Aventura matinal

Saudações ao estimado leitor que, num momento de completa insanidade, veio aqui ler esta alarvidade que hoje relatarei.

Sim, embora eu sempre tenha dito que não viria para aqui falar da minha vida pessoal, acho que o que aconteceu hoje merece uma pequena excepção.

Ora bem, a aventura começa logo pela manhã, cerca das 8h50, na minha famosa faculdade (quem me conhece sabe onde estudo, quem não me conhece, penso que pouco interessará saber qual é, como tal abstenho-me de a nomear, até porque não quero dar mal nome a dita).

Chego eu à dita, já meio apressado com medo de que o exame ao qual ia já tivesse começado, quando me deparo com duas coisas:

1º A porta da sala onde ia decorrer o exame tinha la colada um bonito aviso com a data de 12 de Janeiro (sim, não precisa de ir já a correr consultar o seu oftamologista, leu bem, 12 de Janeiro!). Certamente alguém achou conveniente que o aviso lá ficasse como ornamento decorativo para a prosteridade ou, talvez, qui ça, para quebrar a esterilidade do ambiente circundante.

2º A mesma porta estava fechada à chave (ainda me hão-de explicar o porque de se fechar a porta de uma sala de aula à chave quando esta vai ter lá aulas/exames, ou seja lá o que for, em tempo de uso da mesma. Naquela faculdade deve haver fobia a que os alunos decidam cada um levar uma cadeira ou uma mesa da sala para casa... Sim, até porque andar com uma cadeira ou mesa debaixo do braço é uma coisa prefeitamente natural...

Bem, com estas e com outras, volto para o bar e sento-me lá a estudar enquanto não chega a professora (para informação adicional do leitor, para se ir para a sala onde seria o exame, é preciso atravessar o bar da faculdade. Sim, seja simpático e não pergunte porquê. Aceite o facto.). O tempo lá passa quando, por volta das 9h10, mais minuto menos minuto, chega a professora. Delicadamente informo-a de que a sala se encontra fechada, ao qual ela responde que, sendo só dois alunos para o exame, o mesmo se poderia realizar no próprio bar já que este estava fechado.

No entanto, faltavam as folhas de exame para nós escrevermos as respectivas respostas. A professora lá parte numa demanda para encontrar um funcionário para lhe entregar as mesmas. Tinham decorrido apenas alguns minutos quando ela volta com a funcionário que, para além das folhas de exame, trazia a chave da sala para a abrir. Toca a pegar nas tralhas e ir para a o local apropriado para o exame. Ainda não tinha eu saído do bar, ainda a tentar carregar com casaco, cachecol, guarda-chuva, pasta e canetas quando a funcionária regressa a dizer que a sala estava fechada em cima e que a chave que ela tinha não dava para abrir. Seria necessário chamar o segurança para ir abrir a malfadada porta.

Bem, para não se perder mais tempo, e já que o bar se encontrava vazio, lá decidimos fazer o exame no bar. Ainda estava eu a ler o texto que teria de analisar quando entra pelo bar dentro uma outra funcionária e um segurança a dizer que o bar se encontrava fechado e que ninguém ali poderia estar. Foi o choque! Incrédulos, a professora e os dois alunos olhamos uns para os outros a tentar perceber o que se estaria a passar. Seria isto alguém a querer pôr-me mais louco do que já sou por natureza? Só podia...

E o segurança lá insistia que nós não podiamos estar ali e nós a retorquir que a nossa sala estava fechada. A funcionária que vinha a acompanhar o dito cavalheiro encolhia os ombros e fazia cara de "não é nada comigo! Queixas na gerência por favor!". Após uns "breves" instantes lá vai o segurança abrir a porta. Mais uma vez toca a pegar nos apetrechos todos, agora acrescidos de mais umas quantas folhas, e toca a mudar de pouso. Finalmente na sala, reparei nas horas. Eram agora 9h29 e ainda não tínhamos começado o exame.

Moral da história: mais uma vez, a boa gerência daquela mui nobre instituição de ensino superior, provou o que eu já vinha a suspeitar há muito tempo. Desorganização e desconsideração por quem lá estuda e trabalha é o que se quer, pois qualquer instituição que se preze de se chamar uma faculdade teria tido uma sala aberta e pronta a ser usada quando há um exame marcado. Mas enfim, numa faculdade em que se dá notas de despedimento por telemóvel no mesmo dia em que a pessoa visada vai ter a sua apresentação de tese de mestrado e que despede professores depois de já ter horários prontos para os mesmos deixando os alunos sem aulas durante duas semanas, bem, não se pode esperar muito mais de tamanha administrição...

Abraços ou beijinhos como melhor aprouver ao leitor (sim, estou de férias logo estou mais simpático que o normal... não esperem que isto dure!).

P.S.: Se a professora (ela saberá a quem me refiro) estiver a ler este blog, espero não a ter decepcionado.

3 comments:

Anonymous said...

Só tenho uma coisa a dizer:
Pelo menos a prof sabia q tinhas exame.....

Anonymous said...

Ehehehe :) não te poderás queixar de "monotonia"... lol

Miana said...

é isso mesmo....cada dia é "uma aventura....nas instituiçoes de ensino" XD

jinhs