Promessas vãs em tempo de eleições

 
Passos admite rever regime de descontos de independentes - Portugal - DN

Nem de propósito, depois de ontem ter falado deste assunto aqui, comentando o líder do BE, Francisco Louçã, vem agora Passos Coelho falar da mesma coisa e dizer o que eu já tinha dito. São coisas curiosas estas descobertas de problemas na altura das eleições, as quais, durante décadas, na Assembleia de República foram constantemente ignoradas ou "esquecidas". Num momento "difícil" para o país, em que parece que batemos no fundo, os políticos descobrem, oportunisticamente os problemas todos que afligem tudo e todos. Pena é que estes problemas não sejam novos e, quando nos locais apropriados para os resolver, eles voltam para a gaveta.

Passos Coelho, quando fala dos recibos verdes, está a falar do que não sabe e do que, na realidade, não tem vontade nenhuma de mexer. É que repare-se, ele fala de injustiças, de exageros, de o regime ser insustentável mas termina com esta fantástica afirmação: "Portanto, isso tem de ser corrigido. Eu garanto aqui que esse regime será revisto. Não estou em condições, nesta altura, de dizer exactamente qual é que vai ser o regime, mas este regime é perverso e tem de ser revisto".

Ficamos assim a saber o que eu acabei de dizer antes. Passos Coelho descobriu uma maneira de poder captar mais uns votos e, com as sondagens a serem-lhe desfavoráveis, todos os votos são precisos. Tanto mais isto é, apenas, uma "coisa eleitoral" que será esquecida ou desvirtuada mal acabe este período de campanha, que Passos Coelho, dá-se ao luxo de dizer que, se for governo, não sabe como vai resolver o problema. Quer dizer, então o líder do partido que se propõe ter o candidato para substituir o actual Primeiro-Ministro diz que há um problema mas não faz a menor ideia de como o vai resolver?! Passos Coelho anda a navegar à vista. Não sabe o que anda a fazer nem o que irá fazer. Anda a "pescar" assuntos para falar pois não sabe mais o que há-de dizer para tentar ser diferente de Sócrates, depois de a prática política do senhor ter provado é igual a Sócrates e, se já estivesse no governo, teria feito tudo igual a Sócrates.

Assim sendo, este tema que valia a pena ser tratado com respeito pois trata-se da vida de milhares de pessoas, é usado como tópico para angariação de votos. Uma arma de campanha eleitoral a qual não vai significar nada depois das eleições.

Haja paciência e, sobretudo, discernimento para perceber estas manobras políticas de gente que anda a brincar às eleições. Isto vale para todos os candidatos pois todos, sem excepção, tiveram tempo na Assembleia para falar destes temas e, nas alturas devidas, preferiram falar da quantidade de sal no pão...

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