é Portugal.

Penthouse Portugal chega hoje às bancas - TV & Media - DN

Penthouse Portugal chega hoje às bancas - TV & Media - DN

Os senhores defensores da família contra isto não falam? E a Igreja Católica também está calada?

Estou confuso...



Segundo a notícia do jornal i, a Igreja Católica duma cidade da Suíça está a distribuir, veja-se bem, preservativos! Eu começo a ficar preocupado. Então não é a mesma Igreja cujos líderes repudiam o uso do preservativo e dizem que o sexo é só para efeitos de reprodução? Eu sei que eles andam um pouco confusos e que há padres e bispos que, esperando por algum milagre, tentam a todo o custo reproduzir com crianças. No entanto, esta coisa do braço direito fazer uma coisa e o esquerdo outra está a alastrar. 

O que me pergunto agora é como pode haver ainda gente que dê credibilidade a essa camada dirigente da Igreja Católica quando, na verdade, nem os seus próprios membros mais próximos das realidades sociais lhes dão ouvidos?!...

A Igreja Católica agora tem bares?



Bar João Paulo II vende cerveja mais barata - Globo - DN

A notícia que vos deixo em cima chamou-me a atenção pelo nome. Primeiro até pensei que era uma crítica da Igreja Católica a ter-se dado o nome dum dos seus Papas a um bar mas não. Na realidade foi a própria Igreja que criou o bar e para atrair clientela vende cerveja mais barata. 
Ora bem, a dúvida com que eu fico é: não são estes mesmos senhores que andam por aí a pregar a moral e bons costumes? Não é esta a mesma Igreja que fala nas virtudes duma vida recatada? Não é esta mesma instituição que critica a vida leviana dos tempos modernos? Pois, a mim quer-me fazer crer que sim mas, se calhar, estou enganado. Aliás devo ter certamente, pois uma Igreja que diz o que diz sobre costumes e que é contra estes sítios de divertimento nocturno por eles levaram, por exemplo, a promiscuidades sexuais, não pode ela própria criar um bar onde o principal produto é cerveja mais barata. 

Ou eu estou, de facto, enganado e a notícia é uma mentira ou então a Igreja Católica é mesmo só fogo de se ver. Dizem-me que a Igreja de hoje não é a mesma Igreja hipócrita do tempo da Inquisição. Sabem que mais? Dou cada vez mais razão a quem diz isto. A Igreja de hoje não é a Igreja hipócrita de antigamente. A de hoje é bem pior.

Não admira que as crianças católicas andem confusas e perdidas. Ouvem dizer uma coisa e depois vêem fazer outra...

Sugira-se à IC que o próximo bar a ser patrocinado seja um de alterne com o pretexto de se auxiliar psicologicamente e espiritualmente quem lá "trabalha".

Ah pois, é

Eu bem dizia que a coisa ia ficar cara... Não se acreditaram em mim mas aqui têm os números (alguns). O pior de tudo é que o senhor até deixou a sua bênção e vejam bem onde estamos.

Passada a euforia, a verdade

Dois casos mediáticos que eu aqui falei há uns tempos, o caso de Gonçalo Amaral, que viu o seu livro retirado das livrarias, e o caso de Manuela Moura Guedes e a sua saída da TVI.

Bem, soube hoje pelas notícias que o que disse aqui e aqui, em relação à inconstitucionalidade da recolha dos livros de Gonçalo Amaral, foi também a opinião do colectivo de juízes. Na altura, deste caso, pouco se falou na blogosfera. Pareciam que estava tudo com medo ou que se assobiava para o lado porque na altura o importante era malhar no Sócrates e isto pouco dava para isso.

Em contrapartida, falou-se muito de Manuela Moura Guedes, que meteu baixa durante um ano, andou a viver à custa dos nossos impostos e nem sequer estava doente pois foi apanhada pelos paparazzi na praia. Pior ainda, crucificou-se alguém por ter feito isto e aquilo enquanto esta senhora fazia de todos parvos e amealhava mais uns trocos, passava umas férias e ainda tinha publicidade gratuita.  Foi uma excelente época e meio de promoção da carreira, seguindo à risca a velha máxima: não importa o que dizem de mim desde que falem de mim

Diz ela agora que não fica na TVI porque não se sente bem. Pois, não deve sentir-se bem pois quem a substituiu é um jornalista a sério. Manuela Moura Guedes nem aos calcanhares conseguiria chegar-lhe.  Como se isto não bastasse, a dona, ainda tem a lata de dizer que faz parte dos milhares de desempregados!  Com o marido a ganhar o que ganha e ela com o fundo de desemprego que deve ter ou com a indemnização  que recebeu da TVI (não se sabe pois é tudo confidencial e, como tal, sinto-me na liberdade de especular à vontade) falar em "pertencer" aos desempregados é, no mínimo, insultuoso para quem anda pelas ruas da amargura que é o desemprego. 

Esta falta de bom senso foi o que realmente a levou para fora da TVI. Isto e a sua não-capacidade para ser jornalista. Quando muito ela poderia ser comentadora, agora jornalista nunca. 

