Medina Carreira e a nação

Após ter visto hoje a entrevista de Mário Crespo a Medina Carreira fico contente por ainda haverem pessoas neste matagal à beira mar plantado que ainda conseguem perceber o quanto mau está este país. Não me refiro aos comentários do "povinho" (perdoem-me a expressão) que apenas se interessam e apenas conseguem ver o dinheiro que lhes vai nos bolsos sem verem o panorama em geral do país. Estou a referir-me a uma visão verdadeiramente apocaliptica que neste momento é a visão real do país que temos.

Outro dia a ver o orçamento de estado publicado num dos portais do governo (devo confessar que me esqueci de quais dos portais era penso que era no ministério das finanças) fiquei aparvalhado na maneira em como dinheiro é gasto por ministério ou até em especial, o dinheiro atirado para a faculdade de letras da universidade do porto e a reitoria.

Passo a dar alguns exemplos:

Reitoria da UP receberá 28 milhões de euros (gostaria de saber como é que uma administração de uma universidade consegue gastar mais que a generalidade das suas faculdades com a excepção da FEUP).

Faculdade de Letras da UP receberá 14 milhões de euros. Para uma faculdade que anda a despedir professores por falta de dinheiro (e que segundo sei teve de pedir dinheiro emprestado à pouco tempo para pagar salários) 14 milhões parecem-me bastante. Ao fim e ao cabo é a terceira maior verba para a UP sem contar com a reitoria. Má gerência? Fica ao cargo de cada um decidir.

Gostaria de perceber como é que se consegue também dar tanto dinheiro ao "Gabinete dos membros do governo, orgãos e serviços centrais" do ministério da defesa como se dá à Força Aerea. Certamente que o gabinete dos membros do governo não tem de sustentar F-16, Hercules C-130 e outros tantos aparelhos.

É neste quadro que eu penso que pessoas como Medina Carreira deviam ser ouvidas e encorajadas a tomarem parte activa na governação do país. Haveriam certamente muita gente que anda por aí anda viver (leia-se a mamar) que o deixariam de fazer. Não me refiro somente à classe política mas sim a muita gente do "povo" que exige receber subsidios mas trabalhar não é com eles.

Talvez fosse altura dos agricultores e empresários em geral que receberam fundos da comunidade europeia para modernizarem as suas actividades explicarem porque têm as empresas na falência com equipamentos obsoletos e de, no caso dos agricultores, porque não conseguem vender ao mesmos preços de Espanha mas, no entanto, têm BMWs, Mercedes e quiçá Ferraris e coisas do género parados à suas portas. A UE certamente que também gostaria de saber que é feito do seu dinheiro.

Concluindo, mais gente como o Medina Carreira que descreve a trapalhada em que se tornou Portugal deveriam falar e sobretudo juntarem-se para dizerem aos portugueses aquilo que eles precisam de ouvir e não aquilo que querem. Quem sabe, talvez concorrerem pessoas como estas juntas ao governo.

Vejam e ouçam Medina Carreira:


- na sic
http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/Nos+Por+Ca/2009/1/istoeumafantochada.htm
http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={FAC8D8E5-0EDB-45B5-BB20-8F332BE338DC}

- na rtp
http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=52788&visual=3&layout=10



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