Pensamento...



Deixo algo para reflectir. A bom tempo falarei mais disto.

Não há nada mais perigoso para os poderes do mundo que um Homem esclarecido e fiel à verdade.

Mas porque cidade mistica só há uma...

Empire State of Mind


In New York,
Concrete jungle where dreams are made of,
Theres nothing you can’t do,
Now you’re in New York,
These streets will make you feel brand new,
The lights will inspire you,
Lets here it for New York, New York, New York


Lisboa, restante Paisagem, SCUTs e Borlas

A propósito desta história das SCUTs O Jumento falou do oportunismo dos dirigentes locais (Presidentes de Câmara) nas suas exigências aqui e aqui. Embora seja, de facto, uma atitude oportunista que move os ditos senhores e não um sentido de luta pelas suas regiões também é facto que isto só acontece porque Lisboa e os seus dirigentes ignoram a existência do resto do país, salvo quando é para irem buscar dinheiro ou protagonismo. 

Cobram portagens nas SCUTs quando elas já estão mais que pagas mas esquecem-se que muitas delas não só não têm alternativas como algumas são nada mais do que estradas nacionais com múltiplas faixas de rodagem. Basta fazer a viagem Porto-Paredes ou a Via do Infante no Algarve para perceber a má qualidade quer de concepção quer de manutenção das mesmas. Assim sendo, antes de terem lata de cobrarem seja o que for, talvez fosse bom explicarem porque é se as auto-estradas estão em tão mau estado e porque é que há tanta pressa em por portagens agora sem que as ditas vias estejam em condições de uso para serem cobradas as suas utilizações. 

Já agora, expliquem-me como é que um estrangeiro que queira percorrer uma destas vias vai pagar a mesma? Terá que pedir por encomenda os ditos chips? E caso não saiba da existência dos mesmos (como penso que a maior parte dos Europeus não saberá) como é que avisam o mesmo que a auto-estrada é paga mas as portagens são virtuais?

Mas voltando à vaca fria, o problema do oportunismo regional é o oportunismo da capital. Sobre isto, e para não me repetir deixo o comentário que escrevi n'O Jumento

O Jumento esquece-se das "borlas" que Lisboa leva à custa do país.

Desde os transportes públicos, a começar pelo Metro de Lisboa, para o qual nunca falta dinheiro para fazer meia dúzia de metros de túnel, até CCBs, pontes em curva a pretexto de se baterem recordes Europeus, Expo, um novo aeroporto, uma nova ponta para um comboio que, pelos vistos não vai a lado nenhum... e fico-me por aqui. Enquanto isso a Linha do Tua cai de podre. O Aeroporto de Faro não recebe os investimentos que devia como aeroporto da maior região turística do país. Os portos de mar deste país são votados ao abandono enquanto se gasta pipas de massa em concursos meio duvidosos no porto de Lisboa. O utente do Metro do Porto paga 95 cêntimos por viagem para percorrer uma porção da linha dentro da cidade do Porto (a qual é consideravelmente mais pequena que Lisboa) enquanto que no Metro de Lisboa se paga 80 e anda-se dentro da cidade toda.

Por isso, caríssimo Jumento, por muita razão que tenha ao criticar a postura dos políticos destas regiões, devia começar antes por criticar o proxenetismo dos políticos e Lisboa que permitem que uma região viva das borlas pagas pelo país.

Concordo que o rendimento do país deve ser igualmente distribuído mas isso não acontece e dê as voltas que dê, Jumento, os dados estão aí para quem tiver olhos ver. Mas há uma coisa na qual o Jumento tocou  e falou muito bem. O país foi habituado à preguiça e ao oportunismo. Desde a função pública, passando pelos belos exemplos da AR, até às empresas privadas, desde gestores ao trabalhador da construção civil, todos estão habituados a fazerem o menos possível.

Mas também seria interessante perguntar que incentivos têm muitos destes para trabalharem com afinco se, no final do mês, ganham o mesmo e continuam a recibos verdes ou contractos a prazo.

Cumprimentos Jumento.

Da Educação



Após um largo interregno em que deixei de falar de educação, por cansaço do assunto e por achar que não havia muito interesse em falar, de facto, do que é importante, volto ao assunto.