Resumindo, não quero com isto atirar culpas mas antes que as pessoas pensem melhor antes de falarem e de culparem seja quem for e de pedirem sangue antes das coisas estarem concluídas e culpas atribuídas. Por muitas ingerências que tenha havido seja de quem for, o caso Manuela Moura Guedes, não foi mais do que um golpe publicitário que fez de quem a defendeu parvo.

O estado patético dos pacóvios de Portugal

Já há muito tempo que sabia que os portugueses têm a cabeça, essencialmente, para criar cabelo. Já sabia que o bom senso tinha partido desta terra para outras paragens há já uns séculos. O que ainda não me tinha apercebido é que, salvo uma muito pequenina percentagem da população, o país estava completamente louco. Dos políticos ao toxicodependente ali da esquina, passando por ricos e pobres, trabalhadores e preguiçosos, funcionários públicos e privados e por aí fora, endoideceu tudo.


Uma rápida olhadela aos comentários das versões online dos jornais nacionais e percebemos que ninguém sabe o que diz. Desde o insulto descabido ao comentário que apela ao ódio, não se sabe bem por quem ou porque, passando pelos pedidos de revoluções e morte de alguém, aparece tudo. Todos pedem alguma coisa sem perceberem bem no ponto que nós estamos. Infelizmente os comentários do "zé povinho" não são diferentes dos empresários, sindicatos, partidos políticos e do próprio governo. Todos acham que têm razão e que o seu quintal é mais importante que o do vizinho. Esquecem-se que os quintais todos juntos são de todos e é isso que faz um país.

Reparem, o governo aumenta impostos e corta nos salários, segurança social, reembolsos de IRS e por aí fora, para cobrir as asneiras dos últimos 30 anos. Neste tempo, fez-se de tudo por cá, como se fossemos um país com as reservas petrolíferas da Arábia Saudita ou como se estivéssemos todos sentados numa mina de ouro. Fizemos um CCB que custou, certamente, rios de dinheiro para uma presidência da europeia que duraria uns mesitos. Depois vieram duas capitais europeias da cultura onde se gastou milhões (Lisboa e Porto) e outras tantas por esse país fora que de pouco serviram salvo para gastar. Expo 98 e Euro 2004 onde se gastou mais do que aquilo que se foi buscar salvo a publicidade internacional que também não me parece ter servido muito por ela própria. Entretanto já pensamos em construir um novo aeroporto para a nossa ilustre capital e um TGV que, ao fim e ao cabo, não se sabe bem como vai ser pois ninguém se entende. Nos entretantos, construímos auto-estradas para todo o lado e para lado nenhum. Maravilhem-se que, e que me desculpem os insulares, até as ilhas com o seu [pouco] peso populacional, tráfego e área, têm direito a elas. No meio disto tudo ficou esquecida Bragança que, nem comboio (quanto mais TGV), nem auto-estrada. Também, quem é que precisa ir para lá? Aquilo fica lá nos confins do mundo da perspectiva de Lisboa. Os habitantes de Trás-os-Montes que se lixem.

Mas aqui podíamos pensar que o mal estava no governo e governantes. Pois... Talvez noutro lado, mas em Portugal não. O povinho continua a gastar como se estivesse tudo muito bem na vida. Em Lisboa, margem Sul, para além de um metro que tem o buraco financeiro que tem, ainda querem agora uma Ponte 25 de Abril sem portagens e, mais crucial, uma outra ponte pois os transportes que há não chegam. Barcos, comboios, autocarros para nada servem. O popó é que tem de ter sitio para circular e de graça. De preferência que se construam parques em todo o lado por forma a se poder estacionar à porta do trabalho. Os carros topo de gama continuam por aí a circular como se nada fosse.

As casas com rendas de 1000 € para cima, segundo me consta, também desaparecem num piscar de olhos. Os centros comerciais continuam a abarrotar nos fins-de-semana (e à semana também). Os hipermercados e supermercados não se queixam das quebras de vendas.

Os telemóveis (os topo de gama) continuam a desaparecer. Ainda outro dia, numa qualquer Worten, estava lá um grupo de jovens na casa dos seus 20s e poucos, com ar de quem vive do RSI ou NO e pediram para ver um telemóvel que custava, nada mais nada menos que 349€. A cara da vendedora só não conseguiu ultrapassar a minha própria perplexidade.

Os pacotes de Internet, TV por cabo ou fibra e todas essas coisas bonitas continuam a ter saída. Não sei se já contei aqui o caso da senhora que falava com o meu pai sobre os problemas financeiros que tinha. Segundo ela, nem sequer tinha dinheiro para comprar comida. O interessante disto é que a conversa foi feita pelo MSN com a dita em casa. Bem, para dar de comer as filhos não tinha mas lá para pagar Internet já havia. 

E podia continuar mas fico-me por aqui que isto já vai longo. Resumindo, o mal de se gastar o que se tem e não se tem é nacional e não do governo. Nesse ponto, até se poderia perguntar: se todo o santo português gasta o que tem e o que não tem só para dar nas vistas ao vizinho, porque não pode o governo fazer o mesmo?

No Magalhães Lemos há gente mais sã do que aquela que anda por estas ruas deste galinheiro à beira-mar plantado. Se se fossem todos tratar é que faziam bem. Arre!

