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Malditos socialistas!

A imagem não é da autoria deste blogue.


Malditos socialistas! São uma praga! Aumentam impostos, não controlam a despesa, só fazem negócios para os amigos, têm gente que é, inclusive, apanhada em escutas... Esperem, esperem... Mas é de Socialista que falamos ou da direita e dos Sociais-Democratas e Democratas-Cristãos? E não foi, também, Passos Coelho apanhado agora em escutas?!  

Curioso... Mas então, se assim é, que é feito de tantos revolucionários que insultaram o anterior PM, passaram meses e semanas a injuriá-lo, que espalhavam um ódio de morte a Sócrates e que diziam que era preciso tirá-lo de lá a todo o custo? Onde anda essa gente agora? Ah! Já sei! Nas manisfestações contra a austeridade! Então e agora não pedem para que este governo seja retirado de lá a qualquer custo também? 

De facto, há gente que está mesmo bem para o(s) partido(s) que apoia. Enquanto estiveram na oposição, PSD e CDS não tiveram medo de criar por TRÊS VEZES crises políticas, DUAS das quais os levariam ao poder.

Das DUAS VEZES que por lá passaram só fizeram asneiras. As finanças não foram controladas, os impostos aumentaram e a economia não saiu do sitio (desta última vez, até está mesmo a andar para trás).

Da primeira, o Primeiro-Ministro transformou uma crise financeira do Estado em crise económica do país, vendeu o país à Europa e depois... Fugiu. Estavam a fazer um trabalho tão bom que, depois da fuga do líder, ninguém no Governo ou na AR quis ficar-lhe com o lugar, incluindo Manuela Ferreira Leite, número dois do governo da altura e vice-presidente do PSD. Para além do descontrole das finanças, da expoliação de património do Estado (de todos nós, portanto) abriram uma crise política (a segunda) com a fuga do PM e ninguém a querer saltar para o poleiro. Deixaram ir para lá outros. Esperaram até ao momento certo, até ao momento em que já havia hipótese do caminho que haviamos de tomar.

Nesse momento, em plena crise económica e financeira (criada pelas políticas do governo PSD/CDS de Barroso, Ferreira Leite e Portas) não houve medo de levar o país a outra crise política (a terceira) e, depois de fazerem outros (PS) darem a cara por um acordo que todos (PS, PSD e CDS) assinaram, fazem cair o governo e saltam eles para o poleiro.

Agora que lá estão, que o acordo está assinado, que o caminho está traçado, isto é, que não há volta a dar esteja quem estiver no governo, dizem que uma crise política é o pior que pode acontecer ao país. Pois, percebe-se! Sâo eles que lá estão agora e não os "outros". 

E no meio disto tudo há os que os apoiaram insultando tudo e todos que não estavam do seu lado. Os que, numa regressão psiquica à sua infância, ressuscitaram o medo do Comunismo/Socialismo do Leste devorador de criancinhas e sufocador de liberdades. Bem-vindos, de novo, aos 50s, 60s e 70s!

No final, depois de criarem o medo da Esquerda, estão a deixar que seja a Direita, ou seja, o Santo Milagroso do Capitalismo à estilo século XIX adaptado à modernidade, a devorar-lhes os direitos, os salários, a educação, a saúde e a transformá-los em escravos... Ao invocarem o medo de "outros" caiu-lhes algo pior em cima. A vida é, de forma irónica, justa! 

Só se colhe aquilo que se semeia e quem semeia ventos, colhe tempestades.

De uma vez só, mata-se a Democracia e a República

 

Um governo que tem membros que acham que fazer as coisas à socapa, sem conhecimento dos cidadãos, que acha que é melhor apresentar as coisas como factos consumados, não é governo não é coisa nenhuma! 

O referendo na Grécia e toda a trapalhada que se gerou à volta dele, marcou o fim da democracia na Europa e começo daquilo que já havia há muito, a corporocracia ou finançocracia. Foi o fim de uma era em que se confirmou que os povos há muito que tinham deixado de eleger os seus representantes mas sim elegiam os representantes dos grandes interesses corporativos do grande capital, quer das empresas quer de indivíduos.

Em Portugal, a Democracia ou mesmo a deficitária República Portuguesa, na sua terceira encarnação, assiste também ao seu fim pelas mãos de dois partidos que, curiosamente, têm a palavra democracia no seu nome: PSD, Partido Social Democrata, e CDS, Centro Democrático Social. 

De facto, hoje, vejo que me enganei. A crise financeira não acabou com o capitalismo. Acabou sim com a governação do povo, como um todo, directamente ou através dos seus representantes substituindo-a pela eleição de representantes da finança mundial. Isto é, daqueles que, sem trabalharem muito, se dedicam a fazer dinheiro com o suor e trabalho dos outros. 

Resta perguntar como é que isto aconteceu... Mas a resposta é fácil. Aconteceu e está a acontecer porque o povinho lorpa deixou que isso acontecesse. Acreditou nas cantigas que vinham dos diversos partidos (sobretudo do PS, PSD e CDS). Acreditou em Sócrates e depois ainda teve a iluminada ideia de achar que Coelho seria diferente. 