Desde que o Partido Socialista chegou ao poder que o sistema educativo português tem sido alvo de sucessivas e rápidas mudanças com vista à melhoria do desempenho do mesmo. No entanto, passados muitos e conturbados tempos, objectivamente nada mudou, pelo menos quanto ao desempenho. Poder-se-ia dizer que, por ventura, até se andou foi para trás. O que começou com uma inegavel vontade de mudar as coisas do PS acabou por ser só isso, vontade (se calhar até má vontade). Tudo o resto correu mal. Correu mal porque o PS não fez o que devia ter feito e o que fez foi mal feito. Numa onda pouco coerente e pouco lúcida decidiu hostilizar os professores fazendo deles um bode expiatório para todos os males da educação. Esqueceu-se que, se é certo que sem alunos não há escola, sem professores ela também não funcionará lá muito bem, na melhor das hipóteses.

No entanto, e por coerência, a culpa não morre do só do lado do governo. Do lado dos professores houve também falta de coerência e lucidez. Andou-se aos ziguezagues com a questão da avaliação de desempenho e tornou-se esse assunto como o cerne de todos os males da classe. Certamente que a muitos professores pouco interessava a avaliação fosse ela de que tipo fosse ou que objectivo tivesse. Escuso-me a dizer, por me parecer mais do que óbvio, as razões porque alguns não a queriam. Outros, mais lúcidos, perceberam a encrenca burocrática que seria a mesma e trataram de se opor ao modelo. Infelizmente, ambos fizeram disto do estatuto da carreira docente cavalos de batalha como se estes dois assuntos fossem o verdadeiro mal e o fim do sistema educativo.

Infelizmente, os verdadeiros males do sistema educativo continuam por resolver. Nesses não há governo que lhes toque ou professores a fazerem manifestações. O governo só mexe naquilo que lhe pode trazer benefícios económicos ou melhoria das estatísticas, independentemente da realidade dos factos. Do lado dos professores, apenas houve e há manifestações quando lhes alteram o status quo do seu modus operandi. Em suma, ambos só são capazes de se mexerem quando lhes vão ao bolso.

Reparem que, nos programas, nos manuais (quer pelo preço quer pelo seu conteúdo), nos, por vezes, patéticos exames nacionais, na falta de segurança em alguns estabelecimentos de ensino, nisto poucos falam e ninguém faz greves. Os sindicatos entram mudos e saem calados, fazendo apenas alarido mas mais nada. Mas percebe-se o porquê disto. Vejamos:

O governo não faz melhores programas porque assim consegue artificialmente melhorar algumas estatísticas partindo para a estupidificação dos alunos. Os Professores não falam porque também lhes é conveniente. Ao fim ao cabo, perante a falta de motivação dos alunos, os [Professores] que ainda vivem na ilusão de um ensino de qualidade, desmotivam e juntam-se aos outros para os quais ser Professor é apenas uma profissão como outra qualquer, importando apenas o cheque no final do mês.

Nos manuais, os jogos de interesses têm de ser cuidadosamente balanceados. Há que ter em conta que ,às editoras interessa o dinheiro da sua venda e, por conseguinte, interessa que os livros fiquem o mais barato possível, de modo a maximizar os lucros. O governo, esse, tem que lidar com o jogo de interesses das editoras. Os Professores estão divididos entre os que fazem bons manuais, os que fazem maus manuais (a quem pouco interessa que se mexam nestas coisas) e os que opinam sobre os manuais. Em todo o caso, a questão dos manuais pouco importa a alguém que se mexa. nela. Preferem todos manter as coisas como estão do que arriscar mudar para depois verem os seus interesses prejudicados.

Imagem retirada daqui.

E depois é claro que ainda entram os papás e as mamãs dos alunos. A estes, perdão, à maior parte destes, o que interessa é que o filho não chateie, não incomode e que passe de ano para depois se enfiar o petiz num estabelecimento de Ensino Superior donde sairão doutores e engenheiros de coisa nenhuma, prontos para irem para o desemprego ou emprego precário. Mas o que importa é que não incomodem.

Aliás, os problemas do ensino existem porque, essencialmente, ninguém está disposto a incomodar-se com os problemas dos outros. Afinal desde que os alunos passem, os salários sejam pagos sem grandes chatices e ninguém seja obrigado a dar o melhor de si (Professores, alunos e pais) está tudo satisfeito. O que importa é não haver incómodos.

