Refugiados e variações de solidariedade



@Leça-palmeira.com Câmara de Matosinhos procura edifício para acolher refugiados.

O que me chateia no meio disto tudo é que foram a França, o Reino Unido, os EUA e a Rússia a dar cabo da Síria (e não só), permitiram que um país caisse numa guerra cívil onde não se sabe bem quem é que está contra quem ou quem são os "bons" ou os "maus".

Foi a Alemanha que, na sua cegueira e auto-interesse, forçou a ruína da Grécia e sofocou a Irlanda e Portugal sem nunca ter pensado naquela coisa que, aparentemente agora descobriram: solidariedade. Foram todos estes países que arruinaram a Ucrania num jogo de interesses que não se percebe bem quem é que ganhou o quê.

No final, depois de terem todos brincado ao "quem é que tem a pila maior", e de não terem chegado a conclusão nenhuma, olharam para cima e repararam que tinham uma catástrofe nas mãos. Uma vez mais, recusam-se a assumirem as suas responsabilidades e atiram para os outros a tarefa de lhes resolverem a situação. O curioso é que estão agora a exigir ajuda daqueles a quem eles sempre recusaram ajudar; aos mesmos a quem eles acusaram de serem preguiçosos, ladrões, caloteiros e por aí fora.

A ajudar tudo isto, juntam-se os países vizinhos, aqueles que nadam em rios de petro-dólares, os quais, não só não mostram interesse em promover a resolução dos problemas da zona, como ainda não se ofereceram para receber nem um dos seus irmãos de Fé. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar ou Kuwait  desviam a cara para o lado. Percebe-se, a Fé, o Islão é uma arma de arremesso político para eles e não um acto de fé ou crença.

Conclusão, quem nada tem que ver com estes problemas, Portugal e Grécia, por exemplo, ambos com sérios problemas criados por anos de prostituição económica, promovida pelos chulos locais para satisfazerem os seus próprios interesses e os dos seus mestres internacionais, vão ter que puxar dos cordões à bolsa e demonstrar solidariedade. Cá, em Portugal, não há dinheiro para salários, não há dinheiro para a Educação, não há dinheiro para a Saúde mas vai haver dinheiro para isto. Ouvi dizer que a UE vai dar dinheiro para isto o que, se sempre se concretizar, não deixa de ser engraçado. Quando Portugal "precisou" de dinheiro, e a Grécia também, foi-nos cobrada uma taxa de juro bem interessante pela "UE" e só nos foi dado se fizessemos o que eles queriam. Qual solidariedade, qual carapuça!

Talvez fosse uma boa altura para relembrar a UE, em especial alguns países, que foram eles a criarem todos estes problemas, como tal, eles que os resolvam. Se querem a nossa ajuda, muito bem, mas ela tem de ter um preço tão alto como aquele que nos cobraram para nos "ajudarem". E, talvez fosse também boa ideia perguntar à ministra Austríaca onde estava a solidariedade do seu país quando outros precisaram.

2 comments:

Anabela Magalhães said...

Vejo que regressaste. Tens muita razão no que escreves. A UE é um antro de m****. Agora, que a ajuda a esta gente tem de estar acima disto, tem.
Beijinhos!

Elenáro said...

Olá Anabela. :) Prazer em ler-te também aqui. ;)

A ajuda tem de estar já que, de facto, seria desumano enviá-los de volta para o inferno ao qual tentam fugir. Contudo, a Europa, Turquia e, sobretudo, Líbano não podem ser os únicos receptores deste fluxo massivo de gente.

Há "outros" que têm de assumir as suas responsabilidades, principalmente quando se olha para os seus discursos. Os países Árabes não podem ser só Islâmicos quando lhes é conveniente para propaganda e fanatismo religioso.

Bjnhs!