Falta de honestidade é a única coisa que me ocorre perante isto. Quando se convoca um referendo é porque se quer ter a oportunidade de convencer alguém das virtudes ou malefícios de determinada coisa. Quando se convoca um referendo, especialmente quando já há opinião formada na AR, é porque se discorda dessa posição.
Se a Plataforma para a Cidadania e Casamento (ênfase na parte casamento) fosse perfeitamente neutra não teria começado por escolher o nome que escolheu. Depois também não teria nos seus apóstolos a quantidade absurda de gente que é contra o Casamento Homossexual.
Claramente que, quem é a favor desta lei, tendo-a já com discussão e uma forte possibilidade de ser aprovada na AR, então não iria convocar um referendo sobre uma coisa com a qual concorda e a qual será mais certamente aprovada que rejeitada em votação parlamentar.
Com isto tudo, a única coisa que se pode concluir é que a dita Plataforma tem, na verdade, uma opinião formada e um objectivo a atingir. Conseguir no referendo aquilo que, em princípio, não conseguirá no parlamento. Isto é, impedir a legalização do Casamento Homossexual.
Como tal, é por demais desonesto e demagógico dizer que a Plataforma não toma posição. A sua existência é logo uma tomada de posição. Mais uma vez, homofóbicos e demais trupe de amigos, tentam atirar areia para a cara das pessoas mentindo e ludibriando os eleitores com falsos sinais de tolerância.
São contra? Pois muito bem, estão no direito deles. Querem fazer um referendo, estão no direito deles de o tentarem. Agora tenham cojones para dizerem verdadeiramente o que querem sem rodeios e, sobretudo, aldrabice ou falsos moralismos. Assumam os seus próprios preconceitos com coragem e frontalidade.
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