Pedro Passos Coelho e o futuro.




Agora que Pedro Passos Coelho ganhou as eleições importa que pacifique o partido e, sobretudo, que não entre em tendências populistas como outros candidatos o fizeram.

O trabalho que terá pela frente até às próximas eleições não será fácil pois terá de enfrentar dois grandes adversários, Sócrates que se encontra no poder e como tal detém o "high ground" e os adversários internos que, à semelhança do que se passou antes com outros farão de tudo para o fazer cair.

Terá também de provar que é capaz de fazer melhor que José Sócrates. Para isto não bastará, infelizmente, um bom plano eleitoral. As propostas terão de ser sérias e a melhor estratégia será a de falar a verdade ao país, por forma a ganhar a sua confiança. Pedro Passos Coelho, também não poderá tentar ganhar eleições pelo continuo desgaste do governo e do seu líder, José Sócrates. Terá de fazer para ser poder, demonstrando que é capaz de liderar e unir um partido desfeito por mais de uma década de guerras e guerrilhas internas.

No entanto, tudo isto terá de ser feito numa base de seriedade sem populismos demagógicos, incitamentos a ódios ou jogadas de secretaria. Governo que consiga derrubar José Sócrates por estes motivos, terá vida tão curta como teve o de Durão Barroso. O próximo governo terá de chegar ao poder por força dos seus argumentos. Por isso, PPC terá a difícil tarefa de os elaborar e apresentar com clareza suficiente.

Infelizmente, temo que Pedro Passos Coelho não chegue lá por uma razão ou por outra. No entanto, pela primeira vez desde há muito tempo, ter-se-á a oportunidade de forçar José Sócrates a governar sem determinados tiques. Resta ver quanto tempo isto durará. Vindo do partido que vem, a esperança poderá ser sol de pouca dura.

Para além disto tudo também será importante o contexto em que ocorram as novas eleições. Pedro Passos Coelho só terá vantagem se fizer cair agora o governo. Se se deixar arrastar até às próximas eleições irá sofrer o desgaste disso mesmo o qual poderá ser pior que o de Sócrates, como a história recente bem o prova.

Outra coisa a considerar é contra quem é que PPC vai concorrer. Aqui, concorrer contra Sócrates será tanto vantajoso como prejudicial. Vantajoso pois pode assim melhor aproveitar o descontentamento da opinião pública em relação ao PM e prejudicial pois Sócrates é um hábil orador e já provou que, mesmo face à adversidade, consegue trazer votos suficientes a si mesmo para continuar no cargo. Repare-se que a PPC não interessa ir a eleições para, depois, ser líder na oposição. Caso isso acontecesse, teria ou seria forçado a abandonar o cargo de líder do PSD.

Caso PPC não concorra contra Sócrates, aqui tudo poderá acontecer e tudo dependerá de quem seja o candidato do PS.

Conclusão, se bem que se possa ter, finalmente, achado um candidato do PSD capaz de desafiar Sócrates na liderança dos destinos do país, é ainda cedo demais para sequer se poder dizer que este será o próximo candidato a Primeiro-Ministro.

1 comment:

Em@ said...

Ai, Elenáro, anda tudo iludido com a boa pinta do PPC.
Farinha do mesmo saco...