A propósito do Provedor do Telespectador...

Bom dia, tarde ou noite conforme melhor aprouver ao estimado leitor.

Estava eu outro dia a fazer um dos meus habituais "zappings" pelos canais de TV na pouca televisão que me digno a ver quando sou confrontado pelo programa onde o Provedor do Telespectador nos gracia com a sua presença.

Naquele programa em particular, falou-se dos problemas da falta de programas culturais nos canais "mainstream" da televisão pública, ou seja, no primeiro canal da televisão pública nacional. No entanto, e embora seja um problema real a falta de programas e mesmo só de informações culturais na televisão portuguesa, não só na RTP mas também nos canais privados, o que mais me chamou a minha atenção foram uns pequenos e muito reduzidos segundos nos quais um dos intervenientes no dito programa falou da velocidade, potencialmente estonteante para o comum dos mortais, em que são passados os créditos finais dos filmes.

Disse então, o dito cavalheiro, que aquilo não poderia ser assim. À velocidade que as letras passavam era impossível ler seja o que fosse e, desse modo, estraga a obra do realizador que ao fazer o filme pensou também na rapidez com que os créditos seriam passados.

Uma crítica sem sombra de dúvidas pertinente. Eu diria um protesto de facto no seu devido lugar e com extrema razão de ser! Contudo, e como é de resto habitual hoje em dia neste matagal à beira-mar plantado, protestos são muito bem vindos... Só não esperem que eles sejam mesmo atendidos!

Como a RTP deu a entender, os ultra-rápidos créditos são para ficar... Afinal aquilo não dá audiências, para quê respeitar os autores?! Ao fim e ao cabo, só se deve respeitar os direitos de autor se formos uma editora com interesse em fazer mais dinheiro. Só neste caso deverá a obra ser respeitada...

Mas voltanto ao ponto em questão. Em Portugal passou-se, parece-me a mim de uma sociedade pré-25 de abril onde não era permitido protestar, para uma sociedade pós-25 de abril onde, primeiramente, se protesta contra tudo o que estava antes e "se deita tudo abaixo" para, finalmente e mais recentemente, uma postura onde protestar é um direito desde que não se preencham os dois seguintes requisitos:

1- Que não se faça muito barulho senão pode ser incomodo para os ouvidos de quem tem de fazer alguma coisa para alterar as coisas de acordo com o protesto (quando este tem razão de ser).

2- Que os protestantes se consigam contentar com apenas um "compreendemos as vossas posições e iremos analisar o assunto".

Enfim, é o que é! Com isto fico apenas com uma dúvida... Será melhor viver num sistema onde ninguém se pode exprimir ou num sistema onde se pode falar mas ninguém se interessa em ouvir?

É a demência, a loucura, a insanidade!

Saudações insanas!

3 comments:

Anonymous said...

aiiiii

tanta coisa k pode ser dita em relação a esse espaço televisivo...

eu penso que o homem muito antes de ser um animal racional, social ou político é sobretudo um animal composto por massa crítica...se contassemos as vezes que criticamos alguém ou algo durante o dia (tudo off the record...)

desenvolvi uma estranha preferência pela 'tribuna aberta' do porto canal...escutas de tudo um pouco naquela espaço: criticas sem sentido, coisas sobre as quais nunca tinhas pensado mas que até têm o seu interesse...e tudo, tudo, tudo, com a distinta pronúncia do norte...

por isso, utilizando o tema de um post anterior, o provedor do espectador é k é a verdadeira hipocrisia...atira areia aos olhos de todos aqueles que, associam o direito de expressão ao dever de escutar dos outros...

se a rtp fosse transformada em mtv 2...isso é k era :P

beijoooooo****

Anonymous said...

Ora bem...serviste-te de uma questão bastante pertinente para colocar outra ainda de maior pertinência...

relativamente a questão dos créditos tb me parece k a critica faz td o sentido...os direitos dos autores devem ser respeitados...e sempre!

e sim...tens razão quando dizes que os protestos nem sempre tem o retorno desejado...muitas vezes por muitos protestos k se façam e por mta poeira k se levante, td permanece na mesma... e o jogo de interesses do costume prevalece...

Mas, mesmo k assim seja, acho k quando ha motivos e razoes lógicas para isso, levantar um pouco de poeira não faz mal nenhum...mesmo k nada se altere, mesmo k a lei do mais forte venca...vale sempre a atitude e a consciência de que se esta a fazer a coisa certa, a defender o k e correcto(ou o k se pensa ser correcto)

não sou daquelas pessoas k "deitam abaixo" td o k estava antes, mas digo seguramente que não concordo com o sistema pre-25 de Abril...

assim como não concordo com a "democracia podre" em k se vive actualmente...sabemos perfeitamente que não podemos dizer tudo o k pensamos sem k nos caiam em cima...assim como a menos k haja interesse nisso, se faz ouvidos moucos a mtas questões que se levantam...mas apesar de tudo...o sistema pos-25 de abril reconhece-te esse direito...um direito com as suas limitações e tal mas um direito...

Anonymous said...

Como eu n gosto mt de "falar"(neste caso é mesmo escrever) vou apenas deixar aqui uns topicos:
-Paus
-rua
-Ditadura

pra mais informações é favor ler o meu comentario ao post do aborto, ou então entrar em contacto com a gerencia.....