As medidas da "Troika" - Diário Económico

O Diário Económico teve acesso às medidas acordadas com a "Troika".
  • Acordo abre porta a subida dos bilhetes dos comboios
  • Equipas especiais de juízes para processos fiscais acima de um milhão de euros
  • Tabaco e automóveis com mais impostos
  • Empresas vão poder pagar menos por horas extraordinárias
  • Acordo impõe aumento da concorrência nas telecomunicações
  • Corte na despesa com Saúde chega a 550 milhões de euros
  • Bancos de horas negociados directamente com trabalhadores
  • "Falsos" trabalhadores independentes passam a ter apoio no desemprego
  • Subsídio de desemprego passa a ser declarado no IRS
  • ‘Troika' exige cortes na ADSE
  • Despedimento individual por justa causa vai ser ajustado
  • ‘Golden shares' do Estado são para eliminar até Julho
  • Taxas moderadoras aumentam e atingem mais portugueses
  • ‘Troika' quer incentivar arrendamento
  • Portugal tem mais tempo para cortar défice mas não evita dois anos de recessão
  • Novo aeroporto sem fundos públicos e TGV Lisboa-Porto suspenso
  • ‘Troika' quer aumentar IVA na factura da electricidade
  • Menos oito mil funcionários públicos por ano
  • Patrões descontam menos para a segurança social
  • Proprietários de casa serão penalizados com mais IMI
  • Mais cortes na Transtejo e no Metro de Lisboa colocam serviços em risco
  • BPN será vendido até Julho e não tem preço mínimo
  • Governo tem 12 mil milhões para injectar nos bancos
  • Desempregados só vão ter subsídio durante 18 meses
  • TAP, EDP e REN para privatizar na totalidade este ano
  • Redução de pessoal no Estado é para continuar
  • Pensões acima de 1.500 euros vão ser cortadas
  • Acordo não prevê redução de salários nem corte nos subsídios de férias e Natal
  • Troika cobre 100% das necessidades de financiamento em 2011
  • Objectivo do défice para 2011 fixado em 5,9%
  • CGD deve aumentar capital com recursos próprios
  • ‘Troika' quer definir critérios específicos para extensão de portarias
  • Eliminação de serviços gera poupança de 500 milhões
  • Empresas do Estado têm que poupar 515 milhões de euros
Agora digam-me se havia necessidade disto?... Digam-me também em que é que isto vai pôr os maiores esbanjadores e os responsáveis por a situação em que estamos ao nível do Estado no lugar? O que eu vejo nestas medidas é os responsáveis pela crise financeira a serem recompensados e os responsáveis pelas finanças do Estado a continuarem com a sua vida como se nada fosse. Quem vai pagar os erros serão os mesmos do costume e aqueles que já pagaram até agora o pouco que se fez. 

As poucas medidas positivas que aparecem por ali, aparecem como esmola ao pobre e não como soluções. No final, ainda fico com uma certa ideia de que a "Troika" ou foi mal informada ou desconhece muito a realidade portuguesa.

Recibos verdes, IMI e mercado de arrendamento são alguns dos pontos em que as medidas da "Troika" são para um país que não Portugal. "Falsos" recibos verdes? Então se são falsos não se acabam com eles? Aumentar o IMI para dinamizar o mercado de arrendamento? Mas estes senhores sabem quanto ganha um português em média e quanto em média paga de renda por mês? Parece-me que não, senão saberiam que o problema não está no IMI. Já agora, expliquem como aumentar o IMI vai dinamizar o mercado de arrendamento? Estes senhores esperam que as pessoas vendam a casa por causa do IMI? E já agora se assim é, onde planeiam ir buscar o dinheiro e pessoas para comprarem as ainda mais casas à venda? 

Cada vez fico mais convencido que os economistas perderam o tino e não sabem bem o que fazem. Infelizmente, não só são eles pois se fossem já alguém se tinha lembrado de os pôr no devido lugar.

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