Wikileaks

Próximo alvo da Wikileaks vai ser grande banco norte-americano - Mundo - PUBLICO.PT

Ainda não percebi bem onde é que este senhor quer chegar. Depois de ter feito o alarido com as questões dos ficheiros diplomáticos que pouco ou nada de novo trouxeram ao conhecimento público, vem agora querer atacar um banco por práticas disto e daquilo. 

A questão no meio disto tudo é: o que importa isto realmente? Vai resolver alguma coisa? Reparem com o que aconteceu com o último caso lançado pela Wikileaks. O que mudou? Nada. 

Agora com o banco mudará alguma coisa? Também não. Já toda a gente sabe o que se faz nos meios financeiros. Aliás, até um cego só não conseguiria ver se vivesse em Marte, onde não há uma crise económica. Por isso, se uma crise económica não fez mudar o modus operanti das agência financeiras, antes pelo contrário, exacerbou-o, Assange acha mesmo que vai conseguir algo mais do que causar 5 minutos de embaraço aos visados?

Diz o roto ao descosido

 
Portugal está “insolvente” e terá de pedir ajuda, diz o Citigroup - Economia - PUBLICO.PT

Esta noticia é deveras fantástica. Temos um economista [chefe], Willem Buiter, a dizer que Portugal está falido e que vai ter que pedir emprestado. Até aqui nada novo pois muitos fartam-se de o repetir. O que achei curioso foi ele ser economista desde Novembro de 2009 num grupo financeiro que deu prejuízo no último ano (2009)

Antes de se preocupar com Portugal, antes de mesmo de vir vaticinar falências e insolvências alheias, talvez fosse bom Willem Buiter preocupar-se primeiro com a situação da sua empresa. Isto de perder-se tempo a apontar dedos a outros quando a nossa própria casa está em pantanas tem muito que se lhe diga. 


Cavaco Silva - O Destruidor

Já há muito tempo que digo que os problemas que Portugal vive nos dias de hoje vêm muito de trás e que hoje pagamos a factura da má governação dum teórico que saltou da faculdade para a política e fez disso modo de vida. Falo pois de Cavaco Silva, o actual Presidente da República.

Foi nos governos dele que começou o descalabro. Foi aí que se gastou o que se tinha, o que não se tinha e ainda recebemos de fora para ainda mais gastar. Com rios de dinheiro a entrarem em Portugal, o Sr. Prof., do alto da sua sapiência mantém deficits anuais perfeitamente escusados. O Sr. Prof. atribui subsidios a tudo e todos sem os fiscalizar resultando em dinheiros que deveriam ser usados para a modernização industrial e da agricultura serem gastos para a compra de carros e construção de mansões. Como se isto não bastasse, o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas, investiu dinheiro em estradas mal feitas que acabaram por ter de ser "refeitas" ou estradas (auto-estradas) desnecessárias face à dimensão e distribuição demográfica do país. 

Há trinta anos atrás, Cavaco Silva destruiu futuro de duas coisas: do país e do partido onde estava. Neste último caso, transformou um partido numa comissão nacional de bajuladores onde a competência pouco interessava. Rodeou-se de amigos e favores forçando a saida ou evitando a entrada de quem realmente poderia ter feito melhor. Ainda hoje o PSD vive à sombra dele. Um partido sem ideologia que não sabe de onde realmente veio e muito menos para onde vai. Um partido que vive da sabotagem, algo que se vê também na sociedade, e não do mérito.

Cavaco, e em geral a geração dele, teve uma oportunidade de transformar Portugal para melhor. Infelizmente, a geração de Cavaco optou por um caminho para o abismo, um caminho onde o que interessava era proteger os seus interesses e evitar que houvessem opositores.

O resultado disto está há vista. Um país cheio de auto-estradas e sem industrias. Um país com um Centro Cultural de Belém que serve meia dúzia de felizardos da capital os quais se deliciam a ver uma cultura em estado vegetativo e a qual caminha rapidamente para a aniquilação. Cavaco, criou uma geração de políticos que vivem do betão e que, tal como ele, nada mais sabem fazer. Hoje pagamos pelas asneiras de Cavaco. Amanhã iremos pagar pela inoperência de Guterres e Deus nos livres quando tivermos de pagar o desgoverno de Durão Barroso e as trafulhices de Sócrates. 

