Opinião - Jornal de Notícias
Que mais dizer? Com ou sem razão, Mário Crespo, exagerou na reacção. Se tinha tanta razão deixava que se investigasse o caso, como se acabou por fazer. Quando se chegasse a uma conclusão teria a oportunidade de comprovar se, de facto, o JN queria apenas fazer prova do teor do artigo ou se o queria mesmo censurar. Como não fez isto, agora é tudo suspeita.
Suspeita-se das verdadeiras intenções de Mário Crespo. Suspeita-se da veracidade do conteúdo, embora que com os vários intervenientes da SIC a confirmarem (mais ou menos) o que Crespo disse se suspeite menos. Suspeita-se do Primeiro-Ministro. Suspeita-se do governo. Suspeita-se do JN. Enfim suspeita-se de tudo e todos e agora que a bolha explodiu e os "visados" foram alertados para isto tudo, facilmente esconderão qualquer prova do que se passou e tudo ficará apenas no boato e suspeição.
Falam-me do bom nome de Mário Crespo e da sua palavra. Pois, para mim o senhor é um cidadão como outro qualquer na sociedade portuguesa. Neste género de assuntos, ponho tanta confiança nele e na sua palavra como poria em qualquer outro cidadão, conhecido ou não. Ele não é mais do que ninguém para se considerar que não comete erros, não se engana e que não é enganado. Ele, ao contrário do que se quer fazer parecer, não é dono da verdade só por ser jornalista.
Pior ainda, mesmo com o apoio dos amigos jornalistas, Mário Crespo não se baseia na conversa dos visados com Nuno Santos e Bárbara Guimarães mas antes num email, de "alguém" (que não se sabe quem é) que diz que ouviu na mesa ao lado da sua onde estavam os membros do governo referidos, dizer isto e aquilo sobre ele.
Proponho um exercício ao leitor. Retire os nomes Mário Crespo e os outros conhecidos e nos seus lugares ponha Alfonsio da Natividade e outros nomes assim. Que credibilidade punha o leitor numa história contada assim? Quando o nome das pessoas passa a valer independentemente da realidade dos factos o assunto é sério e em Portugal, temos a eterna mania de pensar que há intocáveis ou donos da verdade. O problema é muitos, incluindo os próprios, passam a acreditar nestes mitos. Depois é o que se vê.
Posto isto, apenas resta dizer que quem perde é o país. Perde o país porque a ser verdade o que se relata, os culpados não serão trazidos à justiça. Perde o país porque agora se pôs em causa a palavra de um jornalista e um jornal. Perde o país porque se deu mais uma estocada na já débil democracia portuguesa. Mas também, em boa verdade, esta senhora já levou tanta pancada que já nem sentir deve. Nada de estranhar num país com tanta mulher a sofrer violência doméstica. O que é mais uma, e uma que é mulher apenas em sentido figurado? Não é nada.
E já agora, dizem que agora vai ser Medina Carreira o próximo alvo. O senhor já reagiu como o senhor que é e que Mário Crespo se calhar gostaria de ser.
"Quem me quiser resolver que resolva. Não devo nada a ninguém." "Acha que isto tem alguma grandeza? Que podemos andar como Vascos Santanas no estado em que o País está?"
2 comments:
"(...) uma estocada na já débil democracia portuguesa. (...)"
A democracia nunca existiu, não existe e, com o rumo que o mundo tomou jamais existirá. Utopias.
Eu até compreendo o Mário, surgiu fumo pró' lado dele e ele artilhou-se com tdas as defesas possíveis que considerou ter. Agora se a história é verdade ou não também me interessa.
Se lhe acontecer como a Moura Guedes, talvez valha a pena ter o trabalho de ter opinião.
"(...) uma estocada na já débil democracia portuguesa. (...)"
A democracia nunca existiu, não existe e, com o rumo que o mundo tomou jamais existirá. Utopias.
Eu até compreendo o Mário, surgiu fumo pró' lado dele e ele artilhou-se com tdas as defesas possíveis que considerou ter. Agora se a história é verdade ou não também me interessa.
Se lhe acontecer como a Moura Guedes, talvez valha a pena ter o trabalho de ter opinião.
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