Bem, ao seu bom estilo, Cavaco Silva veio à televisão fazer birra e, sobretudo, fazer perder tempo ao país para dizer que vai fazer aquilo a que é obrigado a fazer legalmente. Se não agora, então mais tarde.
Gostei particularmente da justificação de que, é por causa da crise que não devolve o diploma à Assembleia da República. Estas demagogias baratas de quem, pelos vistos, já não sabe mais o que fazer no cargo que ocupa, não deixam de ter o seu quê de piada.
Interessante foi a questão base que, pelos vistos, motiva o Presidente da República: o problema não está nos direitos a conferir a uma união entre pessoas do mesmo sexo mas sim ao que lhe chamar. Sempre disse que, em Portugal, se consegue sempre discutir e falar do acessório e não do essencial. Esta farsa de tentar fazer de um problema de discriminação e direitos um problema de semântica é, no mínimo, demagógica.
Desconhecendo o que se passa por essa Europa e mundo fora, Cavaco Silva compara uniões civis as quais não são inteiramente semelhantes entre si. Pior, fala ele em ter problemas em chamar casamento em Portugal à união entre duas pessoas do mesmo sexo, partindo, logo de seguida, para nomear países onde, esses casamentos que se chamam outra coisa, são bem mais permissivos que a lei agora aprovada cá. Repare-se que, no Reino Unido e na Dinamarca, essa coisa que é casamento mas não se chama casamento dá direitos de adopção aos seus membros.
Então, se assim é, creio que, chamando ao casamento de pessoas do mesmo sexo, por exemplo, vrenhak, poder-se-ia fazer isso logo com a adopção inscrita na lei que Cavaco Silva a aprovaria sem hesitações.
Enfim, Cavaco, que até convidou um chefe de estado para vir a Portugal dizer que, o quanto mau é o casamento homossexual, perde-se nos seus raciocínios e dá um tiro no pé (mais outro aliás).
Esqueceu-se também de falar no Canada, EUA e Austrália. Com tanta comparação não falou também nos países que planeiam legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, chamando-lhe casamento. Para não variar, Cavaco continua esquecido e a falar apenas do que lhe interessa.
Conclusão, independentemente da perda de tempo que Cavaco habitua o país com as suas declarações onde muito fala mas nada diz, o essencial, que é o reconhecimento de uma realidade social garantindo-lhe os direitos (e, já agora, os deveres também), irá ser uma realidade dentro em breve. O que lhe chamam é o menos importante.
1 comment:
E que esperavas tu do presidente-mór da república das bananas?!!!....
Isto é como na rubrica da EuroNews "No Coments"
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