Decidi transformar um comentário que fiz no profblog em post. Eu sei que disse que não falaria aqui sobre isto mas achei que o assunto assim o merecia. Isto vem no seguimento da noticia da morte do professor que andava a ser vitima da indisciplina dos seus alunos. Podem ler a notícia aqui.
Bem, vejo mais uma vez que me dão razão a posteriori. Pena ser sempre com atraso. Logo no inicio falei sobre o facto do bullying não ser exclusivo dos alunos e por isso não ser exclusivo da adolescência...
O bullying existe noutras variantes. Criança para adulto, adulto para criança e ainda adulto para a adulto.
O caso noticiado agora é de criança para adulto, mais concretamente, de alunos para professor. Mas não se devem esquecer as outras vertentes.
De facto, há adultos que, por inseguranças ou deficiente desenvolvimento pessoal, continuam a praticar bullying. Fazem-no aos colegas de trabalho, à própria familia e, sobretudo, a quem não se consegue defender facilmente. Trago à baila de novo o caso da professora de Espinho. O que se passou na aula e o que aquela senhora disse foi de uma violência psicológica para com os seus alunos que nada mais foi que um caso de bullying. Também terá havido bullying da parte dos pais neste caso também.
Por isso, embora fique agradado por se começar a ver o bullying pelo que ele realmente é, lamento que só agora se perceba que isto não é só comportamento entre crianças. Porventura, o bullying entre crianças nada mais será do que um comportamento mimético do que elas vêem nos adultos... Pior, fazem-no porque também sabem que não sofrerão consequências.
Agora, o bullying nas crianças consegue-se resolver com atenção dos adultos. No caso de ser em ambiente escolar, requer a atenção de funcionários e professores e das respectivas direcções das escolas. Não se pode continuar a virar a cara para o lado e assobiar como me parece que aconteceu no caso noticiado do Leandro. É preciso agir nas alturas e agir com força e determinação. Não pode haver espaço para dúvidas.
Mas e o bullying entre adultos ou, contrariamente a este professor deste 9º B, o bullying de professores a alunos? Não será grave também? Querer-se-á branquea-lo? Não será igualmente grave um professor tomar um aluno de ponta, como se diz na gíria, e por isso submete-lo a violências psicológicas, como não lhe dar a nota devida ou po-lo de parte perante os colegas de turma? Ou então o contrário, tomar um aluno como favorito e conceder-lhe favores que não concederia aos restantes? Não me tentem dizer que estes casos são pontuais porque isso, para além de não ser inteiramente verdade, não diminui a gravidade deles. Nem tão pouco tentem dizer que isto não acontece pois todos sabemos que é mentira.
Quantas vezes não ouvi eu colegas a negarem-se a dar as notas devidas aos alunos pelos motivos mais mesquinhos possíveis ou então, simplesmente porque podem.
Penso que o bullying é um assunto demasiado sério para o usar como método de vitimização dos professores e para se tentar avançar outras agendas ou, ainda mais grave, para se partir para ataques a sindicatos e afins (ironia esta da vida que eu que tanto tenho dito acerca da má actuação dos sindicatos, dê por mim, nesta altura do campeonato a defendê-los). Afinal, não serão os membros dos sindicatos professores também? E a actuação dos professores quanto ao bullying tem sido algo de louvar? O que aconteceu na escola do Leandro poderia ter acontecido em qualquer outra e, creio, que o resultado não seria diferente.
O bullying tem de ser tratado de forma séria, sem vitimizações nem tentativas de avançar outras agendas. Fale-se sério com propostas e soluções para se quebrar a inércia e desinteresse instalado. Penso que reduzir o debate do bullying a vitimizações e troca de experiências, por muito terapêutico que possa ser, não resolve o problema. Já todos sabemos o stress a que os professores estão hoje sujeitos. Ora bolas, todos o vivemos de uma forma ou de outra.
Agora o importante é olhar para o bullying com realismo e justeza, sem branqueamentos e sem desculpabilizações. O bullying existe e existe de várias formas. Há que combatê-lo e isso cabe-nos a todos. Leis? Autoridade? Nada resultará se as pessoas em causa não estiverem dispostas a ter alguma inconveniência na vida. Sim porque o bullying não se resolve facilmente devido à sua complexidade, logo dá trabalho e implica esforço e atenção. Coisas que hoje poucos estão dispostos a ter.
O bullying existe noutras variantes. Criança para adulto, adulto para criança e ainda adulto para a adulto.
O caso noticiado agora é de criança para adulto, mais concretamente, de alunos para professor. Mas não se devem esquecer as outras vertentes.
De facto, há adultos que, por inseguranças ou deficiente desenvolvimento pessoal, continuam a praticar bullying. Fazem-no aos colegas de trabalho, à própria familia e, sobretudo, a quem não se consegue defender facilmente. Trago à baila de novo o caso da professora de Espinho. O que se passou na aula e o que aquela senhora disse foi de uma violência psicológica para com os seus alunos que nada mais foi que um caso de bullying. Também terá havido bullying da parte dos pais neste caso também.
Por isso, embora fique agradado por se começar a ver o bullying pelo que ele realmente é, lamento que só agora se perceba que isto não é só comportamento entre crianças. Porventura, o bullying entre crianças nada mais será do que um comportamento mimético do que elas vêem nos adultos... Pior, fazem-no porque também sabem que não sofrerão consequências.
