A professora de Espinho


Ora bem, eu tentei resistir à tentação de vir aqui falar neste caso que tanto tem dado para falar. Mas não resisti. No entanto, não me vou deter mais nestes assuntos, por enquanto, pois estou intelectualmente exausto de falar de assuntos ligados com a educação não-universitária. Por isso apenas deixo aqui umas notas que me ocorrem depois de ouvir a gravação na integra. Esta gravação encontra-se na integra disponível no Diário de Notícias.

1- A professora, de facto, foi agressivamente acusada de falar do que não devia na sala de aula. Isto não é inteiramente correcto. No que diz respeito a esta parte da polémica, e fazendo jus ao que a professora diz na dita gravação, ela estaria a falar do período da antiga Grécia e Roma. Este período é de facto prolifero quando se decide entrar pela maneira como eles viviam a sexualidade. Longas conversas poderiam ser feitas sobre o assunto. Não me parece que a docente tenha saído do âmbito das aulas de história por falar no "sexo dos Romanos". Acho que a comunicação social, como vem sendo hábito, exagera aquilo que diz e só diz aquilo que lhe convém.

2- Posto de parte o ponto anterior, mantenho tudo o que já disse. Toda a conduta da professora na dita e referida aula é exageradamente má e reprovável. Intimidar alunos (usando para isso de ameaças quando às atribuição de notas), insultar os pais dos mesmos (especialmente fazendo referencia à escolaridade dos ditos) e outras coisas mais que se passaram na aula é no mínimo anti-pedagógico. Se a professora tem algum problema para resolver (e acredito que tenha segundo o que se diz), então, apenas tem que processar judicialmente quem a insultou se achar que o deve e pôr um processo disciplinar aos alunos que a acusaram de falar de "sexo" na aula. Perder as estribeiras como perdeu apenas lhe retirou toda a defesa que ela teria. Lamento é que neste país os professores ainda não tenham metido na cabeça que vingarem-se nos alunos seja porque motivo for, é no mínimo muito pouco profissional. Alguém me dizia que nesta situação é normal que perder-se a cabeça. Bem eu apenas digo isto: um profissional não perde a cabeça desta maneira.

3- Como já disse antes, a senhora que se auto-intitulou de "doutora" talvez devesse pensar melhor naquilo que diz. Segundo ela mesmo disse, as suas habilitações académicas não lhe dão direito a ser chamada de "doutora". Licenciada que é, não está em condições de ter título algum para além de licenciado. As pós-graduações também de pouco interessam para títulos. Até ela tirar com sucesso um doutoramento ou uma licenciatura em medicina, deverá repensar nos títulos que alega ter. O chamarem-lhe "doutora" trata-se de uma cortesia a que ninguém está obrigado.

4- Já agora, ditar um texto para um aluno para depois se dizer que aquilo é uma confissão é o que muitas vezes é usado em Guantanamo para com os terroristas de lá. Para além de não ter certamente um "terrorista" à sua a frente a professora devia ter um bocadinho mais de nível; algo digno da sua profissão. Digo eu vá.

5- A dada altura pergunta a professora "O que é que isso tem a haver com a aula (perto dos 41 minutos)". Bem isso pergunto eu: o que raio é o filho da excelentíssima tem a haver para alguma coisa? E já agora a senhora professora não é formadora coisa nenhuma. Com tamanha falta de profissionalismo ela seria despedida ao fim da primeira sessão de formação que desse. Talvez a fosse boa altura a professora Josefina Rocha aprender a diferença entre "formação" e "educação". Para quem fez tanto alarido com o seu percurso académico parece-me um falha grave não saber distinguir uma da outra.

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