Receita para o Estado mas não para os consumidores?



Esta coisa da vinda do FMI e/ou FEEF sempre me fez muita confusão por muitos e variados motivos. O mais básico é o facto de estes senhores não virem cá ajudar ninguém a não ser eles próprios. Eles vêm cá com o único propósito de arrecadar mais uns milhões em juros. Os seus investidores assim o exigem e como estes investidores até estão com problemas de liquidez uns dinheiritos a mais até que dão jeito. 

Mas, juros à parte, o que mais surpreende nisto tudo é o facto de se vir sugerir que se salve uma divida fazendo outra. Repare-se que se anda (ou andou já que agora não se tem, misteriosamente, falado nisso) a chamar de burros às pessoas e famílias que contraem empréstimos para cobrir outros empréstimos. Não é a solução, diz-se. Não é incorrendo em mais dívida que se resolvem as coisas. A solução passa, primeiramente, por uma renegociação dos empréstimos. Faz lógica não é? Então expliquem-me uma coisa... Se faz sentido para nós, "estúpidos" cidadãos, porque não faz sentido para o Estado? Então chama-se "burro e estúpido" a quem faz um empréstimo para cobrir outro empréstimo e, ao Estado, propõe-se que faça um empréstimo para cobrir as suas dívidas? 

Será que sou eu que estou a perder um qualquer pormenor no meio disto tudo?

No comments: