Notícia no ionline
Notícia no JN
Não podia deixar de comentar este caso.
Muito me alegra ver duas coisas:
1- A justiça a funcionar;
2- Ver que há ainda quem tenha coragem para por tento na língua aos portugueses e que já nem tudo pode ser dito.
No entanto, preocupam-me outras duas coisas:
1- A desproporção da decisão do tribunal face ao que foi dito pelo encarregado de educação. Se não se pode chamar incompetente a alguém, com ou sem razão, mas no entender de cada um, então o país está tramado e, certamente, que não tardarão a aparecerem processos de políticos contra o cidadão comum que os insulta todos os dias.
2- Leia-se o quadro clínico: "um quadro clínico de acidente vascular cerebral, acompanhado de síndrome depressivo grave, com oclusão da vista esquerda, com risco de cegueira". Eu não sou médico mas, perdoem-me a franqueza, meia dúzia de bitaites de um único senhor desencadeiam este panorama catastrófico médico? Sou eu o único a quem isto provoca estranheza? Uma professora com 20 anos de serviço que, quando injuriada, fica em tal estado de stress e ansiedade que lhe provoca um acidente vascular cerebral? Honestamente, fico com as maiores dúvidas a seriedade desta decisão.
Em suma, é bom que se comece a mostrar as pessoas que o insulto ao desbarato não é aceitável mas também é bom que haja um pouco de bom senso na análise das situações. Neste caso, desconhecendo a Professora e o teor exacto da conversa entre os dois, digo que para quem tem já tanto calo no ensino e se foram mesmo apenas as coisas transcritas nas notícias acima citadas, então não sei como aguentava ainda a senhora dar aulas com os actuais comportamentos dos alunos. Sim porque tenho a certeza que os alunos já lhe fizeram e disseram (e se calhar dizem) pior e ela nunca se queixou em tribunal disso lhe ter provocado mazelas na saúde. Terá sido do tipo de relações sociais ali em jogo? Se calhar isso deve ter tido algum peso. Ao fim e ao cabo sempre é mais fácil rebaixar uma criança que um adulto, especialmente um encarregado de educação de um dos nossos alunos.
Sem querer por em causa a decisão base do juiz em condenar o cavalheiro em questão e também não pondo em causa, totalmente, a parte da noticia que revela que por causa de dois ou três bitaites a Senhora Professora tenha entrado em tal fragilidade física e psicológica, atrevo-me a dizer que algo aqui cheira a esturro. Pode ser apenas a qualidade das noticias em causa que deixam os factos pela metade mas não consigo acreditar na sequência de eventos relatada sem ficar com pulgas atrás da orelha.
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