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De facto a situação do país não é boa. Depois de Cavaco ter esbanjado dinheiro em obras públicas, muitas delas desnecessárias ou simplesmente de má qualidade, Portugal entrou em crise. Entrou porque quem veio a seguir reparou que já poucos sitios tinha para fazer autoestradas e CCBs. Ainda houve a Expo 98 para concluir e depois ainda se conseguiu desencantar o Euro 2004. Pelo caminho houve ainda Porto Capital Europeia da Cultura onde se conseguiu fazer uma linda barraca para a música por 111,2 milhões de euros (o projecto inicial era de 32 milhões).
Hoje há um pobre desgraçado no governo que bem tenta arranjar obra para fazer. Lá conseguiu arranjar justificação para um novo aeroporto para a capital, o TGV com ligação directa a toda a santa aldeia deste país e, como cereja em cima do bolo, uma nova travessia sobre o Tejo. O problema disto tudo é que lhe deram cabo do esquema. Transversalmente, a crise financeira, o fim dos fundos para a região de Lisboa e Vale do Tejo e a diminuição dos fundos para o resto do país, a juntar à necessidade de cortar na despesa, todos estes projectos ficaram ou na gaveta ou vão sendo feitos em passos muito pequeninos. Tipo a barragem do Alqueva que tem um projecto que prevê a conclusão de todas as obras da dita e outras a ela associadas num prazo de (o leitor deverá estar sentado neste momento pois eu não me responsabilizo por danos na coluna vertebral em caso de queda) 100 anos!
É sempre bom e refrescante saber que os nossos políticos e empresários conseguem pensar a longo prazo ao invés do que têm feito até então. Contudo, considerando que em 100 anos o clima, populações, etc e tal e coisa, podem mudar drasticamente, pergunto se 100 anos para barragem e sistema de irrigação não será um pouco tempo a mais...
Mas adiante e voltando ao assunto. Com tamanha lentidão pouco há a fazer no país para mostrar obra por forma a subir nas sondagens. O problema ainda é maior em Portugal. É que a economia insiste em não entrar em recessão e continua a teimar em crescer, devagar, mas a crescer. Ainda pior para o país foi a recente subida nas exportações e a ligeira descida na taxa de desemprego. É pá, um país assim não dá para governar. Percebe-se agora o desnorte de José Sócrates e Pedro Passos Coelho.
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Não podem fazer obra e o país aguenta-se sem eles fazerem nada por isso... Aliás, o país aguenta-se com eles a fazerem tudo para que não se aguente. De facto, Portugal está mal. Mal para os políticos que andam sem saber o que fazer pois parece que perderam o controlo das estatísticas, para os jornalistas que andam sem saber que desgraças anunciar, para os comentadores que não sabem bem de quem hão-de dizer mal e finalmente para todos aqueles que vivem da desgraça dos outros.
Realmente, a situação não poderia estar pior.
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2 comments:
Boa tarde, Elenáro.
De momento aoenas para dizer que, apesar de ter estado alheado dos comentários não deixei de visitar os blogues que mais me interessam. O "Desvarios" é um deles, como sabes.
Análises atentas a que fazes.
A crise é uma filha longínqua da riqueza. Todos teríamos a ganhar se o entendêssemos e lidássemos com a fartura como a mãe da crise e da pobreza. Talvez assim conseguíssemos o equilíbrio indispensável ao bem viver. Em família ou fora dela.
Abraço
Obrigado, jad. :) Sabes que os teus comentários são sempre bem-vindos independentemente de quando os faças.
Concordo com o que dizes em relação à crise ser filha longínqua da riqueza.
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