O Orçamento para o Desastre



Este orçamento de estado (tudo com minuscula) é um verdadeiro desastre para o país. Não tem pés nem cabeça. É um orçamento para tapar buracos de estrada com areia. Com os primeiros chuviscos, lá aparecem os malfadados buracos.

Um orçamento que aumento impostos a quase, ênfase no quase, todos mas deixa alguns "privilegiados" de fora não pode ser um orçamento sério. Um orçamento que começa por deixar de fora alguns porque, técnicamente falando, não recebem reformas mas sim subvenções é gozar com a cara dos contribuintes. Um orçamento que, pelos vistos, vai deixar de fora nas reduções dos susbsidios de Natal e Férias os senhores do Banco de Portugal é algo que não é de gente séria.

Dizem-me que "isso são coisas pequenas que, mesmo tributadas e tudo o mais, são insignificantes no quadro geral." Pois, se calhar até são. O problema aqui, para além de um receita que se poderia arrecadar, obviamente, é maior do que uma mera contabilidade. É um problema moral. Ninguém aceitar, em aceitará, que uns sejam penalizados enquanto outros são beneficiados. É uma questão de igualdade e, sobretudo, de demonstar que TODOS estão a fazer um esforço para corrigir os erros do passado. Sem esta moralidade, tudo cairá em saco roto, mais tarde ou mais cedo.

Mas, vindo de um governo que tem dois membros que se acham no direito MORAL de pedir apoios para a sua deslocação para Lisboa quando já têm casa nessa mesma cidade, é um governo aldrabão. É um governo sem autoridade para impor seja o que for a quem for. É um governo que não ganhará o respeito de ninguém. Assim sendo, só irá conseguir impor a sua vontade pela força da Lei ou dos cacetetes das forças de autoridade.

Pior do que isto, é um orçamento que irá destruir a classe consumidora e geradora de riqueza. Não vai, também, ajudar empresa nenhuma, muito pelo contrário. Muitas irão à falência por causa do agravamento do IVA e outros impostos. É um orçamento, portanto, que irá ter como resultado o colapso económico do país. Isto levará a mais crise para o ano 2012 e seguintes e terá como destino a bancarrota, inevitavelmente. Não se consegue sair de uma crise sem crescimento económico o qual não é potencializado aqui.

É um orçamento que corta em tudo que é essencial e da inteira resposabilidade do Estado (Saúde e Educação) e aumenta no que é da resposabilidade dos agentes privados (Ministério da Economia). Ao Estado não cabe investir nas empresas nem financiar a banca. Ao Estado cabe para potenciar o crescimento através de mecanismos legais e educação civica e não atirando dinheiro para empresas que não o conseguem gerar sozinhas. Ou seja, este orçamento faz exactamente o oposto do que deveria fazer.

Resumindo. O actual governo criou um orçamento que é um verdadeiro desastre para qualquer pessoa mediana e só irá conseguir que, para o próximo ano e seguintes, se tenha que eleger alguém que vá para lá resolver os problemas que eles criaram antes de tratar dos problemas que Sócrates e seus antecessores deixaram. 

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