Por mim, estão todos a ter o que merecem. Quando não se protege aquilo que se tem e se dá tudo como adquirido, tudo se perde.E estamos tão mal, que o governo consegue dar-se ao luxo de ter membros que acham que o povo não tem que participar nas coisas nem estar informado das intenções de quem o governa. 

Agora, aqui estamos. Agora, quem quiser que feche a porta. Votaram neles, deixaram-se todos fazer de estúpidos, agora, aturem-nos.

A austeridade assente em areias movediças.


Recessão supera 2,5% e desemprego agrava-se em 2012 - Especiais - DN

Este governo, cheio de teóricos e gente que percebe pouco do que anda a fazer, está convencido que, aplicando medidas de austeridade a torto e a direito que tudo se endireitará. Aumentam-se os impostos, aumenta-se a receita. Isto é verdade num cenário de crescimento económico. Como não estamos, nem se prevê que se esteja tão cedo num cenário desses, por muito que se aumentem os impostos, não se irá conseguir aumentar a receita.

Com uma recessão de 2,5%, esta troika de teóricos de boa governação no governo, irá [e terá] forçosamente de aumentar ainda mais os impostos, ao ponto de apenas conseguir estagnar por completo a economia e, como tal, levar-nos à falência certa. 

Desenganem-se os que pensam que chegamos aqui com Sócrates. Desenganem-se os que acreditam que este governo irá ser a salvação nacional. E, sobretudo, desenganem-se os que ainda acreditam que estes sacrifícios são necessários e úteis. Necessários, ainda acharia que sim se existissem medidas de crescimento económico e se o corte na despesa fosse realmente corte. Se acham mesmo que estes senhores foram para lá para resolver os problemas do país, sendo as pessoas de bem e altruístas que querem parecer, não veríamos notícias de membros do governo com casa em Lisboa a sequer pedir ajudas para a sua "fixação" em Lisboa. Um governo que pede sacrifícios, que corta tudo a todos mas tem membros que se acham no direito de, para além do salário e todas as mordomias, ainda receberem mais de 1000 euros por mês para despesas relacionadas com o seu "novo" local de residência é um governo de mentirosos, no qual só gente muito ceguinha pode ainda ter confiança.

Tradução do cartaz no fim deste post.
Mas estes problemas já são muito antigos. Passos não o criou, mas também não o irá resolver. Sócrates também não o criou, simplesmente continuou a bela tradição de governante português de tratar de resolver os problemas da vida dos amigos e, nos tempos livres, ir governando o país atirando dinheiro a tudo e todos. Aliás, o mesmo que Cavaco fez com o betão. Esse também estava convencido que com dinheiro para as construtoras, os problemas económicos do país ficariam resolvidos.

Como todos os que agora se acham salvadores nacionais são os mesmos que nos trouxeram até aqui, a única coisa que podemos esperar é mais do mesmo. Mentiras e aldrabices. Incompetência e falta de inteligência. Assim sendo, se temos um governo que apenas sabe cortar no bolso dos outros, quer com cortes nos vencimentos, quer com aumentos de impostos, ou ainda que corta nos serviços essenciais (os quais são inteiramente da responsabilidade do governo e não do privado) sem qualquer critério cientifico para além do "reduzir custos", e que não potencia a criação de riqueza, o único caminho que nos resta é uma lenta e prolongada agonia até ao derradeiro destino que é a falência.

Já agora, para aqueles que acham que a solução passa pelos cortes agora para quando a Europa começar a crescer nos levar junto, aviso já que, quando isso acontecer, quando a Europa resolver os seus problemas, irá esquecer os problemas de Portugal. Conclusão, iremos ao fundo à mesma.

E para os amantes e fieis seguidores do neoliberalismo e capitalismo anti-social, deixo a analogia, para que percebam melhor o que quero dizer. Uma empresa que vive de dinheiro emprestado, que não produz, não vende e, portanto, não gera receita e lucro, tem como único destino a cessação de actividade, ou seja, a falência. Cortar nos salários dos trabalhadores e aumentar o preço daquilo que quer vender, quando muito, prolonga o tempo que demorará a chegar à bancarrota.


Começa a revolta

Aviso à navegação. 
O post que se segue contém elevadas doses de mau feitio. Leiam por vossa própria conta e risco.
 
Eu [e a minha cara colega bloguista e amiga Em@] bem avisei do que ia acontecer com novas eleições, especialmente, se Passos Coelho ganhasse. Não iria mudar nada. Iríamos  atirar o país para uma crise pior do que aquela em que já estávamos, para nada resolver. 

Às vezes, confesso que gostava de não ter razão em certas coisas. Mas, aí está, a indignação. Passos começa a provar que é o Sócrates do PS com D. Agora, que começa a doer a factura da crise que se criou e que muitos alegremente apoiaram, começa a revolta. 

Tenho de confessar é que pensava que o bom clima iria durar mais. Contava que só lá para Dezembro se começasse a acordar. Enganei-me, pois estamos em Outubro e as boas vibrações do governo já estão a ir por água abaixo. 

