Ah! Então Cavaco era isto!


Sugere-se a leitura do post d'O Jumento

Expliquem-me uma coisa. É impressão minha ou o sr. professor (minúsculas) acabou de dizer que era ignorante no domínio que, só por acaso, era aquele que leccionava no Ensino Superior? 

"Eu era um mísero Professor?" Então ele, professor de finanças, não tinha interesse em saber o que se passava com o seu próprio dinheiro? Tinha uma relação distante com os bancos? Mas esperem lá que isto precisa de ser relembrado. Ele era afinal Professor de quê? Trabalhos manuais? Língua Portuguesa? Ou seria de mesmo de uma área que, assim mesmo tangencialmente, ligada à Economia? 

Assim sendo, não deveria ele saber, pelo menos, ter interesse nessas coisas? Com estas frases, percebe-se bem quem nos governou durante 10 anos, quem foi Presidente da República nos últimos 5 anos e quem é agora novamente candidato a este último cargo. Pelos vistos, nas suas própria palavras, é um ignorante. Nada sabia e, aparentemente, continua sem saber pois as coisas são-lhe ditas pela Comunicação Social. 

Infelizmente, o desinteresse e ignorância que, aparentemente, Cavaco demonstra para com as suas próprias finanças, é o mesmo que demonstra para com a governação das contas públicas do Estado Português. Foi também esta mesma maneira de estar na vida que levou para a Presidência da República e será o legado que deixará.
No final, a minha única dúvida, reside não no facto de Cavaco ser uma nulidade no seu campo profissional mas no facto de ainda haver quem o ache capaz para ser Presidente. A capacidade que os portugueses têm para a cegueira nunca deixa de me surpreender. Às vezes fico com a sensação se estou numa sociedade humana ou numa sociedade bovina, na qual se corre atrás do que for à frente, sem saber muito bem para onde vai. 

Bem, é como as autoestradas e IPs do tempo do Cavaco... Foram para onde não deviam...

11 comments:

Em@ said...

Cada vez vens + de encontro ao que penso ou serei eu que vou de encontro ao que tu pensas? :)

Porca miséria.

Elenáro said...

É apenas uma questão vectorial, Em@.

O ponto de chegada acaba por ser o mesmo.

Martins said...

Caro Elenáro, nesta questão do cavaco e o bpn o mais grave não são os "favores" e "tratamento vip" mas sim uma outra coisa mais profunda e que penso ninguém a está a colocar com a devida importância. Então o cavaco passa a vida a dizer que o país deve investir em bens transaccionáveis e aumentar a sua produção e o exemplo que dá com o seu dinheiro é investir precisamente naquilo (especulação financeira) que está a dar cabo das economias ????????
Para cavaco pimenta no cu dos outros é refresco

Elenáro said...

Mas sabes uma coisa, Martins. Ele vai ganhar. Assim sendo só prova que a culpa do país não é, de facto, dos políticos mas do povinho que é cego e estúpido.

Futebol, telenovelas, uma missa ao Domingo, vinho/cerveja e uns petiscos e está tudo contente. Por isto até o corpinho dão ao manifesto.

Os políticos estão à altura do resto do Povo e este tem os políticos e o país que merecem.

Para ser franco, estou ansioso para que Cavaco ganhe para deitar abaixo Sócrates e mandar Passos Coelho para lá.

Depois vai ser só ver gente a insultar Cavaco e Coelho. Aliás, provavelmente só Passos Coelho, pois Cavaco nunca se engana... Os outros é que são os estúpidos.

Em@ said...

Elenáro,
não é, sinceramente, esse o panorama que desejava, mas é o que vai acontecer. e se essa é a única forma de fazer cair quem nós sabemos, pois que seja já antes que o circo pegue fogo.

beijo e vê lá se apareces para tomarmos a bica eheheheh

Elenáro said...

Pois Em@ mas eu cá acho que no final acho que os eleitores irão continuar no seu estado actual. Aliás irão estar demasiado ocupados para perceberem o que lhes aconteceu [está a acontecer]...

Bjnhs!

Martins said...

Caro Elenáro (e Em@)
A tentação de seguir o teu raciocínio é grande mas temos de pensar nos nossos concidadãos que não aparecem nos blogs, que são considerados sorvedores de meias de leite à custa do RSI e que lá no fundo estão nessa situação porque a equidade e as oportunidades nada quiseram com eles.Numa altura em que se devia apostar na sua verdadeira formação enquanto seres humanos, alguém achou mais importante investir os fundos da CEE em betão.

Elenáro said...

A formação não dá tudo, Martins. Há coisas que se ganham fora da escola. A falta de oportunidades é um facto tristemente conhecido em Portugal. Todos sabes que cá a cunha, a amizade e o favor com x, y ou z são mais decisivas do que tudo o resto. Mas isso não é desculpa. Se cá não conseguem, partam à aventura e procurem lá fora.

Mas não vez isso. O que vês é uma passividade atroz. Depois é um queixume de que a vida é má. Muitas vez ouço as pessoas a queixarem-se sobre como são mal servidas aqui e ali, no estado e no privado. Quando pergunto se protestaram, se pediram o livro de reclamações, se fizeram queixa contra alguém a resposta é não e quando pergunto porque não o fizeram levo com um simpático encolher de ombros.

Não, Martins, a formação não tudo. Pelo contrário, a falta de formação em Portugal não é só culpa do estado. A falta de formação em Portugal deve-se à preguiça dos portugueses que preferem ser pedintes a fazerem-se à vida. Preferem passar a vida a queixar-se do que a resolver os seus problemas.

Não digo que estejas errado na questão dos fundos da então CEE mas isso não justifica tudo.

Elenáro said...

*vês não vez...

Anabela Magalhães said...

Já tinha lido esta transcrição e ai meus deuses que quase nem acreditava de tão inverosímel.
Vou levar, Elenáro!
Bjs

Elenáro said...

Força Anabela!

Bjs!