Ontem, no Jornal da Tarde da RTP1, passou uma reportagem sobre as dificuldades de algumas famílias da classe média. Deu-se como exemplo a família Paiva, se não estou em erro no nome. Também, se não ouvi mal, os rendimentos daquela família rondam os 900€. Disse a jornalista que só com despesas da prestação da casa era 800€. Mas os valores em causa são secundários. A questão que eu quero focar aqui é a maneira como as pessoas gastam o dinheiro e depois queixam-se que passam dificuldades.
Bem, reparei eu que a dita família, que se encontra em dificuldades tinha uma box qualquer de televisão por cabo, o filho tinha um telemóvel não propriamente daqueles baratos... Quer dizer... Quem passa por dificuldades tem de saber gerir o seu orçamento e saber o que é ou não importante.
Eu não quero tecer comentários específicos sobre esta família em particular mas sim, com isto, extrapolar para o que se passa no país. As pessoas gastam em coisas supérfluas e não largam os vícios nem quando estão com problemas. Isto prende-se com a eterna questão dos portugueses adorarem mostrar aos vizinhos que são melhores que eles. Internet, telemóvel, televisão, todas estas coisas são acessórios e só os tem quem pode e não quem quer. Não me venham com a história de que não se vive sem Internet ou telemóvel. Conheço muita gente que vive sem o primeiro e quanto ao segundo, meus amigos, eu tenho 28 anos e durante, pelo menos, metade deles vivi sem isso. Há quem tenha vivido mais tempo sem esses aparelhos. Nunca se deixou nada por fazer por se abdicar disto. Televisão? Comprem um livro que vos dá para mais tempo e é bem mais interessante do que a palhaçada que hoje passam nos nossos canais.
Enquanto as pessoas não souberem viver de acordo com os seus rendimentos e necessidades teremos casos destes. Passam dificuldades mas não abdicam do que é inútil. Já o disse antes mas estes casos trazem-me sempre à memória o caso da outra que se queixava que não tinha comida para os filhos e que estava sem dinheiro mas, note-se bem, dizia isto através do MSN Messenger. Não tinha para comida mas tinha para a porcaria da Internet.
Conclusão, com um povo assim, espera-se que os políticos façam diferente? Obviamente que não. Talvez fosse boa altura para povo e governo perceberem o significado de "quem não tem dinheiro não tem vícios". Enquanto formos pobres a viver como ricos andaremos sempre no mesmo. Pena tenho é que este post não diga absolutamente nada de novo e, perante o estado que estamos, ainda se consiga ter motivo para repetir esta lengalenga.
2 comments:
A televisão e as novas tecnologias são os grandes entraves para a vida fora de portas, para a conversa, a leitura...eu praticamente não vejo tv. é no tempo que dedicaria a isso que desenho , pinto ou leio. fico em paz comigo e não com uma crise de ansiedade e dificuldade em dormir sempre que vejo as desgraças que pululam por este mundo e que me entram pela casa adentro...
e com isto quero dizer que concordo com o teu post.
bjinho
Olá Em@!
Eu também já pouca TV vejo. É perda de tempo.
Bjnh.
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