De uma coisa estou certo. Não me podem culpar por não avisar mas, sobretudo, não me podem culpar pela situação do país. Nunca usei de subsidio nenhum desde que estou a trabalhar. Nunca recebi um tostão, seja de que forma for, do Estado desde que comecei a trabalhar. Sempre trabalhei desde que acabei o curso. Trabalho e pago impostos mais altos que a maioria. Nunca fiquei a dever nada a ninguém. Mas!... Acima de tudo, não votei em Cavaco, Guterres, Durão, Sócrates e agora Passos.

Quem votou neles, que se amanhe agora. Eu, tal como tinha dito que faria, rio-me na cara de quem se "deixou" enganar. Muitos, tenho a certeza, que quiseram ser enganados a julgar pelo que ontem disseram.

É tudo muito bonito quando a "crise" é para os outros. Quando começa a tocar a todos... Como se costuma dizer, "pimenta no cú dos outros é refresco para mim"!


Pelo bem nacional, chumbe-se o OE


Perante a incompetência do actual governo que, mesmo antes de o ser já mentia e, agora no poleiro, continua a mentir à descarada, não vejo qual será o problema do PS e restante oposição, votarem contra o Orçamento de Estado. Afinal, quem abriu a porta a este género de guerras foi a direita, nomeadamente o PSD que viu há uns meses atrás a sua oportunidade de subir ao poder, mesmo que para isso tenha levado o país a ter de ir ao estrangeiro de mão estendida.

Já que o actual governo se mostra incapaz de controlar a divida e, menos ainda, de dar as condições para um crescimento económico, fazendo exactamente o oposto, talvez um chumbo ao OE nos livre de vários problemas. Livra-se o país de ter o PSD de Passos Coelho e do mestre Silva no poder e ao menos vamos ao fundo de uma vez por todas não tendo que pagar estas "rendas" aos criadores da "crise".

No final, somos mesmo capazes de ficar melhor, pois com mais um desastre no PSD talvez a corja que polui aquele partido se veja na obrigação de ir pregar para outro lado e talvez tenhamos, de facto, um verdadeiro partido social-democrata. Aliás, a continuar como está, o PSD deveria voltar à sua sigla original, PPD, pois essa é a sua actual ideologia. 

Depois de estar tudo partido talvez se consiga finalmente limpar este matagal e andar para a frente.

Pois e tal, não é tão bom como se esperava...

 
Hoje surgiram mais dados da execução orçamental e, consequentemente, do deficit. Para já, sabe-se que caiu... Mas o tombo foi pequeno e malfadado bicho não morreu. Persiste. Resiste. Depois de sucessivos aumentos de impostos, de tarifas de transporte, de cortes grotescos em "certas" áreas, o deficit, essa criatura obscena, manteve-se nos 8,3% depois de ter sido assumido que o valor no final do ano devia ser 5,9%... 

Parece que afinal, o problema em controlar ou não do deficit não era só do governo socialista nem de José Sócrates. Já no passado, uma outra dupla com um mesmo membro, Durão Barroso e Paulo Portas, vieram com a história que a culpa era de Guterres. Quando Durão Barroso abandonou o barco, o deficit que tinha deixado ao país era maior do que aquele que tinha quando lá chegou ao governo. Agora, uma outra dupla mas em tudo idêntica à primeira, Passos Coelho e, surpresa, Paulo Portas, anda pelo mesmo caminho. Podem-me dizer que Passos não tinha percebido o problema de controlar o deficit e foi demasiado optimista. Pois sim. Contem essa história para quem se quiser iludir. 

Pela minha parte, o verdadeiro problema está no facto de termos tido e continuarmos a ter gente do mesmo calibre nos mesmos postos e a soldo dos mesmos interesses. Não interessa o partido, pois a política, da esquerda à direita, está pobre e podre. Só lá temos académicos, teóricos e políticos de carreira que, a lhes retirarem isso, iriam rapidamente para uma esquina mendigar pois mais nada sabem fazer na vida. Isso ou iriam para um tacho qualquer numa empresa "amiga".

Como não se pode cortar aos amigos e cortar a "nós próprios" custa, o deficit não vai desaparecer. Como falta criatividade, conhecimento prático, inteligência e diligência aos nossos políticos, já para não falar de coragem, para o ano (senão mesmo já neste) iremos continuar com mais impostos. Se não conseguirem ou não os deixarem, como já ouvi recados da "troika" (o que não deixa de ser irónico), então contem em pagar o mesmo por nada. Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social, etc... Tal e coisa... Serão miragens e coisas para os livros de história. 
O "povinho" está adormecido e quando acordar, verdade seja dita, irá acordar para fazer asneira. Irá acordar para reivindicar a manutenção de privilégios e não direitos. Irá exigir aumentos salariais para os quais o país não tem dinheiro (e não é de agora). Irá reivindicar muita coisa menos aquilo que devia: uma verdadeira mudança na classe política e políticas de governo sérias e não meros chavões eleitorais e populistas, já para não falar em mentiras que só cegos não vêem.

Entretanto, na volta, como de resto já disse neste espaço antes, podemos começar a contar que este governo não chegará ao fim. Mas a ver vamos pois ainda agora começaram os problemas.

Magnifico URL do jornal Público

Não podia deixar de publicar esta pérola do jornal Público. Perante a notícia desta proposta de aumento brutal do preço da electricidade, o jornalista pôs no URL da página "http://economia.publico.pt/Noticia/Filhos-de-uma-grande-puta-2012_1512168". 

