Cedo para festejar


Hoje foi aprovado na Assembleia da República o acesso ao Casamento por parte de pessoas do mesmo sexo. Muita festa se viu logo em seguida à sua aprovação. Contudo, penso que é ainda cedo demais para tamanha celebração. Ainda falta ver o que o Presidente Cavaco Silva irá fazer. Depois já é preciso contar com as jogadas de secretaria do PSD que, com mau perder e não conseguindo disfarçar a sua homofobia e aproveitando ainda para fazer jogo político, disse já tencionar pedir parecer ao Tribunal Constitucional.

Para quem pensa que isto é o fim da "guerra" desenganem-se. Isto foi só a primeira batalha.

Em todo o caso, Portugal junta-se à África do Sul, Bélgica, Canada, Espanha, Holanda, Noruega, Suécia e ainda ao Distrito Federal no México e a cinco Estados dos Estados Unidos da América (Conneticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire e Vermont) mais o District Columbia. Como nada de mal aconteceu em nenhum destes países prevejo que os profetas da desgraça e defensores sabe-se lá de que moralidade e costumes tenham que, em breve, começar a assobiar para o lado por forma a não serem descredibilizados ainda mais nas suas homofobias latentes.

Já ouvi também alguns a falar de que o próximo passo é adopção. Aí deixo dois avisos. Um que é o que disse inicialmente, cuidado que isto ainda não acabou. O segundo é que, talvez fosse bom deixar a sociedade amadurecer. Pensem que, se gays e lésbicas são discriminados ainda como são, o que não acontecerá a uma criança que esteja a ser educada e criada por dois pais ou duas mães. É daqueles casos que, é bom deixarmos os egoísmos de parte e pensarmos no bem delas. Não me confundam, contudo o alcance destas palavras. Não estou a dizer que as crianças sairão prejudicas se forem educadas por homossexuais nem tão pouco quero dizer que estes últimos são inaptos a educarem crianças. Quero apenas dizer que, sendo a sociedade portuguesa a mesquinhez que é, talvez fosse bom parar para pensar.

1 comment:

Em@ said...

Plenamente de acordo, Elenáro.
Foi dado um passo, mas ainda há muito caminho para andar.
Beijinho