Défice atinge 8,6% em 2010 - Economia - DN
Esta coisa de mudar as regras do jogo a meio da partida tem muito que se lhe diga e não deixa de ser curiosa a altura em que tal é feito.
Curioso também é o esta gente com cursos de economia e gestão de contas inventa. Uma família tem que incluir tudo o que recebe e tudo o que gasta no seu orçamento. Se recebe menos do que gasta fica com dívidas. Se não consegue pagar as dívidas é penhorada sem dó nem piedade pelos bancos e pelos próprios Estados.
Agora veja-se bem como são geridos os bancos e demais empresas e, sobretudo, os Estados. Há gastos que não são bem gastos e como tal não são incluídos nas contas. Há receitas que não o são mas aparecem nas contas como tal. Os bancos, as grandes empresas e os Estados devem rios de dinheiro uns aos outros mas, maravilha das maravilhas, raramente (se alguma vez) são penhorados. Os bancos e outras instituições financeiras, depois de gastarem o que têm e o que não têm ainda têm o privilégio de serem "salvos" a custo quase zero pelo dinheiro dos outros. As empresas públicas continuam a gastarem irracionalmente os seus recursos financeiros sendo preciso que todos os anos se ponha lá mais dinheiro dos outros.
Mas tudo muda outra vez quando se fala dos Estados. Estes não podem propriamente falir pois uma empresa ou outro Estado não pode penhorar bens Estatais nem tomar conta de um país. A solução passa por se "salvar" o dito Estado emprestando-lhe dinheiro mas com muitas condições e com juros compensatórios para os credores.
No meio disto tudo, nota-se um padrão: só se paga juros e só se vai há falência quando o dinheiro é dos outros. Estes outros que eu falo são os contribuintes, os trabalhadores, aqueles que fazem e compram bens e serviços das empresas e bancos. Só estes, ou coisas que funcionam exclusivamente com dinheiro deles, é que podem ir à falência, penhorados e para serem salvos têm de pagar juros altíssimos.
Esta maravilhosa economia e regras contabilistas que os nossos economistas e afins inventam são uma coisa fantástica. Economia moderna? Bolas! Tragam-me uma de volta as economias feudais onde os ricos e poderosos roubavam mas ao menos não tinham o desplante de inventarem outros nomes para isso nem precisavam de uma profissão que se dedica-se a essa árdua tarefa de tentar dizer aquilo que não é.
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