Mais uma bonita noticia

Descontos dos recibos verdes vão aumentar em 2011 - Economia - DN

Já só faltavam mesmo os desgraçados dos recibos verdes. Bem, na volta isto até vai acabar com os recibos verdes pois, os pobres coitados que andam a ganhar o salário mínimo (ou menos a recibo verde) não lhes compensará trabalhar. Penso que ninguém estará disposto a ganhar para pagar unicamente impostos ao estado. A taxa de 5% às empresas que tenham mais de 80% do valor da sua actividade em trabalhadores independentes também é gira. Falta saber se os 5% ficam mais caros ou não que os outros descontos que teriam de fazer se não tivessem pessoas a recibos verdes.

Este governo está completamente louco. Não soube governar a casa e teve de cortar nos salários aos seus trabalhadores. Pior ainda, foi simpático o suficiente para, além de lhes cortar no rendimento ainda lhes sobe os impostos. Depois lembrou-se que isso era capaz de não chegar e sobe o IVA para 23% (perto do que se paga nos países nórdicos). Como se não bastasse, ainda achou que certos produtos de primeira necessidade deviam ser considerados bens de consumo supérfluos e passou-os da taxa mínima de IVA para a máxima.

Fizeram novamente as contas e isto ainda não chegava, era preciso diminuir mexer no IRS para se pagar mais e devolver menos. Mas, não satisfeito, não ficou por aqui. Cortou no RSI (aqui se calhar deveria ter acabado com ele e isso sim teria sido uma boa medida), nos abonos, na saúde, na educação...

À banca, disse que a ia obrigar a pagar uma taxa mas esqueceu-se de a regulamentar. Aos ministros, deputados e respectivos assessores, secretários, amigos e enteados, fez uns cortes aos quais eu chamaria "simbólicos" para enganar os tolinhos.

Ainda se lembrou de introduzir portagens mas, de preferência, só nas auto-estradas que eles e os amigos não utilizam muito. Depois, lá com uns empurrões, decidiu que as portagens eram para as SCUTS todas, a norte e a sul. Pelo meio, esqueceu-se de explicar como funcionariam os novos sistemas de pagamentos e que, para cobrar portagens, seria necessário ter o sistema informático todo a funcionar direito. Isso e ter os respectivos dispositivos à venda. Assim, para além de louco, o governo ainda fez [e faz] figura de palhaço por tentar cobrar sem ter os meios para o fazer prontos.

Pelo meio, assim como obra do Espírito Santo ou na Nossa Senhora dos Aflitos, ainda tiveram a boa nova de que a PT estava desejosa de ter o seu fundo de pensões integrado no orçamento de estado.

O que não fizeram foi cortar, diminuir ou atrasar as obras megalómanas e as construções de auto-estradas, escolas etc., pois tal iria por os amigos da construção civil descontentes. Também se esqueceu de cortar nos institutos públicos desnecessários, extinguindo-os ou fundindo-os com outros. Os submarinos também vieram e esqueceram-se de dizer à Chanceler Merkel que não os podiam pagar.

E ainda há uma coisa que toda a gente se está a esquecer: a organização da World Cup que Espanha e Portugal querem ganhar. Vai ser preciso pagar isso também.

Continue-se assim que vamos todos no bom caminho, para a falência.

The new economy

Last night I heard a very good description about this new economy some of us are trying to save leaving others in utter misery. It goes like this: take what you need and live a little back. Indeed and a very little part at that.

This is from a Justin Bond's song called "The new depression". I was trying to find the lyrics but I couldn't find any on the internet and I'm too lazy to find the music, listen to it and write down the lyrics myself.

Estupor!

Sem mais comentários. Para mais informações clique aqui.

Estado financia empresa da Mota-Engil - Bolsa - DN

Estado financia empresa da Mota-Engil - Bolsa - DN

Bonito isto! Mas agora tenho uma pergunta interessante para fazer: o que se vai fazer com esta informação?

Eu dou a resposta: nada. Assim vai o país das lamúrias. Se ao menos fosse assim, como em França mas não. Somos um país de bebés birrentos com greves para entreter criancinhas.

PS afinal é direita?

Imagem retirada daqui.

Nesta notícia de hoje do JN, podem-se ler algumas interessantes palavras de Francisco Assis, líder parlamentar do PS. O interessante das palavras dele é que, se não for dito quem as profere, parecem vindas da ala direita da política portuguesa. Aliás, se não se souber quem as diz, corre-se o risco de pensar que foram ditas por algum defensor do neoliberalismo.

Leiam-se então algumas tiradas.

"infelizmente, a extrema esquerda parlamentar continua presa a uma visão salvífica milenarista que a impede de encarar a realidade"

"No movimento comunista há uma componente estrutural de ordem genética: a incapacidade de compreensão da realidade"

"Os contributos que o movimento comunista deu em algumas parte do mundo trouxeram a miséria e a regressão das liberdades"

fonte: JN

Pois bem, tendo dito isto só falta saber agora se Francisco Assis está enganado no partido ou se considera antes que o PS tem sido tão ou mais de direita que o PSD e, porventura, o CDS... Ao fim e ao cabo, estas palavras são aquelas que se ouvem da boca da "extrema-direita" ou da direita meramente "neoliberal".

