Tentarei, então, ajudar, os mais indecisos, na decisão de em quem votar. Começo pelas opções.
Temos logo à partida os cinco magníficos: BE, PCP, PS, PSD, PP. Para além destes ainda temos os mais pequenos Partido Humanista, Partido Popular Monárquico, Movimento Partido da Terra, PCTP/MRPP, Partido Nacional Renovador, Partido Operário de Unidade Socialista, Partido Nova Democracia... (lista completa pode ser consultada
aqui) Temos ainda dois novos partidos, nomeadamente o MMS (Movimento Mérito Sociedade) e o MEP (Movimento Esperança Portugal).
Dentro desta panóplia de escolhas eu distribuiria os partidos em três grandes grupos. A saber: Tradicionais, Novas Oportunidades, Escolha não-viáveis.
Nos Tradicionais poria os quatro mais antigos partidos com assento parlamentar e que, de uma forma ou de outra, já governaram. São eles então PCP, PS, PSD e PP.
Nas Novas Oportunidades punha o BE, o MMS e o MEP. Provavelmente também incluiria o PPM se bem que este partido anda à deriva já há muito e pouco se sabe o que querem para o país e que pessoas têm capazes de assumir funções governativas. Os três primeiros nunca desempenharam funções governativas se bem que o BE tenha acento parlamentar. O PPM, já teve assento parlamentar mas a sua participação tem sido pouco relevante.
Finalmente no último grupo, Escolhas Não-viáveis, poria os restantes. Esta última prende-se com o facto de, consecutivamente estes partidos não terem tido boa aceitação pelos eleitores e pouco trabalho tenha sido feito por eles em qualquer das instituições democráticas existentes.
Em linhas gerais o que esperar de cada um destes grupos?
Do primeiro podemos esperar o costume. Promessas irrealistas e que não são passiveis de serem concretizadas por vícios criados (clientela politica, negócios menos transparentes e por aí fora). Para além disto, acrescento que mesmo as promessas passiveis de serem concretizadas e que foram, irrelevantes se tornaram pois as boas ideias foram pervertidas pelos mesmos vícios que referi. Por exemplo, o rendimento social de inserção que começou por uma boa ideia e foi sendo pervertido fruto do mau funcionamento do sistema.
Votar neles é votar nas soluções já antes sugeridas e/ou tentadas e que nos levaram ao estado actual. Na minha opinião, qualquer um destes partidos mostra incapacidade total de se renovar e de renovar o panorama politico português, persistindo em vícios por eles criados e agora incapazes de os quebrar.
Começo pelo
PS de José Sócrates. O que começou com boas ideias (e intenções?) rapidamente acabou numa trapalhada governativa, cheia de negócios obscuros, jogadas de bastidores e intriga politica. O governo do país perdeu-se. A título de exemplo dou o estado em que a educação ficou, fruto de uma teimosia cega, e as grandes obras públicas que ninguém entende para que servem passando pelas negociatas com o famoso Magalhães.
Antes temos o exemplo de
Manuela Ferreira Leite, membro de sucessivos governos
PSD que nada de bom fizeram ao país (tirando auto-estradas e CCBs) e que, na última passagem pelo governo, nem o mandato completo foram capazes de cumprir. Nem mesmo com um PS perdido e sem rumo. É esta senhora que agora acredita ter descoberto o caminho para desenvolver Portugal quando desde há quase duas décadas nada conseguiu fazer.
Quanto ao
CDS-PP de Paulo Portas, o que dizer? Bem é o costume: muitas feiras, muito populismo e propostas não cumpridas ou quando cumpridas feitas numa trapalhada só comparável ao PS de José Sócrates. Recordo os submarinos. Foram comprados, mas as trabalhadas na gestão do processo levaram a uma insanidade nos preços e forma/local de construção dos mesmos. Os célebres patrulhas oceânicos a serem construídos em Viana do Castelo já foram referidos como insuficientes para as missões que os aguardam. Finalmente, temos a esquizofrenia deste partido em criticar as coisas que não fez enquanto foi governo.
Finalmente o
PCP enquanto membro da
CDU (coligação
PCP,
Partido Ecologista Os Verdes). Penso que o que se pode dizer do PCP é algo que vem na linha do que se passou com os outros. O PCP tornou-se um partido velho, sem ideias novas e completamente afastado da realidade sócio-económica. É um partido que nada de marcante apresenta ao país. Um partido que joga com a vida dos trabalhadores, fazendo discursos populistas só igualados pelo PP. Um partido que se habituou a viver com a miséria alheia e que nada fará para contrariar isto, pois fazê-lo seria caminhar para o suicídio e perder eleitores.
E do segundo grupo, Novas Oportunidades, podemos esperar o quê, então?
BE:
Boas ideias, iniciativa política mas penso que são pouco realistas e profundamente demagogos quanto à passagem de algumas das propostas à prática. Neste último ponto, em linha com o primeiro grupo. Padece também do mal do PCP que brinca com e se habitua a viver à custa da miséria alheia.
MMS:
Um partido novo com ideias novas e ideias passiveis de serem executadas. Muitos não concordarão com elas pois o partido reveste-se de um carácter liberal a nível económico que a muitos assustará e a outros será contra natura. Concordando-se ou discordando-se, parece um partido com gente capaz e, à primeira vista, fora do sistema. Os seus membros parecem ser pessoas que não vivem ou não precisarão da politica para viver. No entanto, provas dadas não tem e o voto nele requererá um voto de confiança. Faltará saber também se passarão a fazer parte do sistema se conseguirem votos para tal. Aconselho a todos o seu
manifesto o qual considero ser dos melhores que já vi.
MEP:
O que disse do MMS poderei dizer do MEP com apenas uma salvaguarda. O seu dirigente é uma pessoa ligada em parte ao sistema já estabelecido. No entanto, não é parte do grupo das famílias politicas e isso poderá ser o bastante para não cair em tentação. Contrariamente ao MMS, o MEP também incorreu na onda do populismo ao escolher uma candidata que marcadamente apenas queria ir para o parlamento europeu (tacho pergunto eu?). Faço a mesma referência que fiz ao MMS, é um partido sem provas dadas e votar nele pode ser tanto uma boa aposta como uma má aposta. Será preciso um voto de confiança. O seu programa poderá ser consultado
aqui.
Estes dois últimos partidos poderão ser duas boas opções para lugares no parlamento mas, pela sua "juventude" ainda não terão capacidade para serem governo sozinhos. Poderão, certamente, é fazer parte de uma futura coligação governamental.
Do terceiro grupo não falarei por considerar que não são partidos viáveis a eleições. Aconselho, contudo, a que não sejam esquecidos e surpresas às vezes vêm de onde menos se espera.
Falta ainda falar de uma alternativa. O voto Nulo/Branco. Segundo a
Lei eleitoral Portuguesa, a qual pode ser consultada aqui, legalmente não há diferença pelo que falarei dos dois em conjunto (já agora aconselho também o voto nulo ao branco por uma questão de não confiar a ninguém um cartão em branco passível de ser adulterado). Quem não concorda com nenhum dos partidos que se apresentaram às eleições têm aqui uma possibilidade de voto. Afinal, a abstenção é o mostrar o desinteresse perante a governação do país e um cheque em branco a quem tanta asneira tem feito.
Apelo a todos que votem. Não me interessa em quem, apenas que votem, que se interessem pelo que os políticos fazem e que os mantenham com rédea curta. Só assim será possível construir um país melhor.