Cavaco no seu melhor

Foto de Osvaldo Gago
 
Já sabíamos que tínhamos um Presidente da República birrento que, quando lhe tiram os chupa-chupas, vem para a TV fazer queixa à mamã e ao papá. Também já sabíamos que o Senhor Presidente gosta muito de falar para as objectivas e falar muito mas dizer muito pouco, especialmente coisas úteis.

Durante a campanha eleitoral, ficamos deslumbrados com os mexericos de bastidores usados pelo PSD para sacar mais uns votos. Mais tarde soube-se que afinal o problema começou todo na residência oficial da Presidência da República e que Cavaco demorou muito até perceber que alguém tinha de ser demitido.

Mais recentemente, tivemos a conformação de que Cavaco acha que é Rei de Portugal e não Presidente e que tem sérios problemas em saber onde acaba a sua família e onde começam as suas funções oficiais.

A última novidade vinda daqueles lados, foi o país ter descoberto que tem um Presidente da República que é capaz de por de lado os seus valores, concorde-se ou não com eles, só para não ter que ser forçado a assinar um papel. No casamento entre pessoas do mesmo sexo, depois de ter estado ao lado do Papa e deste ter-se imiscuído nos assuntos internos do país enquanto Chefe de Estado (foi nessa qualidade que ele veio a Portugal), Cavaco ignora o que o seu chefinho diz, ignora os seus valores e tudo aquilo que disse acerca disso, inventando a patética desculpa de que tem que assinar a lei por causa da crise... Começo a perceber porque Católicos andam tão preocupados com a falta de valores. De facto, se se olharem ao espelho muitas vezes são capazes de ficarem com essa ideia. Pena que ninguém lhes diga que os espelhos apenas dão os nossos próprios reflexos e que, portanto, a falta de valores não é da sociedade mas sim do mundo Católico que os apregoa e não os pratica.

Enfim, por último, a propósito do funeral de José Saramago, tivemos a confirmação de que Cavaco não bem o que é ser Presidente da República e a que é que está obrigado a fazer por protocolo ou por Lei. Num funeral de estado, Cavaco, Presidente da República, órgão máximo do Estado Português tem de lá estar a marcar passo, quer goste ou não. Mais uma vez, este senhor que ocupa o referido lugar, insiste em não saber onde acaba a sua vida pessoal e as suas patéticas quezílias pessoais e onde começa a sua Presidência.

Goste-se ou não daquilo que Saramago escrevia, concorde-se ou não com o que ele dizia, a partir do momento que se marca um funeral de Estado, há que cumprir com o protocolo que é para isso, na pior das hipóteses, que os Portugueses lhe pagam o salário; para representar o Estado e o Povo Português e não para convidar Papas e tirar fotos com a família Silva.

É uma pena que ainda haja alguém que acha que Cavaco é competente seja par ao que for. Talvez no passado possam ter razões para ter pensado isso. Eu nunca o achei e agora é dolorosamente óbvio que Aníbal Cavaco Silva já está fora do seu tempo e que nunca deveria ter sido eleito Presidente da República. Esperemos que haja juízo do Zé Povinho que vota e que nas próximas eleições escolham outro. Pior não é possível por isso já digo que qualquer um serve para o lugar. Pior não conseguirá fazer.

Pois claro... Não podia ser de outra maneira...

Porto com o troço de SCUT mais caro por quilómetro - JN

O que me surpreende é ainda fazer-se noticia disto como se algo de espantoso se tratasse. Já toda a gente sabe que o Porto paga os luxos de Lisboa. E quem diz o Porto diz o resto do país fora da região de Lisboa e Vale do Tejo.

O pior disto tudo é que ninguém reage aos constantes ataques que aquela gentinha pequenina da capital deste matagal à beira-mar plantado faz ao Porto e região Norte.

 - Bragança continua a não ter auto-estrada. Se bem que lhe construíram um aeródromo para ir não sei bem para onde... Lisboa talvez.

 - A Linha do Tua está cada vez mais sem carris apesar das aldrabices... perdão promessas ditas na TV e restante comunicação social.

 - O aeroporto do Porto vai ter que pagar o aeroporto de Lisboa. 