Virar tudo do avesso

Não costumo por textos inteiros aqui mas este está tão bom que não resisti. A sua autoria pertence a Baptista-Bastos. Sem mais rodeios aqui fica o texto para vosso deleite.

O paradigma de sociedade sob o qual temos vivido está a esboroar-se. E parece não haver resposta imediata para esta nova desagregação histórica. Em termos políticos somos herdeiros de um enredo corrompido que nos fez viver entre a opressão e o medo, o ódio e a resignação. Quem nos tem dirigido não possui estofo de estadista nem a dignidade de confessar a sua impotência. As últimas décadas são cerzidas com remendos, mistificações, ideologias esgotadas, sem nenhum dos dirigentes ter, alguma vez, apostado, seriamente, na verdade e na liberdade. Sem o menor rebuço nem a mais escassa repulsa, os governantes do PS e do PSD restauraram, nos últimos trinta e tal anos em que se sentaram no poder, o reino da indecisão, da infelicidade e da renúncia.

Os três ex-presidentes que foram ao Prós e Contras (RTP1, dia 11 de Outubro, p.p.) sublinharam essas características, e apenas nos incitaram a resistir e a procurar entender o mundo que nos foi imposto. Nenhum deles falou em resignação. Mas, como não estavam ali para pregar a virtude, nem para evocar excitações antigas, repetiram que a natureza do que nos acontece exige que impeçamos o mundo, o nosso pequeno, assustado e aflito mundo, de se desfazer totalmente. Como? De uma forma ou de outra disseram-nos que a "classe política" é um desfalecimento de causa, e que temos de nos haver e ungir com o que há. O que há, porém, é muito mau. Paciência, é assim.

O paradigma económico, social, político e cultural em que vivemos soçobra a olhos vistos. E ninguém analisa, explica e debate a origem do mal. Os nossos intelectuais mergulharam na nostalgia demencial dos seus insuportáveis universos e das suas angústias insignificantes, desligados das obrigações difíceis que, moralmente, lhes são exigidas. O jornalismo não explica porque não sabe. É penoso ler o que preopinantes impreparados escrevem sobre o que nos rodeia e, afinal, nos limita e escraviza. Os sinais do tempo não se reflectem numa imprensa pejada de comentadores do óbvio, notoriamente inclinada para um só lado da história. As televisões atingem os níveis da desonra. Não são, exclusivamente, "telelixo", constituem, em boa consciência, humilhações que nos infligem.

Soares, Eanes e Sampaio desconhecem como dar a volta ao texto no qual fomos enredados. A padronização do mundo, inculcada pelo capitalismo vitorioso, favorece não só o "pensamento único" (de que tanto se falou, há anos, com presunção e ignorância) como a democracia de superfície e a abdicação de pensar. Evidentemente, há perigos ocultos e ameaças latentes. Eanes falou nas explosões sociais inorgânicas que podem pôr em causa a própria definição de sociedade, tal como a entendemos. Pergunta-se: e essa não será a solução, virar tudo do avesso?


A verdade


Obrigado ao Miguel Loureiro por ter post isto no seu blogue.

Já agora gostaria de dizer algo ao Daniel Cohn-Bendit...

Durão Barroso n'a pas perdu les elections. Il a fui le pays avant.

Lutas ou folclore?

Li, no blogue da Anabela, uma iniciativa de protesto com o descalabro na gestão dos fundos públicos. A carta, que não reproduzirei sequer mas deixarei um link para ela aqui, é algo de gente que não é séria e mostra uma profunda demagogia em certas partes, se não cegueira completa.

Passo a explicar.

1º - O respectivo destinatário, muito certamente, não irá ler a carta, pelo menos não irá ler a quantidade de emails que lhe forem eventualmente enviados. Esse trabalho caberá a um administrativo pago com o dinheiro de todos nós, o qual, certamente e prontamente, enviará os ditos emails para o "lixo".

2º - Já que se está numa de renunciar, então faltam lá umas quantas renuncias graves. Falta renunciar à ineficiência de alguma função publica, aos horários de alguns funcionários públicos (e não me refiro aos de topo pois a esses os horários seriam apenas a ponta do icebergue) que começam a trabalhar as 9h e acabam às 16h. Falta renunciar às presente políticas educativas, assunto no qual, pelos vistos, está tudo bem e não se renuncia a nada. E podia continuar mas escuso-me. Referir apenas o PRACE é, no mínimo, redutor.

4º - A data altura, diz-se na carta e agora transcrevo "Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmíssima medida do corte nas transferências". Empobrecimento desta democracia é um eufemismo. Cortar o financiamento público das campanhas eleitorais seria por os políticos nas mãos dos "privados", os quais não seriam mais que as grandes empresas. Apenas estes teriam a capacidade de financiar campanhas. Se se está a propor em não haver financiamento exterior, então das duas uma, ou não haveria capacidade financeira de fazer campanhas eleitorais o que levaria a um fim da pouca democracia que temos, ou então seria limitar os candidatos aos "ricos" do país. Passaríamos de democracia para uma clara oligarquia.

5º - Importava esclarecer o que é, e cito, uma "mensagem política honesta, clara e simples".