Denoto um pouco de irritação para com este governo e esta gente fora dele que também nos governa. Talvez este pequeno exemplo de mau feitio seja o começo do fim deste triste e curto período da nossa história. 

E eu bem digo que lá para o final do ano começamos a falar a sério em novas eleições. Repare-se que ainda hoje saiu uma sondagem no DN.

Em todo o caso, mas que brilhante exemplo de mau feitio adorável este. XD

Perdão! Divida de quem?



Hoje fiquei pasmado com o título da seguinte notícia: "Governo diz que taxa sobre o subsídio de natal é "imprescindível"". Pois... Mas ainda há uns meses Passos Coelho dizia o oposto. Mas adiante. Mal sabia eu que o melhor estava para vir.


Agora é que a porca torceu o rabo... Então a dívida agora já não é só nossa? Então a dívida agora já é do Euro? Mas então porque são Portugal, Grécia, Irlanda e agora Itália atacados e não a Alemanha e França? Não pertencem eles também à zona euro? E porque não o BCE? 

E já agora, pergunte-se ao PSD (e CDS também), porque é que andou na campanha eleitoral e mesmo antes a pintar o quadro que o problema era "português"? O que é que, de repente, os fez mudar assim tanto de opinião? Será por estaram agora eles no poder? Eu bem digo que a realidade dos factos altera-se dependendo do lado da mesa em que nos sentamos... 

Mas prossegue o ministro. "O ministro sublinhou que a medida é imprescindível para acelerar o esforço de consolidação orçamental de 5,9% para este ano e lembrou que a sobretaxa tem três características essenciais: extraordinária, universal e respeita o princípio da equidade social na austeridade."

Muito bem. Este ano tapa-se o buraco roubando quem já é chulado pelos impostos absurdos em Portugal. E para o ano? Espera o ministro, contra todas as previsões, que a economia cresça? É que se não cresce menos impostos se cobrarão. Assim sendo menos receita. Menos receita, maior deficit ou corte grotesco em tudo que é função do Estado, social ou não. Se isto se verificar, está o ministro em condições de dizer que não haverá outro imposto "extraordinário, universal e respeitador do principio de equidade social na austeriadade?"
.
E volta o ministro a falar em números sobre quem paga o quê. Diz ele: "Vítor Gaspar reiterou ainda que dos sujeitos passivos que pagarão a sobretaxa, cerca de 22%, pagarão menos de 50 euros e cerca de 50% pagarão menos de 150 euros". E eu volto a dizer que, se 22% pagam menos de 50 euros, então 78% pagarão mais e se 50% pagam menos de 150, então outros 50% irão pagar mais de 150%. Para quem é um perito na área, o ministro devia ser menos demagogo e mais sério naquilo que diz.

Já agora, ainda há muitos a acreditar que valeu assim tanto a pena ter atirado o país para um crise política, forçar a entrada de agentes externos nos nossos assuntos internos só para tirar lá o Sócrates? Mudou assim tanta coisa? Eu acho que não, mas posso estar enganado.

Realidade e maneiras de a ver.



Todos sabemos que realidade é interpretada de forma diferente conforme nos situamos perante ela. Isto cria, obviamente, diferentes opiniões sobre o que se passa aos olhos de toda a gente. Contra isto nada. Contudo não deixa de ser interessante que haja quem mude de opinião conforme o lado da mesa em que se senta.

Enquanto Sócrates foi Primeiro-Ministro, Portugal estava a ser penalizado nos mercados internacionais por causa da falta de confiança destes no governo. Depois de uma trapalhada de patéticas justificações (salvo aquela que dizia que Sócrates estava a fazer um mau trabalho) para não aprovar o célebre PEC IV, entre as quais aquela que dizia que o problema estava em quem o ia implementar, eis que levamos o país a ser uma chacota na Europa, mudámos de governo e... maravilhem-se não mudou nada! Minto. Mudou. Neste momento, estamos bem piores do que estávamos com Sócrates. Aliás, as agências de rating, tão deificadas, de repente, viraram demónio.

Eu até acredito que Sócrates não merecesse confiança por parte das ditas agências mas, claramente, Passos Coelho também não merece muito crédito até porque, por muito que tenhamos descido, nunca com Sócrates tínhamos descido 4 lugares de uma só vez.

Agora, o Passos Coelho descobriu que afinal havia um plano maquiavélico do outro lado do Atlântico para destruir o que há neste lado. O que era dolorosamente evidente antes parece que agora só agora se tornou evidente a alguém que quis ser Primeiro-Ministro. Até Cavaco mudou o seu discurso agora que tem um "amigo" como Primeiro-Ministro. 

Por fim, ainda se dizia que Sócrates já estava a ir longe demais com tanto imposto e tal e coisa. Era preciso fazer diferente. Isto dizia Passos Coelho. Chegado ao poder, qual é a primeira coisa que faz? Aumentar impostos. 