 - Os transportes públicos no Porto são bem mais caros do que em Lisboa, com particular ênfase no Metro.

Por isto não percebo mesmo qual o espanto em termos as portagens mais caras (mais do dobro) do que aquilo que deviam ser.

Music for the soul - part 3

Diz o roto ao descosido


Nunca me deixo de maravilhar com a capacidade para a hipocrisia e aldrabice descarada dos membros da Igreja Católica. O Cardeal Patriarca critica a falta de ética na política, como nos diz a notícia do Jornal de Notícias. 

Agora pergunto eu o seguinte: e os casos de pedofilia encobertos e renegados para o esquecimento durante décadas e os mais recentes são o quê? Exemplo de ética a seguir? E os Padres que andam por aí a fazer filhinhos à tudo que é beata ou que o tentam fazer a tudo que é beato pela calada da noite? E os que fogem com rapariguinhas de 18-19 anos para casarem depois de anos de relacionamento?

Esta gente devia pensar antes de abrir a boca. É que, ultimamente, parece que só a abrem para comer, beber, entrar mosca ou sair... bem, dejectos. 

É triste ver que, os que deviam dar o exemplo, são os primeiros a seguir a velha máxima do "olha para o que eu digo e não para o que eu faço". Depois ficam todos admirados por não haver respeito por nada nem ninguém. Pudera, com exemplos de cima como estes...

Famílias cortam no 'super' e farmácia, não em telemóveis - Bolsa - DN

Famílias cortam no 'super' e farmácia, não em telemóveis - Bolsa - DN

Com um povo assim espera-se o quê dos políticos? Que cortem nos seus salários? Ainda outro dia me contavam uma história surreal. Uma senhora que dizia que não tinha dinheiro para comprar comida para os filhos mas, pasmem-se (ou então não), adivinhem agora onde estava ela a dizer isto à pessoa que, depois, me relatou o sucedido... No msn. Moral da história, não há dinheiro para comprar comida mas houve para pagar a internet.

Se me conseguirem explicar a lógica desta coisa...

Já agora expliquem-me outra coisa. Como raio andamos nós a pagar as favas e os desvarios das agência de ratings quando somos um dos países da OCDE cuja economia mais cresceu nos últimos trimestres?

Reblogagem: "Os tempos estão de Direita"


Imagem retirada daqui.

Porque achei o artigo extremamente interessante e porque acho que se assiste hoje a um branqueamento constante das lutas sindicais, de classe, etc e tal do século XX, decidi deixar aqui o link para o post de Miguel Vale de Almeida. Recomendo a todos que o leiam pois vale a pena.

Deixo aqui ainda o comentário que lá deixei porque acho que resume bem o que se passa.

Um excelente texto.

É, de facto, assustador como a direita, sobretudo a extrema-direita, tem crescido na Europa e mesmo cá dentro. As campanhas de ataques aos direitos sociais (Welfare State) criados nos países ocidentais no século anterior como resposta aos “comunismos” do bloco de leste estão agora a ser desmantelados. Desde o fim do comunismo enquanto regime que a “direita” se tem vindo a desligar da social-democracia, regredindo para um capitalismo semelhante ao do inicio do século XX antes das lutas dos movimentos sindicais.

Devíamos estar todos preocupados com isto mas, infelizmente, alimenta-se o povo com futebol e coisas insignificantes.

Back from the grave...

Entre feriado, trabalho e umas mudanças de rotina estou de volta. Como não estou com grande inspiração para falar no que tenho por aqui agendado deixo uma musiquinha. 
Desculpas aos leitores que comentaram e que só hoje viram aprovados os seus comentários.

As orações

 

O casamento Cristão explicado

Já pus isto aqui antes mas decidi fazer um apanhado destas coisas. Antes tenho de dizer que lamento mas o vídeo está em Inglês. Tentarei fazer um apanhado mais adiante.

Utopias do futuro...

Gene Roddenberry, um ex-policia de Los Angeles, sonhou uma vez com um futuro melhor e criou uma série, O Caminho das Estrelas (Star Trek), baseada numa sociedade futurista utópica onde a humanidade deixou a inveja e ganância para trás, trabalhando agora numa demanda por se melhorar a si própria.

No estado em que estamos, com toda a situação económica mundial e Portuguesa em particular, penso que é bom sonharmos e lembrarmo-nos que o futuro pode ser melhor.