6º - Sem me alongar mais, refiro apenas a mera possibilidade de isto poder ser encarado como uma tentativa de entupir o servidor ou até mesmo a caixa de correio respectiva e, como tal, crime. Talvez nesta esteja a ser exagerado mas, face às coisas que são levadas a tribunal nos últimos tempos em Portugal, não me parecia estranho este argumento.

Por estas razões todas, talvez fosse altura de acabar com esta psedo luta que a nada leva e, se quiserem mudar de facto as coisas, começar-se a falar a verdade sem folclore e populismo ao desbarato. Numa altura onde uma certa elite mente para preservar os tachos e negociatas estranhas, as melhores armas são a clareza, a seriedade e a verdade. Como se diz the truth shall set you free.

Querem-se greves? Então façam-se greves por mais de um dia. Aliás, que se façam greves gerais e, sobretudo, generalizadas pelo tempo que for preciso até as coisas mudarem. Leia-se como a Índia sob a liderança de Ghandi conseguiu que os britânicos fossem embora. Leia-se, aprenda-se e repita-se a receita. Querem cartas? Então que se façam abaixo-assinados sérios e sem populismos. Penso que o partido já teve folclore político e melodrama barato que chegue. Este último, deixe-se para as telenovelas.

É uma pena que, uma boa ideia que seria esta carta (com as devidas alterações) se transformada em abaixo-assinado comprovado e fidedigno, seja transformada em populismo.

Não tenciono com isto insultar que decidiu ir na onda. Cada um é livre de fazer o que quiser mas, na minha opinião, este não é o caminho.

Recordo ainda que, foi o populismo dum certo senhor, de seu nome Adolf Hitler, que o levou ao poder na década de 30 na Alemanha, então democrática.

Sócrates é bom mas nem tanto...



Anda agora na moda dizer que o estado do pais é culpa de José Sócrates. Bem, tal afirmação, para além de exagerada é completamente falsa. O homem é bom mas nem tanto. Olhemos para a cronologia dos nossos governantes.

Agora temos Sócrates que, por ser tão actual, escusa recordações.

Antes tivemos Santana o qual correram com ele antes de ter tempo de fazer seja o que for mas que já se preparava para umas quantas obras megalómanas com um deficit galopante.

Já tínhamos tido Barroso, Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas. O primeiro fugiu depois de ter deixado a segunda vender o património todo que havia para vender e o terceiro comprar uns quantos submarinos. Note-se que a coisa estava tão boa na altura que Manuela Ferreira Leite preferiu deixar cair o governo a tomar o lugar que era "hereditariamente" dela. Sim, a senhora na altura era a número dois do governo.

Resultado orçamental deste governo: deficit galopante. Quando saíram de lá, o deficit tinha uma estimativa de 6,1% do PIB caso não tivesse sido corrigido. Mesmo assim, depois de terem vendido património, aumentado os impostos, no último ano completo tiveram um deficit de 3,8% do PIB.

Andando mais para trás tivemos Guterres, o Sorridente Dialogante. Infelizmente fui tudo que ele consegui fazer... amigos com o seu sorriso e fundos para todos.

Resultado orçamental deste governo: "descontrolo" das contas públicas e o começo do "controlo do deficit". No último ano de governo completo de Guterres, 2001, o deficit foi de 4,39% do PIB. No ano da saída de Guterres e entrada de Barroso, o deficit estava nos 3,8% do PIB. (fonte: pordata)

Mesmo antes de Guterres, ainda tivemos o agora Presidente, Cavaco Silva, o Infalível. Este era aquele que raramente tinha dúvidas e nunca estava errado. Aquele que vendeu a agricultura, pescas e industrias associadas a troco de uns trocos para fazer um CCB, IPs com traçados miseráveis, autoestradas com erros de concepção e fundos para todo o santo empresário têxtil e agrícola comprar carro(s) e casa(s) com piscina. Quando deixaram de concordar com ele, estudantes e operários, foram brindados com cargas policiais como nem aos criminosos se fez em Portugal.

Resultado orçamental deste governo: um deficit de 4.28% do PIB (fonte: pordata) - na altura, pelos vistos, não era problemático.

Ainda acham que estamos assim só pelo Sócrates?

Esta coisa dos deficit também não deixa de ser engraçada. Depois de tanto aumento de impostos, venda de património e algum corte das despesas o desgraçado teima, nos últimos anos dum ciclo governativo não descer abaixo dos 3%. Também é engraçado que, Cavaco Silva, (e com contas assim feitas por alto com dados recolhidos do CIA World Fact Book) tenha andado sempre com deficits de acima de 4%.

Temos pena!

O seguinte comentário foi retirado daqui e, infelizmente, demonstra bem o problema que temos na função pública. A mentalidade que se instalou nos funcionários públicos é a principal inimiga do próprio funcionalismo público.

carlos pereira
06.10.2010/14:46

Grande inveja vai por aí. Afinal o que querem? Ser tambem funcionários do Estado? Não, não, que isso não é para todos. Fiquem na privada que estão muito bem. E toca a trabalhar para o engrandecimento do país. E quanto a mim, funcionário público, vou continuar a observar para ver se os meninos invejosos continuam a produzir para eu continuar bem instalado na vida. Bons sonhos, bom trabalhinho e vejam se não fogem aos impostos que é para eu poder viver à grande.