Enquanto isto, andamos todos contentes. Se tivesse sido Sócrates a fazer isto era porque ele era incompetente. Como é Passos Coelho, já é porque ele é competente e, coitado, a isso é obrigado. Não quero com isto defender o antigo Primeiro-Ministro mas seria bom que os eleitores se apercebessem de uma vez por todas que votar nos mesmos ou nos seus amigos não nos vai levar a lado nenhum!

Duas equipas para formar governo...



PSD e CDS criam equipas para preparar acordo e proposta de programa de Governo - Política - PUBLICO.PT

Perante isto, apenas uma pergunta simples. Passos Coelho disse durante a campanha que iria reduzir o tamanho do governo e, logo para começar forma com Portas duas equipas só para formar governo? Mas é este o exemplo que, mesmo antes de serem governo, nos dão? Eu dizia que em Dezembro todos os que neles votaram iriam chorar mas se calhar cometi um erro. Não será preciso tanto tempo. Então numa altura que se precisa de poupar o primeiro sinal que dão é formarem a duas equipas para estudarem isto ou aquilo? Quê? Uma não era suficiente para lá porem os amigos a trabalhar?

Se isto começa assim antes de serem governo, até eu que já esperava pouco desta coligação, começo a ficar com receios.

A estória da história...

 
Em resposta ao que O Jumento sabiamente escreveu aqui, publiquei o comentário que aqui agora reproduzo em forma de post.

A direita, mais do que a esquerda, tem uma tendência para fazer uma análise diferente da mesma realidade dependendo se está na oposição ou no governo. Na oposição tudo é mau e a culpa de tudo ser mau é de quem está no poder. Quando chegam eles próprios ao poder, tudo passa a ser culpa de outros.

Foi a "direita" que se deixou levar pela ganância uma elite dos seus membros e levou o mundo à pior crise nos últimos 100 anos. Mas não se engane ninguém. Isto não começou com a crise financeira. Isto começou com a falcatrua que foi a eleição de George W. Bush para a Presidência dos EUA. O resto decorre da má administração desse não-presidente e da ganância de quem com ele estava e tudo deu aos amigos.

Em Portugal, a crise começou não com o PS, se bem que este a agravou por falta de capacidade para melhor, mas sim com o governo de Cavaco Silva que destruiu a base económica que o país ainda detinha a troco de uns dinheiros para auto-estradas que não se conseguiriam sustentar e betão armado para estrangeiro ver. Agora no poder, a direita vai continuar a fazer o mesmo que sempre fez, zelar pelos interesses dos amigos e enteados. Mas não é preciso ficar muito chateado, afinal é apenas uma redistribuição dos lugares que passam do PS para o PSD e CDS. No meio disto, sem estarmos preparados levamos com a crise dos outros e com ela permanecemos e, pior, iremos primeiro ajudar a que os causadores da crise se levantem para depois nos levantarmos nós.

O que resta da esquerda também deve estar muito orgulhosa. O PCP conseguiu voltar a ser o que sempre foi, uma nulidade que vive da miséria alheia. O BE vai passar os próximos anos a lamber as feridas resultantes da sua tentativa de copiar o populismo de Portas mas à esquerda. O PS, esse, vai entrar como guerra interna para ver quem vai ocupar o lugar deixado vazio por Sócrates.

No meio disto tudo, agradeça-se aos eleitores que, cegamente, decidiram levar o país à falência apenas por embirrarem com o Primeiro-Ministro, esquecendo-se que quem lá iam por não será capaz de fazer melhor. Lá para Dezembro, senão antes, iremos ver o país a pedir novas eleições para resolver a crise criada por esta. Depois, sim, poderemos começar a resolver os problemas da crise que afinal é dos que agora exigem juros para não se afogarem eles mesmos.

O que vai sair destas eleições.

Hoje, depois dos resultados ainda não totais, ficamos com uma meia boa notícia: José Sócrates, o trapalhão de serviço, perdeu as eleições e não irá continuar à frente do governo de Portugal. O problema é que termina aqui tudo o que de bom saiu destas eleições.

Depois de uma campanha vergonhosa onde tudo se disse excepto aquilo que se devia ter dito, reparamos que os portugueses continuam preguiçosos para irem votar. Dos que foram, retiramos algumas coisas interessantes. A primeira é que a memória dos eleitores é, de facto, muito curta. Paulo Portas já tinha estado no governo e teve a actuação que teve. A sua marca foram uma quantidade infindáveis de negócios duvidosos na área da Defesa Nacional. Duvidosos e que, afinal, pouco trouxeram de "modernização" real às Forças da Armadas. A segunda que se pode retirar é os portugueses gostam muito mesmo das balelas dos políticos.

Na ânsia de tirar de lá Sócrates, talvez ninguém tenha percebido bem que nestas eleições se estava a discutir quem e como irá ser aplicado o "Acordo com a Troika". Para responder a quem, nem sequer teria sido preciso ter havido eleições. É óbvio que seria o trio maravilha (PS, PSD e CDS) a fazer isso. As eleições apenas serviram para satisfazer egos e interesses pessoais de alguns e dos seus compinchas. O problema real surge quando se quer responder ao "como". Isso, o que era verdadeiramente importante nestas eleições, não foi falado. Pior ainda é que foram poucos a reparem sequer na ausência deste crucial tema.