Blind Guardian - The Curse of Fëanor

Também inspirado nas obras de Tolkien, os Blind Guardian criaram este album inteiramente dedicado a elas. Esta música é sobre a história de Fëanor.

O juramento de Fëanor - The Lays of Beleriand

Mais uma curiosidade do universo Tolkieniano feito por um dos inúmeros fãs das obras deste fantástico escritor.

Para saberem mais cliquem aqui.

Mais impostos: sim ou não, eis a questão!

Estava a "folhear" a edição online do Público quando me deparo com a noticia de que Sócrates não se compromete com mais aumentos de impostos ainda este ano

De tal maneira fiquei chocado que a vista se me desfocou por uns segundos e tive que reler aquilo para ver tinha lido bem. Infelizmente tinha. 

O que me pergunto agora, é se esta gente que nos [des]governa tem a sua massa cinzenta perfeitamente obstruída com... Pois, é melhor não dizer. Disse-o aqui e volto a dizer. Num país onde os salários são maioritariamente baixos, onde os salários médios e altos estão na função pública e nuns quantos (poucos) quadros superiores de algumas empresas privadas, faz sentido aumentar os impostos? É óbvio que não e só alguém perfeitamente embrutecido intelectualmente pode pensar que as soluções para o país passam por estas medidas. PS e PSD fizeram asneiras consecutivas de cumulativas desde o tempo dos grandes e maus investimentos de Cavaco até às novas megalomanias de Sócrates. Agora, com a corda ao pescoço e comprometidos com tantos tentam que sejam as gentes não comprometidas a fazer o esforço.

O resultado da subida de impostos só trará ainda mais crise para o futuro. Subir impostos a quem pouco dinheiro tem só agravará a sua situação ao ponto que se pode tornar insustentável viverem sem apoios dos estado. É um caso da célebre pescadinha de rabo na boca. Tira-se de um lado mas terá que se dar por outro ou então condenar as pessoas a um estado de pobreza extrema. Por outro lado subir impostos a uma classe média totalmente já desfalcada e diminuta ou que é parte do problema, ou seja, a função pública, também não resolverá a crise. A classe média é a classe do consumo das massas. Se lhes tiram o dinheiro eles deixam de comprar. Se deixam de comprar as empresas não vendem... e por aí fora. Conclusão estamos como o caso do barco que tem cinco furos no chão e o tripulante só tem membros para tapar quatro. Enquanto vai saltando de buraco em buraco para impedir que a água entre por um, rapidamente a água passará a entrar por outro. É o tapa e destapa e o problema mantém-se; o barco continua a afundar.

Portugal, parece-me cada vez mais estar numa situação semelhante. O que importava fazer não se faz pois tal implica mexer em interesses instalados contra os quais ainda não apareceu nenhum Cristo com coragem para os enfrentar. Enquanto isso vamos afundando lentamente. 

Outro dia, em conversa disse que chegará o dia que compensará mais estar em casa sem receber/trabalhar do que andar a trabalhar. Porquê? Simples. Se no trabalho se ganha 100 e desses 100 o estado come 60 e os restantes 40 vão para transportes e afins, então chega-se ao fim do mês sem dinheiro. Entre trabalhar para pagar impostos, e nada nos ficar, e não trabalhar mais vale estar quieto em casa calmamente apodrecendo.

Mas pronto, nos entretantos, não nos resta mais senão rir quando alguém anuncia que se vai cortar 5,3% no orçamento do parlamento.

A time to...


There is an appointed time for everything. And there is a time for every event under heaven:

A time to give birth, and a time to die; A time to plant, and a time to uproot what is planted.
A time to kill, and a time to heal; A time to tear down, and a time to build up.
A time to weep, and a time to laugh; A time to mourn, and a time to dance.
A time to throw stones, and a time to gather stones; A time to embrace, and a time to shun embracing.
A time to search, and a time to give up as lost; A time to keep, and a time to throw away.
A time to tear apart, and a time to sew together; A time to be silent, and a time to speak.
A time to love, and a time to hate; A time for war, and a time for peace.

Eclesiastes 3:1-8

Para quem precisar aqui está uma tradução.