Até agora, sempre me senti um pouco isolado nesta analise pois vejo mais facilmente a idolatração deste senhor por um povo que vive para as aparências e como tal, julga que ter auto-estradas para todo o lado e lado nenhum é sinónimo de desenvolvimento. Esquece-se que Cavaco deixou estradas mas destruiu a economia que a podia sustentar, criando e investindo numa industria já decreptica na época, com fim à vista e já com forte concorrência Asiática (leia-se texteis). Vejo agora, contudo alguém a fazer uma análise semelhante. José Miguel Júdice vem agora dizer algo semelhante, pelo menos em relação a Cavaco.

Triste, contudo, é dizer o que diz e aceitar ser membro da comissão de honra da candidatura de Cavaco. Infelizmente, em Portugal, a falta de principios é algo que já nem devemos ligar muito. O que importa não é a coerência nem sermos fieis às nossas ideias e/ou ideais mas sim ganhar uns trocos e agradar aos chefes.

A solução para a crise tem passado por explorar mais os já explorados.



Empresas que contratem recibos verdes menos penalizadas - Economia - DN

Estes desgraçados que andam na política nos dias de hoje só conseguem fazer uma coisa direita que é manterem os seus poleiros. Percebo a lógica de, neste momento, não se penalizar quem contrata a recibos verdes. No entanto, é muito bonito ver que quem abusa dessa coisa dos recibos verdes sair beneficiado enquanto que os desgraçados explorados com os falsos ou, pelo menos, abusivos recibos verdes continuam a tramar-se. Reparem, um trabalhador a recibos verdes já é penalizado pela quantidade absurda de impostos que paga sem ver proveito algum disso. Numa altura que o mercado de trabalho anda como anda, o governo, para evitar cortar nas mordomias e clubismos dele e dos amigos, decide aumentar impostos. Aumenta-os a quem já pouco ganha e muito paga.

Embora ache que quem tenha empresas a viver à custa deste trabalho precário que é o mundo dos recibos verdes deva ser penalizado, no momento actual, tal coisa não teria os grandes efeitos que se esperava. Duvido muito que os empregadores de recibos verdes fossem agora mudar para contratos [a prazo] assim de repente só por causa de 5% de penalização. Por esta razão, penso que a penalização é um pouco relevante. Se fosse mais alta estaria frontalmente contra o "alivio" anunciado no OE. 

Contudo, isto não justifica o facto de se "aliviar" os exploradores e não os explorados. É preciso que haja mais gente a contratar por isso é preciso que os empregadores não sejam sacrificados com isso mas nada disto devia ser feito à custa do empregado. Aliviar quem explora de forma abusiva os recibos verdes e penalizar quem é abusado é, no mínimo, idiótico, patético e demagógico. [Não] sei o que vai na cabeça dos governantes mas assim só vão conseguir uma coisa: mandar o país todo ao charco.

Aumentar os impostos é diminuir o consumo. Se este diminui a economia cresce menos, ou seja, as empresas vêm a sua actividade reduzida o que, por sua vez, implica que vão ter elas de cortar em algum lado. Um dos sítios é no trabalho ou salários. Chegados aqui, voltamos ao inicio e temos mais diminuição do consumo. Ou seja, não só o estado está a arriscar colectar menos impostos como ainda vai ter que desembolsar em subsídios e ajudas. Resolver agora um problema para, depois, criar dois e tudo à custa dos já muito explorados.

A minha única dúvida agora é quanto tempo demorará até cairmos no buraco que estamos a cavar? Se os ricos e estes instalados julgam que se safam, lembrem-se que nas revoltas e revoluções o dinheiro pouco importa. Pior ainda, estamos a arriscar cair noutra crise sem sequer termos saído desta.


Se não fosse tão patético seria anedota.



Outro dia falava dos instalados e da promoção dos incompetentes a lugares de chefia em Portugal. Nem de propósito, o jornal Público brinda-me com este presente. Leiam e, se não chorarem, tenho a certeza que se irão rir. 