Em suma, os portugueses com uns míseros votos brancos/nulos, uma abstenção semelhante a outras eleições legislativas, quiseram dar um cheque em branco ao PS, PSD e CDS. Depois da bebedeira das eleições passar, vai haver muito choro e lágrimas de quem, hoje, decidiu votar nos mesmos. Nos mesmos que trouxeram o país ao ponto que estamos. Tal como disse nas eleições presidenciais e apesar das influências que possam ter havido durante a campanha de diversos sectores, os eleitores de Portugal escolheram livremente quem queriam que os governassem. Espero que, já por altura do Natal, não haja arrependimentos e que a energia que gastaram a eleger estes deputados não seja transferida para dizer mal deles por estarem a fazer cumprir aquilo que se sabia que eles teriam de cumprir seja lá por onde fosse. Espero, portanto, que a alegria de hoje não seja choradeira amanhã e que se lembrem bem em como hoje se votou.

Para quem não achou que Portas era alternativa em 2005 e que as eleições são sempre para eleger os mesmos, não se esqueçam que hoje tiveram a oportunidade de mudar as coisas e escolheram o mesmo. Aprendam a viver com isso caso isto dê para o torto. Em boa verdade, espero que o futuro me obrigue a engolir estas palavras mas, infelizmente, tal parece-me altamente improvável.

Um bem haja a quem achou que as escolhas de hoje era insuficientes e foram votar e não votaram em nenhum ou votaram num dos pequenos partidos. Obrigado a esses corajosos pois são esses que verdadeiramente querem que as coisas mudem.

Investigação em Portugal? Não, não... Isso não pode ser!



Depois dos resultados da investigação dos EUA à origem da crise financeira, muitos pediram que se fizesse uma igual investigação em Portugal. Até o próprio Presidente da comissão americana o recomendou! Agora vejam como os responsáveis e amigos/colegas dos responsáveis fogem com o rabo à seringa. É que é o pânico total da esquerda à direita. 

Podem ler as reacções nos seguintes links.

Ilda Figueiredo
Diogo Feio
José Manuel Fernandes
Elisa Ferreira

Curioso é que quem reagiu primeiro foi quem está no grande tacho que é o Parlamento Europeu. É sempre mais fácil acusar alguém sem provas, especialmente se for um organismo abstracto do que dar caras concretas aos problemas!

Passos - o incompreendido

Passos rejeita apresentar mudanças à lei do aborto - Política - PUBLICO.PT

Afinal, já não quer fazer alterações. Só falou porque há cidadãos a apresentarem petições sobre o assunto... Já agora, também vai falar do acordo ortográfico? E dos direitos dos animais? E do fim das touradas? Será que também vai anunciar publicamente que o PSD falará disso? É porque também há petições para esses assuntos! Esses e outros. Será que ele, se ganhar, vai andar os próximos 4 anos a falar desses assuntos todos? Será que, sempre que houver uma petição, Passos insistirá em falar nela?

Mas este gajo anda a dormir, acha que quem o ouve é burro, ou será que simplesmente não sabe o que anda por lá a fazer? Assim não dá. Não há por aí nenhum Tiririca para eu votar? Será que o senhor sabe ao menos que, para mudar a Lei do Aborto, terá que convocar um novo referendo? Ou será que quando e se for governo o PSD já vai achar necessário referendos para tudo e para nada? Será que Passos e o PSD só gostam de referendos quando estão na oposição?

Que circo aqui vai...

Passos com mais um não-assunto

Passos Coelho quer alteração à lei do aborto - Portugal - DN

 
Ainda me lembro de ouvir gente desta direita bacoca a dizer que, nos tempos actuais, o casamento homossexual não era um tema urgente ou que fosse preciso falar. Não era tempo. Havia coisas mais urgentes. Pois então pergunto, o que anda Passos Coelho a fazer falando do aborto? Afinal aquilo é importante? Não temos já uma lei, recente até e aprovada em referendo, a funcionar? Então os problemas mais importantes agora desapareceram? Evaporaram-se? Ou será que Passos Coelho não tem já mais nada de interessante para dizer e tem que arranjar tema de conversa/campanha?

Começou com uma revisão constitucional e vai agora acabar com uma "revisão" à lei do aborto? Pergunto-me se a seguir vai falar outra vez na quantidade de sal no pão?!... Ou, se calhar, a pensar nos problemas de obesidade em Portugal, vai propor legislar sobre a quantidade de hidratos de carbono nos Pasteis de Belém (vulgo, Pasteis de Natas)...

É gira a rapidez com que se criam não-assuntos para evitar falar daquilo que verdadeiramente importa e que Passos (e Sócrates) não tem nada de interessante para dizer. Gira é também a rapidez com que se muda de opinião em Portugal e como os demagogos e mentirosos saltam de uma posição para outra. No final disto, gostava de saber que votos pensa Passos que vai ganhar ao falar do aborto?

É isto que o candidato que se propõe ser alternativa a Sócrates tem para dizer? Ser do contra por ser do contra ou só para ser diferente? Ideias novas ou falar verdade pela primeira vez na vida enquanto líder do PSD não lhe passará pela cabeça? Se eu ouvir Passos Coelho dizer que, se for Primeiro-Ministro irá fazer quase tudo igual a Sócrates mas sem as trapalhadas do outro, eu voto nele, pois aí ele estará a falar verdade. Até lá e enquanto Passos tentar provar a sua [in]diferença perante Sócrates, lamento, mas nem um nem outro me convencem.