Eu creio que, se bem que haja alguma inveja pelos que já lá estão no funcionalismo público, o maior sentimento é o de revolta. Revolta porque, de facto, o funcionalismo público vive uma situação privilegiada em relação ao que não é funcionalismo público. Isto não quer dizer que os culpados do país estar como está sejam eles, mas quando se vê a discrepância salarial dentro da função pública e fora da função pública, a juntar aos horários de trabalho etc e tal, compreende-se porque o comum dos mortais possa estar revoltado e possa até culpar o funcionalismo do estado pelo estado do país. 

Se me perguntam se é justo ou não, aí a resposta é mais dificil. O funcionalismo público é, ele próprio o seu pior inimigo e tem sido ele próprio responsável pelo descrédito que hoje ele tem. Agora se foi ele que levou o país ao estado caótico, isso é óbvio que não. Aí a culpa é dos dirigentes deste país que não sabem dirigir nada (salvo o seu próprio bolso) e dos restantes que nada fazem para que as coisas mudem, limitando-se à critica e insulto barato.

Em todo o caso, seria bom que os funcionários públicos de certas e determinadas áreas pusessem a mão na consciência e reparassem que mais ninguém trabalha das 9h as 16h com 1-2h para almoço. Isto ainda ganhando o rico salário ao final do mês com direito a férias garantido etc e tal.

Agora podem todos saltar, gritar e espumarem-se todos pela boca, funcionário público ou não, sobre os cortes e impostos. O certo é que, enquanto não se chegou aqui vivam, aparentemente, todos no paraíso. Os FP exigiam aumentos de salários (segundo me lembro, houve até um sindicato de enfermeiros que queriam 4,5% de aumento quando o resto da FP já nada via), os privados continuavam a gastar o que tinham e o que não tinham em telemóveis, Internet, carros, portáteis, etc. Todos quiseram gozar a vida até ao limite. Pois bem, o limite chegou e se não queriam estar como estão agora deviam ter pensado enquanto foi tempo.

Agora resta-nos tentar limpar a casa dos anos de excessos. Privados e  Função Pública, agora não há volta a dar. Aguentem-se à bronca e chega de tentar arranjar artifícios para se poder continuar a gozar à brava. Essa história da inconstitucionalidade é tão má cara que demoraram este tempo todo a para pensar nela.

Preocupações de ontem e hoje

Hoje anda tudo preocupado com o dinheiro que se gasta aqui e ali. O Serviço Nacional de Saúde, para o estado, é uma preocupação enorme. O apoio a pessoas com necessidades especiais nas escolas idem aspas. Custam dinheiro que podia ser usado para... olhem, sei lá, comprar carros para algum membro do aparelho governativo.

Querem saber o curioso, no Terceiro Reich isso também era uma preocupação. Reparem no seguinte poster:


Legenda: 60000 RM é o que esta pessoa que sofre de defeitos hereditários custa à comunidade de Alemães durante o seu tempo de vida. Caro cidadão, este é o seu dinheiro também.

Sem mais comentários.

Para recordar a história



Uma história para os políticos e economistas de hoje lerem e recordarem que, quando paga o justo pelo pecador, as coisas podem dar para o torto. Seria bom que eles pensassem sobre isto.

Sugiro, então, a seguinte leitura:

Uma dívida que se pagou caro - Opinião - DN

A direita da esquerda

fonte: El Fisgón "Como sobrevivir al neoliberalismo sin dejar de ser Mexicano" Grijalbo Press
retirado daqui

O neoliberalismo que começou com Reagan e Tatcher e mais recentemente por George W. Bush e seus amigos por todo o mundo que atrás dele foram, levaram o mundo à pior crise que havia memória desde 1929. Todos se maravilharam com o fim de todas as "incovenientes" regras de conduta e legalismos para regular os mercados. Era a era de ouro em que todos podiam comprar, vender e/ou negociar sem barreiras e tiques de esquerda. 

Bem, estamos todos a ver o que esta linda e magnifica direita neoliberal nos levou. Isto para não falar nas guerras que envolveu o mundo "ocidental" e que ainda hoje custam vidas humanas e rios de dinheiro a quem lá está e que não levam a lado nenhum.

Mas o mais giro disto tudo é que estes que nos levaram a esta situação económico-social ainda têm a distinta lata de se apregoarem como salvadores do mundo. Atiram a culpa para todos os lados sem perceberem [?] que eles foram o problema. Quando se é um problema não se pode ser solução, especialmente se a solução que propõem é a mesma receita de sempre. 

Em 1929 a única maneira de salvar as coisas foi com políticas sociais e de investimento público e mesmo assim as coisas só melhoraram com a infelicidade de uma Guerra Mundial que obrigou a gastos enormes por parte dos estados quer com o rearmamento quer com o recrutamento que levou à baixa do desemprego. 
Hoje, paradoxalmente, tenta-se salvar o doente dando-lhe mais daquilo que o pôs doente. Talvez fosse bom alguns fazerem um bocadinho de soulsearching e colocarem a mão na sua consciência, isto se ainda a têm. 

