Tão triste é a falta de qualidade dos candidatos para o lugar a que concorrem que quase nem vale a pena falar muito nisto. Qualquer um dos candidatos, pelo menos os dois mais "famosos", deixam muito a desejar quanto à moralidade que querem demonstrar ter.
Cavaco, sem grandes surpresas, anda à deriva quando fala e quando não anda à deriva é porque está calado. Contudo, mais uma vez igual a si mesmo, escolhe as alturas erradas para dizer o que tem a dizer. Pior do que isto é o facto de dizer também o que não devia dizer enquanto candidato por todos (ou assim ele quer fazer querer). Cavaco tem pela frente uma imagem a reparar. Depois de ter caído no ridículo de chamar o Papa para este dizer o que ele tinha medo de dizer, que era contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, e de ter sido forçado a engolir o sapo e ter de assinar a lei, vem agora [ab]usar [d]os direitos dos transexuais. Tudo para piscar um olhinho à direitinha religiosa e paternalista a quem ele ofendeu. O problema é que vai ter que desiludir estes seus eleitores pois, eventualmente, a lei regressará às suas mãos para ser assinada (quer goste ou não). Não se espera que a mesma Assembleia da República que aprovou a lei, ache agora que a deve mudar.
Fora isto, Cavaco Silva, fica igual a si mesmo. Passeia e socorre-se de tudo o que pode (por ventura do que não pode também) para garantir uma vitória à primeira volta. Sabe bem que numa segunda, terá que enfrentar um candidato que, muito provavelmente, irá aglutinar uma grande parte dos votos da esquerda.
A questão que me pergunto é, porque terá tanto medo assim Cavaco dos seus adversários? Ele não é a pessoa indicada, do meu ponto de vista, para a Presidência mas, infelizmente, a alternativa mais viável a disputar o lugar não consegue mostrar porque é alternativa, salvo pela história e fama do nome.
De facto, pode-se mesmo dizer que, se Cavaco Silva anda perdido e à deriva, sem nada de interessante para dizer, então Manuel Alegre perdido e à deriva anda, com ainda menos coisas interessantes a dizer ao país.
Repare-se que o primeiro preocupa-se em dizer que será e fará tudo aquilo que não conseguiu ser e fazer no seu primeiro mandato. O segundo, usando da sua capacidade para a poesia, faz discursos bonitos apelando a um qualquer patriotismo... Diz que vai fazer aquilo que não pode, quer por impossibilidade política quer por impossibilidade constitucional.
Quando tudo o resto e falha e quando se vêem sem conseguir apelar e despertar interesse nas massas, tentam a técnica do desespero e partem para os ataques pessoais. Os dois candidatos, num abrir e piscar de olhos, transformaram uma campanha para as eleições presidenciais, numa troca de galhardetes que roçam o ataque pessoal e fazem os candidatos parecer actores de uma má telenovela qualquer.
Infelizmente, um deles será Presidente da República, pois não guardo esperanças de que surjam surpresas do eleitorado salvo, se calhar, uma abstenção elevada. Mas isso não será surpresa também.
7 comments:
Tudo um nojo!
O que nos vai safar é o Coelho com o slogan "Coelho ao Poleiro"!
Bjs
Desde que alguém nos safe desta miséria, eu fico contente. Temos é que sair disto de alguma maneira. E se não sair o país, então, saiamos nos!
Bjs.
eu também boto no coelho.
porque estou tão enoNjada que já nem os consigo ver pela frente.
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Boltaste, Migo! XD
Bom regresso ao mundo real Elenáro.
Elenáro, esta eleição deve ser das mais fraquinhas das últimas décadas e quiçá até se podia incluir uma ou outra do tempo do Estado Novo. Até temos um candidato que mais parece desse tempo, ou pelo menos não tinha nenhum problema com ele e ele, o Estado Novo, também não os tinha (problemas) com esse candidato. Não sei em quem votar, basta-me a consolação de saber em quem não vou votar.
Bom Ano
Em@
Infelizmente, chegamos aqui, a esta situação verdeiramente patética.
Bjnh!
Martins
Esta eleição é uma palhaçada. Não há mais palavras que a consigam descrever!
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