Portugal é, do ponto de vista político, um país anedótico.
Tem uns eleitores que se fartam de queixar de tudo mas na altura de votar dão os lugares aqueles que levaram e levam aos motivos das suas queixas. Pior do que isso é a própria qualidade dos mesmos. Olhando para os líderes partidários de alguns dos partidos e para os dois principais cargos da República reparamos que, consecutivamente, os eleitores escolhem os piores (e os mesmos).
Por exemplo, escolheram para Presidente um antigo Primeiro-Ministro que arruinou o já fraco sector primário do país, não promoveu uma real revitalização industrial e baseou os seus 10 anos de governo em construção desmiolada e irracional. Um PM que achava que as manifestações deviam ter como resposta o envio das Brigadas de Intervenção das forças de segurança para as desmobilizarem a qualquer preço. Um PM que nunca se engana e raramente tem dúvidas mas que, contudo, não sabia sequer o que era feito e o que faziam com os seus investimentos isto apesar de ter um percurso académico na área e ser considerado um "expert" nessas questões. A juntar a este historial todo, ainda conseguiram eleger e reeleger alguém que nunca diz aquilo que queria e nunca quer dizer aquilo que diz, alguém que fala quando não devia e quando deve cala-se e acha que não tem de tecer comentários. Enfim, elegeram um coitado que não sabe bem o que anda por lá a fazer e que os levou à situação económica em que estamos hoje.
Uma economia demora décadas a ser edificada e mais tempo demora quando se passa 10 anos a destruir o pouco que há. Hoje pagamos pelas megalomanias do mísero professor de finanças que provou perceber muito pouco do assunto e ter muita falta de visão para o futuro, pensando mais no seu próprio bem estar.
Apesar disto tudo, os eleitores acharam que ele era uma boa escolha para Presidente.
Agora, com o parasitismo político a mexer com os cordelinhos, vemos muitos a falarem de eleições. De resto, nada que eu já não tenha dito. Perante um governo que insiste e tem conseguido com algum sucesso (e espanto também) evitar a vinda do FMI, os outros (PS com D), cansados de esperar sentados e ter de andar a reboque, mexem-se rapidamente para saltar para o poleiro. Até aqui nada de novo, politica portuguesa a funcionar.
O problema, e voltando ao título do post, é estes senhores estarem a tentar convencer os eleitores que são alternativa. Isto depois de terem andado de mão dada com o governo, depois de terem estado lá e a sua curta e trágica estadia na liderança dos destinos do país ter acabado com a fuga de um Primeiro-Ministro, uma Ministra de Estado que se recusou assumir o cargo de chefe de governo e um deficit astronómico (sem BPN e crise financeira à mistura).
O interessante é que os eleitores estão a fazer o seu raciocínio normal e cego. Estão a acreditar na lengalenga destes senhores. Não tenho dúvidas que vão, no futuro e assim que tiverem que votar, irão escolher trocar o Sócrates do PS pelo Sócrates do PSD com ou sem Paulo Portas a reboque. Este último irá, certamente, aproveitar para comprar mais uns submarinos e tanques para o país.
Acusa-se os políticos de andarem sempre a trocar os lugares entre si. Mas então quem é que os põe lá? A solução para os problemas está nas mãos dos eleitores portugueses. A eles caberá resolve-los ou não.