Com que então, um jovem de 26 anos, sem ensino superior, sem currículo relevante (pelos vistos)  e ficou a ganhar, pasmem-se 3950 € por mês. Melhor ainda, vivia nunca casa da Câmara Municipal de Lisboa com uma renda de 48 € por mês. A isto ainda se acrescenta os subsídios que recebeu para criar uma empresa que, pelo que percebi, não se sabe muito bem o que faz.

Reparem-me bem, 26 anos, sem nenhuma competência para cargos dirigentes, a ganhar uma quantia que para muitos, mesmo no fim de carreira, é apenas um sonho. 

No final disto tudo, depois de andar a estudar os anos que andei, depois de duas faculdades e suor para chegar a algum lado, vejo-me perante estas insanidades. Começo a aperceber-me que fiz um erro na minha vida: deixei a minha consciência meter-se entre mim e um cartão de militante de um qualquer partido; nem importa qual pois qualquer um servia.

Agora vou calar-me e vou dormir de tão embasbacado que fiquei. P'á **** que pariu este país todo.

Dueto de Gatos de Rossini

Hoje estou virado para os gatos... Aqui fica a opera. 

Dois gatos falantes agora com tradução inglesa


Tradução (inglês)

Sines: o que devia ter sido e o que não foi, tal como Portugal



O pólo de desenvolvimento lançado há meio século que nunca atingiu a medida da sua ambição - Economia - PUBLICO.PT

Um excelente artigo sobre um tempo em que, por muita pouca liberdade que se tivesse, havia da parte dos políticos uma visão a longo prazo e pensavam em mais do que apenas nas eleições seguintes. 

Infelizmente, devido aos políticos que vieram depois de 1974 o projecto de Sines morreu. As crises internacionais, as mudanças tecnológicas e mesmo a mudança dos paradigmas económicos não servem para justificar o falhanço de Sines.A tendências económicas mudam e transformam-se naturalmente. Cabe aos dirigentes económicos e políticos adaptarem-se e adaptarem as estruturas a elas. É aqui que Portugal falha. 

Portugal andou nos últimos 30 anos a colocar em lugares de poder e decisão amigos, filhos e enteados. Durante os últimos 30 anos acomodamos os dirigentes aos lugares essencialmente porque os quadros qualificados disponíveis em Portugal eram reduzidos. Criou-se uma classe de privilegiados instalados sem concorrência capaz de disputar com eles os lugares. Criaram-se vícios os quais estão agora entranhados no modus operanti da sociedade.

Sines, tal como o resto do país, sofre deste mal dos instalados. Agora que temos quantidade de quadros falta-nos qualidade. Isto não é inocente. Isto é propositado pois quem está instalado tem que mostrar para o mundo uma imagem mas essa imagem não pode ser uma ameaça para eles. Por isto se destrói o ensino com a conivência de muitos e a cegueira e outros que são comprados com RSI e CNO. Por isto se alimenta a pobreza em Portugal uma lição que os políticos e os dirigentes em Portugal aprenderam com a Igreja Católica que durante prefere sempre dar caridade evitando dar as ferramentas para que as pessoas possam sair dela. Pelo menos sair dela sem ficar dependente da Igreja para alguma coisa. 

Torna-se imperativo que os capazes, os competentes disputem e perturbem o mais possível a vida aos instalados e, aqueles que têm o privilégio de ensinar, têm a obrigação de criar mais inquietos. Sobretudo não podem[os] ter medo de criar inquietos que possam disputar os nossos próprios lugares. Ousem criar mentes que sejam capazes de vos desafiar.

Só quando aceitarmos que os lugares que ocupamos profissionalmente não são um lugar para se viver mas sim, e apenas, uma posição a ocupar temporariamente, saindo dela depois para outra melhor ou, caso não sejamos suficientemente bons, dar o lugar a quem é melhor que nós naquela área. Só quando tivermos esta dinâmica social, só quando nos capacitarmos que para termos um lugar temos que o merecer SEMPRE e não só apenas no momento de candidatura a ele, é que se mudarão as coisas. Enquanto acharmos que somos donos de posições profissionais e nos acomodarmos a isso, Sines continuará a ser um projecto e não uma realidade e o país continuará a ficar mais pobre e empobrecido.