Agora, o bullying nas crianças consegue-se resolver com atenção dos adultos. No caso de ser em ambiente escolar, requer a atenção de funcionários e professores e das respectivas direcções das escolas. Não se pode continuar a virar a cara para o lado e assobiar como me parece que aconteceu no caso noticiado do Leandro. É preciso agir nas alturas e agir com força e determinação. Não pode haver espaço para dúvidas.
Mas e o bullying entre adultos ou, contrariamente a este professor deste 9º B, o bullying de professores a alunos? Não será grave também? Querer-se-á branquea-lo? Não será igualmente grave um professor tomar um aluno de ponta, como se diz na gíria, e por isso submete-lo a violências psicológicas, como não lhe dar a nota devida ou po-lo de parte perante os colegas de turma? Ou então o contrário, tomar um aluno como favorito e conceder-lhe favores que não concederia aos restantes? Não me tentem dizer que estes casos são pontuais porque isso, para além de não ser inteiramente verdade, não diminui a gravidade deles. Nem tão pouco tentem dizer que isto não acontece pois todos sabemos que é mentira.
Quantas vezes não ouvi eu colegas a negarem-se a dar as notas devidas aos alunos pelos motivos mais mesquinhos possíveis ou então, simplesmente porque podem.
Penso que o bullying é um assunto demasiado sério para o usar como método de vitimização dos professores e para se tentar avançar outras agendas ou, ainda mais grave, para se partir para ataques a sindicatos e afins (ironia esta da vida que eu que tanto tenho dito acerca da má actuação dos sindicatos, dê por mim, nesta altura do campeonato a defendê-los). Afinal, não serão os membros dos sindicatos professores também? E a actuação dos professores quanto ao bullying tem sido algo de louvar? O que aconteceu na escola do Leandro poderia ter acontecido em qualquer outra e, creio, que o resultado não seria diferente.
O bullying tem de ser tratado de forma séria, sem vitimizações nem tentativas de avançar outras agendas. Fale-se sério com propostas e soluções para se quebrar a inércia e desinteresse instalado. Penso que reduzir o debate do bullying a vitimizações e troca de experiências, por muito terapêutico que possa ser, não resolve o problema. Já todos sabemos o stress a que os professores estão hoje sujeitos. Ora bolas, todos o vivemos de uma forma ou de outra.
Agora o importante é olhar para o bullying com realismo e justeza, sem branqueamentos e sem desculpabilizações. O bullying existe e existe de várias formas. Há que combatê-lo e isso cabe-nos a todos. Leis? Autoridade? Nada resultará se as pessoas em causa não estiverem dispostas a ter alguma inconveniência na vida. Sim porque o bullying não se resolve facilmente devido à sua complexidade, logo dá trabalho e implica esforço e atenção. Coisas que hoje poucos estão dispostos a ter.
Para quem quiser ler mais sobre este assunto pode consultar a Wikipédia no endereço em baixo.
7 comments:
Elenáro
O blogue do Ramiro foi atacado!
Atacado? Não creio a não ser que ele te tenha dito isso. Acho que foi virus de email. O último post que la apareceu e que ainda está no blogroll é sobre acompanhantes.
E vai daí não sei. Já confirmaste essa informação? Ou baseias-te no facto do blogue estar interdito? É que isso dá para fazer em todos.
Já leste o que a Cristina me enviou, pois já? Foi atacado mesmo! Só espero que não lhe tenham espatifado o trabalho todo!
Elenáro
Pouco a acrescentar ao teu sereno texto que contrasta com alguma verborreia propalada por algumas carpideiras de serviço.
Lembro que quando se fala de educação e não só no sentido restrito do ensino levo logo com aquela máxima que só os docentes é que estão habilitados para falar do assunto com propriedade e que pessoas como eu são meros "treinadores de bancada"
Neste assunto que tresanda a psiquiatria e justiça não faltam treinadores de bancada a invadir o recinto de jogo com toda a propriedade do mundo.
Gostava de te dar os parabéns pelo teu texto no local original mas como fui "democraticamente" asfixiado no mesmo faço-o aqui.
Tenho lido bastante sobre o caso e as réplicas.
Isto ficou-me na memória:
"Assim, usar um suicídio para fazer ataques políticos, despejar ódio corporativo ou explorar a desgraça, é algo que raia o psicótico. O Portugal que queremos não quer esta miséria cívica." (in Aspirina B)
Anabela, sim já li. Tinha lido 10 segundos depois de te perguntar aqui. É uma tristeza. Quer tenha sido meramente um roubo da password aleatório ou algo mais propositado é daquelas coisas que não se percebe bem porque anda gente a perder tempo com isto...
De facto há muita gente por aí com a auto-estima muito em baixo para perder tempo a chatear os outros.
Martins
Eu, como de resto disse no comentário, também acho lamentável que se use a morte de alguém para fazer avançar outras agendas. Em vez de servir de alerta para que se tome em atenção o que realmente se passa, não. Aparece logo alguém que, nada propõe e se limita a instigar ódios...
São tão egoistas que em vez de defenderem o colega professor, acabam por usar a sua morte para fins pessoais. Hipocrisia e demagogia juntas... Patetices de gente que não sabe ou, muito mais acertadamente, não quer fazer melhor... Resta pensar nas razões para isso.
Post a Comment