Do país - parte I



Esta altura do ano, com Natal e Ano Novo, é uma excelente altura para fazer reflexões. Assim aqui vou deixar os meus trezentos.

Ultimamente, face à "crise", muito lamurio e queixume se tem ouvido. Pelos vistos, tudo está pior. Bem, pela minha parte está pois graças ao aumento sucessivo de impostos, tenho quase a certeza que os rendimentos que auferi a mais este ano vão voltar à procedência na forma de taxas disto e daquilo. Mas, em boa verdade, o que me parece é que eu devo ser um dos poucos que se encontram nesta situação. O resto do país vive alegremente sem qualquer problema. Na pior das hipóteses, não estarão pior que no ano anterior [2009]. Repare-se que as vendas de Natal de 2010 não foram inferiores às do ano de 2009. Isto eu pude bem confirmar pois só no dia 24 é que vi os centros comerciais com a quantidade de clientes habitual para um dia da semana. Nos outros dias, foi uma perfeita loucura. As filas de transito de acesso aos mesmos eram absolutamente ridículas. Os parques estavam constantemente cheios. Lá dentro era um maranhal de gente que até metia arrepios. 

Segundo também li algures, as SCUTs, a quem tanto transtorno iria causar e depois de tanto alarido, rendem diariamente mais de 200 mil Euros.

Também não me parece que as pessoas estejam assim tão mal pois, ainda ontem me diziam que, na fila de espera da segurança social, ouviu-se um queixume de duas simpáticas senhoras que diziam que o subsidio que o Estado lhes dava não dava para a gasolina. Ouvi também de um taxista que me dizia que na semana de Natal e Ano Novo, nunca tinha levado tanta gente ao Aeroporto Sá Carneiro com destino ao Brasil.

Podia continuar mas não valeria a pena. De facto, a crise em Portugal, é perfeitamente fictícia. É um produto da imaginação de alguns. Dinheiro não falta. Há dinheiro para se continuar a andar de carro e pagar SCUTs. Há dinheiro para comprar tudo e mais alguma coisa na época de Natal. Há dinheiro para ir passar o Natal e Ano Novo ao Brasil. Repare-se que até há dinheiro para gente com necessidade de ir pedir dinheiro ao Estado se dar ao luxo de queixar que o problema delas é o dinheiro para a gasolina do carro!

Crise? Qual crise qual carapuça! Quem fala em crise anda mas é tolinho!

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