Sugiro a leitura disto.

Hasta Siempre

Para desanuviar de tanta palhaçada azul (ou vermelha se estiverem nos States)...

E que tal...


Ao mais bom estilo capitalista mas com um toque do comunismo de Cuba... Alguém alinha num bom Cohiba?

A história repete-se (musica)


Não podia deixar de por este vídeo aqui que vi no correntes. Nada mais apropriado. A história, de facto, repete-se e ninguém melhor que Zeca Afonso para nos relembrar.

A história repete-se



Da última vez na história que houve uma crise e cortes drásticos a países por terceiros, num deles, num certo e determinado ponto no tempo, um individuo chamado Adolf Hitler conseguiu chegar ao poder. O resto já toda a gente sabe.

Não deixa de ser interessante que o inicio do século XXI seja, em tudo, muito parecido com o século XX. Resta saber, então, quando começam as revoluções, quer as fascistas, quer as comunistas.

"At the risk of appearing to talk nonsense I tell you that the Nazi movement will go on for 1,000 years! ... Don't forget how people laughed at me 15 years ago when I declared that one day I would govern Germany. They laugh now, just as foolishly, when I declare that I shall remain in power! "
—Adolf Hitler to a British correspondent in Berlin, June 1934
fonte: wikipedia.org

Com estas medidas, fico contente por saber que vou pagar quase tanto de IVA com nos países nórdicos mas com uma diferença: não ganho mais regalias com isso, aliás, até as perco. 

P.S.: Coincidência ou não, a publicação deste post esteve difícil por problema técnicos do blogger. 

A piada do dia vinda da OCDE

Imagem retirada daqui

OCDE alerta para alunos repetentes no País - Portugal - DN

"Organização avisa que Portugal tem de reduzir taxa de retenção e que o programa Novas Oportunidades deve ser actualizado."

Ou seja, quanto mais estúpidos melhores? O que interessa é o papelinho para os alunos e as estatísticas para o governo e OCDE? E eu aqui a pensar que a loucura era particularmente problemática em Portugal. Parece que me enganei.Será que este senhor está de acordo que se ponham mais alunos que, incapazes de terminarem a escola, desistem e se inscrevem em CNO para depois fazerem um exame de inglês (que são também eles uma autêntica palhaçada), tirarem 20 e entrarem no Ensino Superior como os melhores alunos do país?

Será sequer que estes senhores quereriam gente das NO a trabalhar para eles em cargos de topo? Eu sei que há algumas pessoas que vão para as NO para melhorarem a sua escolaridade e que até o conseguem mas, sejamos honestos, a maioria vai para lá para ganhar o deles ao fim do mês. Aprender não está nos planos.

Isto está bonito, está. E diminuir as retenções? Mas estão loucos? Se se devia fazer alguma coisa era aumentá-las. Aliás, outro dia dava por a pensar nas grandes diferenças no ensino há 30 anos atrás e hoje. Não havia mais gente alfabetizada dantes do que agora. O problema é que dantes só era alfabetizado quem merecia enquanto que hoje temos analfabetos certificados.

Recomendação de leitura

Recomenda-se a leitura do post de hoje d'O Jumento. Podem aceder clicando aqui.

PSD a voltar às suas tipicas acções de politiquice



Rangel distancia-se de Passos e admite aumento da carga fiscal - Política - PUBLICO.PT

Como já tardava, começam a aparecer os abutres. Fala-se em possibilidades de eleições e aparecem este populistas sem qualquer capacidade para governarem mais do que a sua própria casa a tentar a sua oportunidade. 

Até aqui tivemos o teatro constante de Sócrates e Passos Coelho. Agora, aparece mais este para fazer o trio. Já devia ter saudades. Afinal de quantas, no Parlamento Europeu, a sua capacidade para mostrar o quanto oportunista é e o quanto incapaz será de governar um país perdem-se. É claro que isto também pode ser mais uma oportunidade para os Cavaquistas retirarem de lá alguém que lhes é incomodo. 

Com o espectro de eleições à porta, nas quais o PSD provavelmente irá ganhar (é a eterna dança das cadeiras a que este povinho intelectualmente embrutecido nos habituou), torna-se muito apetecível ter lá alguém que permita a alguém ser Presidente e Primeiro-ministro ou, então, pelo menos que não faça o Presidente ter de ser presidencial.

Tal e qual como um galinheiro onde as galinhas vão todas ao mesmo milho, assim vai a política em Portugal. A única coisa que eu me pergunto é se alguém ainda acredita honestamente que, quem nos meteu nestas encrencas desde 1974, ainda vai ser a solução dos males deste país. 

Uma coisa é certa, com gente como este Rangel, que nada mais não é que um perfeito oportunista, não iremos lá. Arrisco dizer mais, enquanto o PSD estiver como está nunca será alternativa a coisa alguma e querer tirar do governo Sócrates para lá por Passos Coelho é um erro crasso e de uma cegueira terrível. Enquanto o PSD não provar que tem estabilidade interna não poderá ser partido de governo. Relembro bem o que aconteceu ao ultimo lider daquele partido que esteve como Primeiro-ministro. Falo de Durão Barroso que, depois de deixar o país pior do que o tinha encontrado, fugiu a sete pés para bem longe daqui.