E mais sondagens ainda...


Eu bem digo que isto é uma palhaçada. Isto não são eleições, são guerras de comadres.

Reparem na seguinte notícia do ionline: "Um dia depois da sondagem da Intercampus (Público/TVI) ter dado uma subida de votação para PSD (39,6%), distanciando os sociais-democratas do PS (33,2%), a Universidade Católica mostra um empate técnico entre os dois partidos, com 36% das intenções de voto para cada um."

Parece que estamos num circo. Um dia sai uma sondagem a dar vitória ao PS. Noutro sai uma a dar ao PSD e depois ainda aparece outra com os dois empatados. Esta guerrinha de [des]informação é patética para os políticos mas mais patética é ainda para os meios de comunicação social que parece que entraram agora numa guerra de sondagens...

Haja paciência! Deixe-se é o povo tranquilamente decidir que é o que se precisa, de uma boa decisão (se tal é possível com tão maus candidatos)... 

Aqui fica a lista das sondagens com respectiva data.


E podia continuar mas prefiro deixar aqui um link com um resumo de quase todas as sondagens. São quase diárias e, é normal que as empresas de sondagens as façam. O que não é normal é que apareçam todos os dias nos noticiários como principal notícia do dia, sempre que PS empatam ou desempatam.

Resumo das sondagens pode ser consultado aqui.

Eleições viradas em corrida de sondagens...

 
Com a constante catadupa de sondagens que tem havido, as eleições que se seguem deixaram de o ser. Com tanta sondagem que ora dá a vitória a PS, ora dá a vitória a PSD, ora declara que eles estão empatados, ficamos a saber que os jornalistas em Portugal estão a perder a sua vocação que é relatar jogos de futebol.

Isso ou então, a desonestidade dos meios informativos chegou a tal ponto que, enquanto as sondagens não derem o resultado que se quer, fazem-se sondagens atrás de sondagens até se ter o resultado esperado. A isto não se pode chamar eleições livres. A isto chama-se manipulação eleitoral. Pergunto-me se os meios de informação portugueses terão ido à República Popular da China aprender a técnica de altifalantes espalhados nas ruas para dizer às pessoas quem são os bons ou os maus.

Honestamente, nesta altura do campeonato, com o leque de maus candidatos que temos, bem pior do que foi o das eleições presidenciais, pouco me importa quem para lá vai. Qualquer das duas principais opções coligadas ou sozinhas vai ser uma tragédia para o país. O que me importa verdadeiramente, neste caso, é que as pessoas possam fazer uma escolha verdadeiramente pessoal e livre. Com a actuação dos meios informativos, os quais são peritos em desinformação ou não-notícias, as pessoas são manipuladas a votarem neste ou naquele, especialmente se considerarmos que ninguém gosta de perder e que muita gente vai votar naquele que pensa que vai ganhar.
Ainda irei falar mais, noutro post, acerca da porcaria de jornalismo que hoje temos em Portugal.

Com os políticos portugueses é tudo conversa

 
Ouvem-se agora, de quase todos os políticos, uma crescente preocupação com os gastos públicos, com o crescimento económico, com a nível e qualidade de vida dos portugueses. Resumindo, de repente, criou-se uma consciência político-moral com as injustiças do país. Isto é, na minha modesta opinião, uma grande aldrabice e falsidade.

Repare-se que, já com sérios problemas orçamentais, José Sócrates decidiu gastar 8 milhões de euros (se a memória não me falha) na renovação da Assembleia da República. Instalou computadores (situação inédita nos parlamentos europeus - incluindo o próprio Parlamento Europeu) para os deputados poderem aceder aos jornais nacionais, blogues e tudo o mais que pouco ou nada se relaciona com o trabalho e funções de deputado. Houve algum partido que se tenha oposto a este gasto perfeitamente adiável, se não mesmo desnecessário? Obviamente que não. Do BE ao CDS, fez-se o silêncio.

Depois, com tanto problema para resolver, achou-se que era necessário mexer na Lei de Financiamento dos Partidos. Podia até sido para limitar o financiamento por forma a poupar dinheiro ao Estado mas não. Contrariamente foi antes aprovada uma nova lei que deixa abre portas à corrupção e ainda, haja espanto, possibilita que os partidos políticos multados durante as eleições possam ver essas multas deduzidas e, portanto, reembolsadas pelo Estado. Não me recordo de ter havido muito alarido sobre isso. Aliás, lembro-me até de um jornalista ter dado esta notícia de fugida e como se tivesse dito a maior banalidade do mundo.

Em cima disto, Portugal tem gastos perfeitamente absurdos com a Assembleia da República. Em 2010 gastou-se 191.405.356,61 € com os senhores deputados e demais companhia. Não, não se engane o leitor, leu bem. Foram mesmo gastos mais de 191 milhões de euros.

Mas escusamos de ficar por aqui. Olhemos para os dados dos gastos da nossa Presidência comparados com várias monarquias europeias. Os dados não são do mesmo ano mas os valores são suficientes para comparação.

