Estava eu a ler as noticias diárias quando dei de caras com uma noticia que, na realidade, não me surpreende nada, o facto de Copenhaga estar a falhar. E porque falha ela? Simples, ninguém quer fazer nada e a cimeira serve apenas para se defender os interesses de cada um.
Por um lado tem-se os países desenvolvidos que não querem fazer nada para diminuir as emissões, empurrando o fardo da luta pelo clima para os países em desenvolvimento, impedindo efectivamente que estes se desenvolvam no curto prazo, se não no longo prazo também.
Por outro lado tem-se os países desenvolvidos que também não querem fazer nada, empurrando então as coisas para os países desenvolvidos. Estes países estão a querer desenvolver-se a todo o custo sem terem que fazer nada exigindo aos países desenvolvidos que lhes dêem mais dinheiro e tecnologia e, sobretudo, que sejam estes a reduzir as suas emissões exclusivamente, pondo em causa toda a dinâmica das economias modernas.
Em relação às posições dos países em desenvolvimento tenho digo que esta gente está louca ou iludida. Desde há décadas que os países desenvolvidos mandam dinheiro e outros tipos de ajuda para os em desenvolvimento. E que fazem esses países com o dinheiro e restante ajuda que lhes é enviada? Esbanjam o que lhes é dado em armas ou para beneficio de alguns (dos líderes e seus amigos). Não o aplicam no verdadeiro desenvolvimento dos seus países. Em África o dinheiro continua a ser usado para comprar armas para depois se andar em genocídios e perseguições religiosas, políticas, raciais, ideológicas, etc, etc... Por isso pergunto, mas com que lata vêm agora estes senhores exigir mais dinheiro? Para quê? Para comprarem mais uns MiGs ou Sus aos Russos?
Quanto aos países desenvolvidos, há uma verdade inegável. A situação actual das coisas é da sua responsabilidade. Logo, sendo que estes problemas não são novos, a luta contra as alterações climáticas já devia ter começado há muito. Se o tivessem feito há 10 anos atrás, hoje estariam numa posição mais flexível para reduzirem as emissões de forma mais drástica sem tantos prejuízos para as suas economias. No entanto, não o fizeram. Como sempre, a ganância falou mais alto e os interesses de alguns no imediato destruiu os interesses de muitos no futuro. Está na altura dos líderes destes países (os nossos) porem a mão na consciência e tomarem as rédeas ao poder económico. A economia serve para suprir as necessidades de todos e não as necessidades (leia-se avareza e ganância desmedida) de alguns. O poder político tem que voltar a sobrepor-se à lógica do poder económico.
Se todos não tomarem conta das suas verdadeiras responsabilidades, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento (muito particularmente a China que se quer desenvolver sem olhar a meios e à custa de tudo e de todos), então contem que no futuro a ganância não será por mais dinheiro mas pela sobrevivência e não haverá dinheiro que a compre.
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