No meio desta notícia toda, fica a salvaguarda de que, na sua tentativa de ganhar uns minutos de fama, Rangel acabou por dizer uma verdade que a muita gente irá doer: o PSD, se estive no governo, não faria as coisas de maneira diferente do PS.

Os benefícios do sistema educativo americano

Porque isto não precisa de mais comentários.

Atentem ao mapa da notícia da cnn neste link.

O mapa é uma vista do globo do Ártico. Algo semelhante ao que aqui apresento agora.

Retirado daqui.


Agora permitam-me por dois comentários dos leitores do site da CNN.


With all the back and forth smack talk going on between the Canadians and the Americans you would think there would be at least one smart one in the lot of you. but apparently not, look at the map! why has no one noticed that the map is flipped! ITS BACKWARDS! hello CNN! you might want to fix that. The last time I checked Alaska is on the west side of the continent. am I wrong? 
- por djcerwyn

Not only is it backwards, but truly messed up. Greenland and Iceland through Europe are correctly orientated, but someone has been messing with N. America. 
- por Pip70

Penso não ser preciso dizer mais nada. I rest my case.

P.S.: O título foi corrigido. Gralha imperdoável. 

Como disse?

 Imagem retirada daqui

Há coisas do diabo. Então não foi este senhor que aceitou vender a nossa pesca a espanhóis e franceses a troco de uns milhões para construir CCBs, IPs deficientes e auto-estradas? Quando lá esteve não teve oportunidade de defender e valorizar as pescas? Mas isto é um mea culpa ou simplesmente o homem está senil e não se lembra do que fez quando era PM?

Cavaco critica deficiente exploração económica do mar - Bolsa - DN

Finalmente!

Foi preciso alguém vir de fora de Portugal, Irlanda mais concretamente, para escrever uma biografia séria e sem tabus, uma biografia onde se diz as coisas como elas foram sem o insulto da esquerda ou o elogio da extrema-direita. A história de Portugal ficou mais rica. Pena é que cá, a mesquinhez e a cobardice tenha impedido alguém de o ter feito.

"O regime salazarista não era um monolito" - Gente - DN

As coisas estão más...

 Imagem retirada daqui

De facto a situação do país não é boa. Depois de Cavaco ter esbanjado dinheiro em obras públicas, muitas delas desnecessárias ou simplesmente de má qualidade, Portugal entrou em crise. Entrou porque quem veio a seguir reparou que já poucos sitios tinha para fazer autoestradas e CCBs. Ainda houve a Expo 98 para concluir e depois ainda se conseguiu desencantar o Euro 2004. Pelo caminho houve ainda Porto Capital Europeia da Cultura onde se conseguiu fazer uma linda barraca para a música por 111,2 milhões de euros (o projecto inicial era de 32 milhões).

Hoje há um pobre desgraçado no governo que bem tenta arranjar obra para fazer. Lá conseguiu arranjar justificação para um novo aeroporto para a capital, o TGV com ligação directa a toda a santa aldeia deste país e, como cereja em cima do bolo, uma nova travessia sobre o Tejo. O problema disto tudo é que lhe deram cabo do esquema. Transversalmente, a crise financeira, o fim dos fundos para a região de Lisboa e Vale do Tejo e a diminuição dos fundos para o resto do país, a juntar à necessidade de cortar na despesa, todos estes projectos ficaram ou na gaveta ou vão sendo feitos em passos muito pequeninos. Tipo a barragem do Alqueva que tem um projecto que prevê a conclusão de todas as obras da dita e outras a ela associadas num prazo de (o leitor deverá estar sentado neste momento pois eu não me responsabilizo por danos na coluna vertebral em caso de queda) 100 anos! 

É sempre bom e refrescante saber que os nossos políticos e empresários conseguem pensar a longo prazo ao invés do que têm feito até então. Contudo, considerando que em 100 anos o clima, populações, etc e tal e coisa, podem mudar drasticamente, pergunto se 100 anos para barragem e sistema de irrigação não será um pouco tempo a mais... 

Mas adiante e voltando ao assunto. Com tamanha lentidão pouco há a fazer no país para mostrar obra por forma a subir nas sondagens. O problema ainda é maior em Portugal. É que a economia insiste em não entrar em recessão e continua a teimar em crescer, devagar, mas a crescer. Ainda pior para o país foi a recente subida nas exportações e a ligeira descida na taxa de desemprego. É pá, um país assim não dá para governar. Percebe-se agora o desnorte de José Sócrates e Pedro Passos Coelho. 

 Imagem retirada daqui

Não podem fazer obra e o país aguenta-se sem eles fazerem nada por isso... Aliás, o país aguenta-se com eles a fazerem tudo para que não se aguente. De facto, Portugal está mal. Mal para os políticos que andam sem saber o que fazer pois parece que perderam o controlo das estatísticas, para os jornalistas que andam sem saber que desgraças anunciar, para os comentadores que não sabem bem de quem hão-de dizer mal e finalmente para todos aqueles que vivem da desgraça dos outros. 

Realmente, a situação não poderia estar pior.

 Imagem retirada daqui