Presidência da República Portuguesa (ano 2010): 20,7 milhões de euros - 1,9 € per capita
Casa Real Britânica (ano desconhecido): 48,8 milhões de euros - 0,81 € per capita
Casa Real Sueca (ano 2006): 5,13 milhões de euros - 0,55 € per capita
Casa Real Espanhola (2009): 8,9 milhões de euros - 0,19 € per capita

Sabia, então o leitor, por exemplo, que a nossa Presidência da Republica custa 3 vezes mais do que a Casa Real Espanhola? Sabia o leitor que a nossa Presidência da República custa, a cada português, mais de duas vezes o que custa a Monarquia Britânica a cada britânico? Ou ainda que cada português paga 4 vezes mais do que paga um Sueco pela sua Monarquia? Mas alguma vez ouvi-se alguma partido a falar da necessidade de cortar os gastos com o Senhor Presidente e afins? Alguma vez se ouviu o próprio Presidente a falar do mesmo, embora fale muitas vezes da necessidade de cortar os gastos com o Governo?

Por vezes ouço falar do argumento que uma monarquia fica muito cara e que uma república fica mais barata... Pois bem, a julgar pelos gastos, tragam-me uma dois Reis Juan Carlos para cá que, mesmo assim ainda ficamos a ganhar do que com um só presidente.

Enquanto os portugueses continuarem a ouvir, acreditar e votar nestes senhores perfeitamente demagogos, se não mesmo mentirosos, não iremos sair da cepa torta. Quem quis cá o FMI agora tem a prova que isso não seria oportunidade nenhuma. A vida do FMI não trouxe nada de novo pois quem vai pagar a factura das tretas dos nossos governantes/políticos são os do costume. O que devia ter sido cortado não foi pois continuam os mesmos responsáveis pela crise, quer no governo quer na oposição. Se a oposição passar a ser governo nada mudará na mesma pois continuarão a ser os mesmos a governar só que em lados opostos do pódio da Assembleia.

Promessas vãs em tempo de eleições

 
Passos admite rever regime de descontos de independentes - Portugal - DN

Nem de propósito, depois de ontem ter falado deste assunto aqui, comentando o líder do BE, Francisco Louçã, vem agora Passos Coelho falar da mesma coisa e dizer o que eu já tinha dito. São coisas curiosas estas descobertas de problemas na altura das eleições, as quais, durante décadas, na Assembleia de República foram constantemente ignoradas ou "esquecidas". Num momento "difícil" para o país, em que parece que batemos no fundo, os políticos descobrem, oportunisticamente os problemas todos que afligem tudo e todos. Pena é que estes problemas não sejam novos e, quando nos locais apropriados para os resolver, eles voltam para a gaveta.

Passos Coelho, quando fala dos recibos verdes, está a falar do que não sabe e do que, na realidade, não tem vontade nenhuma de mexer. É que repare-se, ele fala de injustiças, de exageros, de o regime ser insustentável mas termina com esta fantástica afirmação: "Portanto, isso tem de ser corrigido. Eu garanto aqui que esse regime será revisto. Não estou em condições, nesta altura, de dizer exactamente qual é que vai ser o regime, mas este regime é perverso e tem de ser revisto".

Ficamos assim a saber o que eu acabei de dizer antes. Passos Coelho descobriu uma maneira de poder captar mais uns votos e, com as sondagens a serem-lhe desfavoráveis, todos os votos são precisos. Tanto mais isto é, apenas, uma "coisa eleitoral" que será esquecida ou desvirtuada mal acabe este período de campanha, que Passos Coelho, dá-se ao luxo de dizer que, se for governo, não sabe como vai resolver o problema. Quer dizer, então o líder do partido que se propõe ter o candidato para substituir o actual Primeiro-Ministro diz que há um problema mas não faz a menor ideia de como o vai resolver?! Passos Coelho anda a navegar à vista. Não sabe o que anda a fazer nem o que irá fazer. Anda a "pescar" assuntos para falar pois não sabe mais o que há-de dizer para tentar ser diferente de Sócrates, depois de a prática política do senhor ter provado é igual a Sócrates e, se já estivesse no governo, teria feito tudo igual a Sócrates.

Assim sendo, este tema que valia a pena ser tratado com respeito pois trata-se da vida de milhares de pessoas, é usado como tópico para angariação de votos. Uma arma de campanha eleitoral a qual não vai significar nada depois das eleições.

Haja paciência e, sobretudo, discernimento para perceber estas manobras políticas de gente que anda a brincar às eleições. Isto vale para todos os candidatos pois todos, sem excepção, tiveram tempo na Assembleia para falar destes temas e, nas alturas devidas, preferiram falar da quantidade de sal no pão...

PSD vai prosseguir política de mega-agrupamentos de escolas

 
Ainda continuam a acreditar que o PSD de Passos será diferente do PS de Sócrates? Daqui a 6 meses, não tenho dúvidas que estarei a ouvir uma quantidade de queixumes vindos daqueles que hoje defendem Passos como alternativa a Sócrates.

PSD vai prosseguir política de mega-agrupamentos de escolas - Política - PUBLICO.PT

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