Ah pois e tal e coisa

Disto e da moralidade respectiva, os eternos moralistas católicos não falam. Não pedem referendos. Não insultam. Encolhem os ombros e lamentam, "Pobre rapariga... Um pai assim." Gostava de ver a mesma força com que insultam e querem impedir outros de prosseguirem a sua felicidade, na condenação destes casos e dos outros e mais outros.

Pai suspeito de violar as duas filhas surdas - JN
Surda violada pelo pai relata vida de horrores - JN

Para se continuar em beleza só falta algum desses vir dizer que a culpa disto também é dos... outros... Tal como fez um senhor com relativa importância na Igreja Católica.

Dúvidas existênciais...



Expliquem-me uma coisa como se eu fosse muito burro mesmo... Caso contrário corro o risco de não perceber mesmo.

Portugal enfrenta um dos mais violentos ataques à sua integridade enquanto país soberano por entidades de aquém e além mar que insistem em fazer do nosso país um meio para terem mais uns milhões no final do ano. Isto porque, conforme tenho lido, Portugal, com um crescimento de 1% do PIB, por muito irrisório que este seja, supera TODOS os países da UE, EUA e Canada até agora; o nosso nível de endividamento está ao mesmo nível do da França e Alemanha e melhor que Itália. O nosso deficit é menor que Espanha, Grécia, Irlanda e, maravilhem-se, Reino Unido. No entanto, nós somos o alvo. enquanto outros vão passando ao lado sem sequer serem falados. Note-se para a situação no Reino Unido e o drama que lá se vive e veja-se bem quem, se calhar, terá mais probabilidades de ir ao fundo.

Para além destes ataques externos e devido a eles, o nosso governo opta por ir buscar receita a quem já está completamente sugadinho até ao tutano. Opta por implementar medidas que só prejudicarão o país e os seus habitantes no longo prazo. Opta por "atacar" o deficit pondo o fardo nos ombros de quem nada fez para que se chegasse ao ponto que se chegou.

Inversamente, recusa-se, o governo, a cortar nos seus próprios gastos exorbitantes e perfeitamente supérfluos. Opta por obras, as quais necessitam de consenso transfronteiriço, o qual neste momento é, no mínimo, duvidoso.

A juntar a isto ainda temos toda a panóplia de problemas antigos que ainda estão por resolver. O caos da educação e justiça, o eterno problema do (des)funcionalismo público, os problemas orçamentais relativos ao SNS e fundos para as reformas, os impostos que eram temporários e continuam, a falta de dinamismo económico do país... e podia continuar.

Posto isto, e vem então agora a pergunta, perante este panorama caótico, porque insistem aqueles que dizem que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é (era) prioritário em falar nele? Porque se insiste em falar de algo que já está resolvido partindo para o insulto ao desbarato?

Se querem falar de coisas acessórias, porque não falam antes dos casos de pedofilia na Igreja com os mesmos valores que exigem que se cumpram quando se fala de homossexualidade? Ou ainda, dos problemas que leva aos constantes divórcios? Se estão verdadeiramente preocupados com os problemas "morais" e usam as questões religiosas para defenderem os seus próprios preconceitos, então porque não iniciam, também uma luta contra o divórcio? Afinal, tal coisa também é contra os preceitos da Santa Igreja de Roma.

Mas a questão essencial é mesmo, porque raio, depois de estar já aprovado o casamento se continua a massacrar tudo e todos com esta questão quando há coisas mais importantes e que dizem respeito a toda a sociedade independentemente de quem levam para a sua cama? Será que ficaram todos cegos ou será apenas mais o eterno problema da inveja típica Portuguesa?


Antes de terminar, partilho um momento linguístico com os meus leitores. A tradução correcta para gay é alegre e não maricas como alguém disse que era. Afim de descrever um homem homossexual, gay, será igual em português visto que não temos palavra semelhante. Em todo o caso, gay em inglês refere-se não só a homens homossexuais mas também a mulheres homossexuais. Por isso, nunca seria maricas.

Maricas em inglês será fag ou faggot se se quiser fazer referência à orientação sexual do homem em questão. Já agora, fag também quer dizer cigarro ou então estar cansado depois dum trabalho. Caso maricas seja no sentido de fraqueza/falta de coragem, a tradução correcta será sissy ou pussy. Ah, lobby tem dois "b".