Li, no blogue da Anabela, uma iniciativa de protesto com o descalabro na gestão dos fundos públicos. A carta, que não reproduzirei sequer mas deixarei um link para ela aqui, é algo de gente que não é séria e mostra uma profunda demagogia em certas partes, se não cegueira completa.
Passo a explicar.
1º - O respectivo destinatário, muito certamente, não irá ler a carta, pelo menos não irá ler a quantidade de emails que lhe forem eventualmente enviados. Esse trabalho caberá a um administrativo pago com o dinheiro de todos nós, o qual, certamente e prontamente, enviará os ditos emails para o "lixo".
2º - Já que se está numa de renunciar, então faltam lá umas quantas renuncias graves. Falta renunciar à ineficiência de alguma função publica, aos horários de alguns funcionários públicos (e não me refiro aos de topo pois a esses os horários seriam apenas a ponta do icebergue) que começam a trabalhar as 9h e acabam às 16h. Falta renunciar às presente políticas educativas, assunto no qual, pelos vistos, está tudo bem e não se renuncia a nada. E podia continuar mas escuso-me. Referir apenas o PRACE é, no mínimo, redutor.
4º - A data altura, diz-se na carta e agora transcrevo "Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmíssima medida do corte nas transferências". Empobrecimento desta democracia é um eufemismo. Cortar o financiamento público das campanhas eleitorais seria por os políticos nas mãos dos "privados", os quais não seriam mais que as grandes empresas. Apenas estes teriam a capacidade de financiar campanhas. Se se está a propor em não haver financiamento exterior, então das duas uma, ou não haveria capacidade financeira de fazer campanhas eleitorais o que levaria a um fim da pouca democracia que temos, ou então seria limitar os candidatos aos "ricos" do país. Passaríamos de democracia para uma clara oligarquia.
5º - Importava esclarecer o que é, e cito, uma "mensagem política honesta, clara e simples".
6º - Sem me alongar mais, refiro apenas a mera possibilidade de isto poder ser encarado como uma tentativa de entupir o servidor ou até mesmo a caixa de correio respectiva e, como tal, crime. Talvez nesta esteja a ser exagerado mas, face às coisas que são levadas a tribunal nos últimos tempos em Portugal, não me parecia estranho este argumento.
Por estas razões todas, talvez fosse altura de acabar com esta psedo luta que a nada leva e, se quiserem mudar de facto as coisas, começar-se a falar a verdade sem folclore e populismo ao desbarato. Numa altura onde uma certa elite mente para preservar os tachos e negociatas estranhas, as melhores armas são a clareza, a seriedade e a verdade. Como se diz the truth shall set you free.
Querem-se greves? Então façam-se greves por mais de um dia. Aliás, que se façam greves gerais e, sobretudo, generalizadas pelo tempo que for preciso até as coisas mudarem. Leia-se como a Índia sob a liderança de Ghandi conseguiu que os britânicos fossem embora. Leia-se, aprenda-se e repita-se a receita. Querem cartas? Então que se façam abaixo-assinados sérios e sem populismos. Penso que o partido já teve folclore político e melodrama barato que chegue. Este último, deixe-se para as telenovelas.
É uma pena que, uma boa ideia que seria esta carta (com as devidas alterações) se transformada em abaixo-assinado comprovado e fidedigno, seja transformada em populismo.
Não tenciono com isto insultar que decidiu ir na onda. Cada um é livre de fazer o que quiser mas, na minha opinião, este não é o caminho.
5º - Importava esclarecer o que é, e cito, uma "mensagem política honesta, clara e simples".
6º - Sem me alongar mais, refiro apenas a mera possibilidade de isto poder ser encarado como uma tentativa de entupir o servidor ou até mesmo a caixa de correio respectiva e, como tal, crime. Talvez nesta esteja a ser exagerado mas, face às coisas que são levadas a tribunal nos últimos tempos em Portugal, não me parecia estranho este argumento.
Por estas razões todas, talvez fosse altura de acabar com esta psedo luta que a nada leva e, se quiserem mudar de facto as coisas, começar-se a falar a verdade sem folclore e populismo ao desbarato. Numa altura onde uma certa elite mente para preservar os tachos e negociatas estranhas, as melhores armas são a clareza, a seriedade e a verdade. Como se diz the truth shall set you free.
Querem-se greves? Então façam-se greves por mais de um dia. Aliás, que se façam greves gerais e, sobretudo, generalizadas pelo tempo que for preciso até as coisas mudarem. Leia-se como a Índia sob a liderança de Ghandi conseguiu que os britânicos fossem embora. Leia-se, aprenda-se e repita-se a receita. Querem cartas? Então que se façam abaixo-assinados sérios e sem populismos. Penso que o partido já teve folclore político e melodrama barato que chegue. Este último, deixe-se para as telenovelas.
É uma pena que, uma boa ideia que seria esta carta (com as devidas alterações) se transformada em abaixo-assinado comprovado e fidedigno, seja transformada em populismo.
Não tenciono com isto insultar que decidiu ir na onda. Cada um é livre de fazer o que quiser mas, na minha opinião, este não é o caminho.
Recordo ainda que, foi o populismo dum certo senhor, de seu nome Adolf Hitler, que o levou ao poder na década de 30 na Alemanha, então democrática.
6 comments:
Elenáro
Também me enviaram a "renúncia", mas ao lê-la me apercebi que era muito incompleta e só teria o condão de elencar muito do que toda a gente renuncia, naturalmente, ou por não utilizar. Concordo contigo com a transformação em Petição pública, apesar de tudo, ou melhor, com tudo.
Abraço
Olá Miguel,
A mim, de facto, pareceu-me muito incompleta.
Abraço.
Essa de andares desaparecido! tss tss tss... Vê se apareces, fazes lá falta
Abraço
Incompleta é, no resto não estou de acordo contigo e não a acho minimamente populista e já te respondi no meu blogue.
Ah! E eu sou séria. Não duvides que actuo em conformidade com o que defendo em teoria.
beijocas
Isto não é um problema de se actuar em conformidade ou não. É uma questão que é não é assim que se ganham as coisas. Assim só estamos a fazer folclore, da mesma maneira que se faziam as caças às bruxas na Idade Média e depois aparecia meio povo a gritar "morte" sem sequer saber o que se passava.
Isto é preciso usar a verdade e factos! Esta carta, para além de parcial e incompleta ainda tem a desvantagem de ser populista. Podes achar que não, mas ela é populista.
Olá Bartolomeu.
O tempo é escasso ultimamente e, desde que vim de férias, que não ando muito nos blogues.
Abraço.
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