O caminho para as eleições legislativas 2009 - Análise preliminar


Ora bem, porque vamos ter uma série de eleições (uma já passou) inicio agora um conjunto de posts sobre este assunto. Hoje tentarei fazer uma análise do que se passou até aqui.

Começo por chamar a atenção de como o país estava há quatro anos atrás. Portugal, que já se encontrava desde há muito pelas ruas da amargura, viu-se confrontado com um governo de coligação que pouco fez realmente para resolver os problemas que grassavam (e ainda o fazem) este matagal à beira-mar plantado.

O déficit foi sendo escondido através da venda de tudo que era património do estado esquecendo que o património só se pode vender uma vez e que depois de vendido, perdido está. A saúde, nem se lhe tocou. A educação, continuou-se o que vinha a ser feito até então. A defesa, se bem que se iniciou um processo de modernização das Forças Armadas urgente e necessário, fez-se da maneira mais dispendiosa, inutil e sem resultados à vista (ficou-se pelas boas intenções e pelo papel). A actuação na cultura só pode ter sido considerada como puff. As "grandes obras" começaram por ser postas de parte (e muito bem) a bem de necessidades mais urgentes e importantes mas acabaram por constar das intenções de avançar com elas.

Com as coisas a correrem-lhe muito mal, este governo sui generis, acabou da maneira mais espantosa possivel e dentro de um estilo que fez lembrar os tempos da 1ª República. Foi demitido. Ainda dentro do espantoso foi o porquê e a maneira como o foi. O Primeiro-Ministro deixou o país que nem um exilado politico (como bom capitão que era, abandona o barco antes de este ir ao fundo) maravilhado pela aventura Europeia. Com um governo à deriva, sem ninguém que lhe pegasse, lá apareceu um pobre coitado qualquer que tentou tomar as rédeas do equidio. Uns meses depois (e tarde a meu ver) Portugal viu-se sem governo novamente pois o pobre coitado não conseguiu aguentar o bravio animal e cordialmente foi-lhe pedido que se afastasse.

Novas eleições. Novo governo. Um governo que começou cheio de energia e pujança e, creio eu, algumas boas intenções; pronto a desbravar todos os obstáculos que se atrevessem a passar-lhe pela frente. Contudo, como tem vindo a ser hábito neste maravilhoso país, o que parecia bom rapidamente teve um sabor amargo. Começou logo com a trapalhada do Novo Aeroporto e TGV. O então ministro das finanças, Luís Campos e Cunha, após ter avisado que não havia dinheiro para isso e com a insistência de José Sócrates, acabou por terminar a sua presença sem que o primeiro ano de governação tivesse acabado. Depois lá vieram mais umas quantas polémicas e trapalhadas pelo meio (Magalhães, Maddie McCann, Avaliação dos Professores, etc...) culminando com o país a ver-se a mãos com uma crise financeira e económica mundial sem estar preparado para tal e, sobretudo, sem ter visto resolvidos os seus problemas.

Perante novas eleições, o país vê-se a braços com os mesmo problemas que tinha há seis anos atrás (e alguns de bem mais atrás) e ainda no meio de uma crise económica sem fim rapido à vista. Conclusão, vamos novamente votar pelas soluções já há decadas prometidas e anunciadas.

1 comment:

Anonymous said...

O mal de todos nós Tugas, é que todos nós perdemos os TOMATES logo após o 25 de Abril!!!
Acomodamo-nos ao sistema actual de alternância entre PS e PSD com o CDS-PP à boleia!
Se nós alguma vez votassemos num partido tipo BE ou PCP esses cabrões Socialistas, social Democratas e afins, iriam apanhar um valente susto e saberiam que o povo Português afinal Não OS perdeu e que não somos assim tão Otários como eles pensam que somos!